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O Coliseu Show: O Palco das Nossas Memórias

Publicada em 11/03/25 às 12:22h - 279 visualizações

Gilmar Teixeira


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O Coliseu Show: O Palco das Nossas Memórias
 (Foto: Acervo Antônio Galdino e redes sociais)

Nota do Editor

O escritor Gilmar Teixeira, membro fundador da Academia de Letras de Paulo Afonso – Cadeira Nº 8 – autor de livros de grande procura como Quem Matou Delmiro Gouveia e Cangaço em Piranhas, recentemente surpreendeu positivamente aos membros desta Academia, valendo-se dos recursos da tecnologia dos nossos tempos para homenagear a cada um com belas músicas. Agora, decidiu utilizar o seu talento e as qualidades de memorialista na criação de crônicas da cidade amada onde resgata fatos e acontecimentos do fundo do baú e nos faz reviver esses inesquecíveis momentos. 

Essas crônicas, diz Gilmar, estarão compondo um novo livro seu e algumas são compartilhadas como os colegas da ALPA. Uma delas, a respeito do show de calouros realizado todos os domingos, primeiro no Cine Palace, que funcionou onde hoje e a uma loja de calçados, em frente ao Monumento ao Trabalhador e então se chamada Pálace de Atrações e, depois, no Cine Coliseu, construído pelo Sr. Cícero da Padaria, Cícero Lins Albuquerque, pernambucano de Águas Belas e logo vendido a José Rudival que já tinha outros cinemas na cidade. No Cine Coliseu, no início dos anos de 1970, era realizado, todos os domingos, das 10 às 13 horas o Coliseu Show, dirigido por mim, Nilson Brandão (in memoriam) e com participações de Rubem Marques e Murilo Brito.

França e sua Banda, é sucesso em todo o Brasil. Nelsão Triunfo tem sido destaque no Brasil e até em outros países como a Alemanha. Oscar Silva é uma referência como cantor gospel, com muitos CDs gravados. Edemir Rodrigues, o saudoso Leonam, o nosso Tim Maia... Estes e outros foram crias do Coliseu Show. 

Em janeiro deste ano, Nelson Triunfo esteve visitando a Folha Sertaneja e falou deste começo em Paulo Afonso. No carnaval de 2024 ele foi destaque na Escola de Samba Vai Vai, de São Paulo. E tudo começou no Coliseu Show...

Veja as matérias sobre Nelson Triunfo nos links abaixo.

https://www.folhasertaneja.com.br/noticias/colunistas/817471/1

https://www.folhasertaneja.com.br/noticias/colunistas/751916/1

O Coliseu Show, que também já lembrado pelo professor e escritor Aníbal Nunes, também membro da ALPA, é revivido nessa narrativa de Gilmar Teixeira, a quem muito agradeço e abraço com saudações acadêmicas e sertanejas.

(Professor Antônio Galdino da Silva, membro fundador da ALPA – Cadeira Nº 14. Editor deste site)

Da esq: Galdino, Ângela, Juvenal, Fernando (cantor dos Dissonantes), Isac, Pinto e Ailton (músicos dos Dissonantes) 

O Coliseu Show: O Palco das Nossas Memórias

Gilmar Teixeira

O domingo amanhecia diferente em Paulo Afonso naqueles tempos dourados das décadas de 70 e início dos anos 80. A cidade, ainda pequena e com poucas opções de lazer, pulsava ao ritmo de um único evento que nos fazia pular da cama com entusiasmo juvenil: o Coliseu Show.

A semana toda era de expectativa. Os cinemas, os clubes Copa e CPA, os bares Royal Drinks e Refavela cumpriam seu papel no cenário noturno, mas nada se comparava à magia que acontecia no Cine Coliseu. Era lá que os jovens paqueravam as meninas mais bonitas da cidade e onde elas, igualmente, buscavam os rapazes mais elegantes. Era um ritual: banho caprichado, melhor roupa do armário e uma ansiedade que só se resolvia ao passar pelas portas do Coliseu.

A dupla dinâmica que comandava o espetáculo era um show à parte. Professor Antônio Galdino, letrado, eloquente, e que não resistia a um microfone. Ele apresentava tudo na cidade: quermesses, desfiles, eventos escolares. Se houvesse um palco, lá estava ele. Ao seu lado, Nilson Brandão, o mago do som, técnico eletrônico da Chesf e locutor com a melhor coleção musical da cidade. Seu inglês improvisado na Rádio Cultura fazia rir até o professor Nery, mas ninguém ousava contestar seu talento. E quando um dos dois faltava, Rubens assumia a missão, garantindo que o Coliseu Show nunca perdesse o brilho.

E que show! Cantores locais subiam ao palco, calouros enfrentavam os nervos, festivais de piadas arrancavam gargalhadas. Tinha de tudo um pouco, e nós ficávamos ali, hipnotizados até as 13h, ignorando o ronco da barriga pela fome.

Mas a maior atração, sem dúvida, eram as Colisetes. Ah, as Colisetes! Um grupo de bailarinas que mexia com o imaginário da juventude da época. Entrar para o grupo era tão grandioso quanto ser uma Paquita da Xuxa nos anos seguintes. Cada apresentação delas fazia o Coliseu vibrar, e os olhos atentos dos rapazes não perdiam um único passo.

Oscar Silva, no Coliseu Show

Os grandes cantores da cidade também desfilavam por ali. Oscar Silva e o seu irmão Oswaldo Silva,, Aroldo, Zé Ivan, Juvenal, Isac, Gilmar, Nelsão, Robson, França, Ademir Rodrigues, Silvinho Cabaré e até o lendário Caganeira, todos tiveram seus momentos de glória no Coliseu Show. As vozes femininas também brilhavam: Leide Teixeira, Bernadete, Silvânia e tantas outras que embalaram os nossos domingos, acompanhandos pela maior banda musical da cidade,  Os Dissonantes  dos lendários músicos,  Toinho nos Teclados,  Altair Leonardo na guitarra,  depois Mário Vinhas, Zé Leite no baixo,  Rato na Bateria, e depois Isaac  Fernando Meneses,  Cantor, e naipe de sopros de Ailton, Fernando e Pinto, que também pintava paredes, trabalhando no SPOM, e outros grandes músicos na trajetória do Coliseu Show.

Bernadete Goiana(?) e Antônio Galdino no Coliseu Show

Mas o auge acontecia quando artistas famosos vinham à cidade para se apresentar nos clubes no sábado à noite. No domingo, lá estavam eles no Coliseu, graças à lábia irresistível de Antônio Galdino e Nilson Brandão, que os convenciam a cantar por um cachê simbólico – às vezes, apenas o suficiente para a gasolina do carro, para voltar aos seus lugares de origem. Assim, vimos de perto nomes como Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Fernando Mendes, Waldick Soriano, José Augusto, Adriana, Ana Dulce, Fafá de Belém, Eliana Pittman, entre tantos outros que a memória já não alcança.

O Coliseu Show foi mais do que um programa. Foi um refúgio, um ponto de encontro, um palco de sonhos e alegrias. Quem viveu aqueles domingos sabe que foi ali, entre aplausos, risadas e canções, que colecionamos algumas das melhores lembranças de nossa juventude.

Ah, que saudade daquela época, viu?

Gilmar Teixeira




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3 comentários


F. Nery Jr.

11/03/2025 - 22:06:38

O seu jeito leve, Gilmar, com sequência precisa, nos convida, no início da leitura, a ir seguindo até o fim saboreando a descrição de uma etapa da vida pauloafonsina. Ah, Galdino e o microfone, uma dupla inseparável!


Professor Galdino

11/03/2025 - 13:06:28

Comentaram no privado: "E a calça boca de sino é o top da época. Veja as calças de Galdino, Fernando e principalmente a de Oscar Silva. Tempo bom! Era bom demais!!!


SAUL CAMBOIM

11/03/2025 - 12:54:36

BONS TEMPOS E EXCELENTE PROGRAMA QUE DEIXOU SAUDADES, EM ESPECIAL TINHA O BRILHO DE COMANDO DO PROFESSOR GALDINO.DIZEM E É VERDADE,O QUE É BOM DURA POUCO.


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