Lateral da seleção, 36 anos, ele foi o Gerson Canhotinha da seleção de 1970 nesta Copa América. Feliz do grupo que tem um Daniel. Saiu de uma contusão e se reciclou para se tornar o líder respeitado do escrete nacional. Os meninos o observavam e o seguiam. Tinham confiança. Também, o craque não perdia uma bola! Armava as jogadas e levava o time para o caminho do gol. Se tivéssemos de designar um jogador da seleção como o ganhador da Copa América de 2019, Daniel seria o escolhido. Ele ganhou esta copa como Gerson ganhou a Copa do Mundo de 1970.
Ninguém é insubstituível – Neimar não fez falta com as suas quedas e as suas escapadas -, mas alguém pode fazer diferença. Daniel Alves foi a diferença desta vez. Foi indiscutivelmente o fator de desequilíbrio para a seleção adversária do Peru. Um dos jogadores saiu do campo a chorar. Embora experiente e calejado, as suas lágrimas pareciam lamentar a presença de Daniel na seleção brasileira. Sem Daniel, o cérebro do grupo, parecia pensar, eles teriam chegado lá. Teriam ganhado. O sucesso e a glória seriam deles.
E o Daniel, que desta vez venceu os peruanos no Maracanã no lugar dos leões da cova, saboreou merecidamente o seu 40º título. Levantou o troféu em nome dos companheiros e recebeu o título de “Melhor jogador da Copa América”. Nascido e criado em Juazeiro da Bahia, certamente as águas do São Francisco foram fundamentais para a sua formação e o seu caráter.
Francisco Nery Júnior