O Ministério da Saúde está ampliando o atendimento pré-natal em todo o país, para que todos os municípios brasileiros alcancem a meta de pelo menos 60% das gestantes fazerem ao menos seis consultas e exames, imprescindíveis para garantir a saúde das mães e bebês. Com a Rede de Atenção Materna e Infantil (Rami), que tem orçamento inicial de R$ 1,6 bilhão em investimentos, haverá mais recursos para ampliação do serviço dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o Ministério da saúde exames devem ser feitos da primeira à 20ª semana de gravidez no SUS. A meta para ampliar o pré-natal faz parte da estratégia para diminuir a mortalidade materna e garantir atendimento eficaz à gravidez de alto risco e foi estabelecida no âmbito do Previne Brasil, em 2019.
As diferenças regionais fazem com que muitas localidades ainda não tenham condições de oferecer esse atendimento especializado em todos os municípios. Dados do Sistema de Informações em Saúde para a Atenção Básica (Sisab), apontam que, entre setembro e dezembro de 2021, 65% dos municípios do Brasil ainda não tinham atingido a marca estabelecida pela Saúde.
Segundo a diretora do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (DAPES), Lana Lourdes Aguiar, a Rami integra vários programas para garantir a saúde materna e do bebê, entre eles a Rede Cegonha, ofertado em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Quando a mulher entra dentro do programa, têm acesso à realização de todos os exames necessários ao pré-natal, como ultrassonografias, encaminhamento aos atendimentos específicos e vinculação da gestante à maternidade de referência para o parto.
“Realizar um pré-natal de qualidade reduz de forma significativa a mortalidade da mãe e do bebê por causas evitáveis. O pré-natal deve ser feito assim que a mulher descobrir que está grávida e o SUS disponibiliza de forma gratuita testes rápidos de gravidez para acelerar o processo de confirmação até a 12ª semana de gestação”.
Paula Maiara, de 19 anos, afirma que acessar o serviço no SUS não apresentou grandes dificuldades, mas muitos exames e atendimentos não eram feitos na cidade de Águas Lindas de Goiás (GO), onde mora. Diagnosticada com gravidez de alto risco, ela só conseguiu fazer todos os exames e atendimentos necessários ao pré-natal em outras cidades da região do Entorno do Distrito Federal, como a Cidade Ocidental e Luziânia.
“Consegui ‘facinho’: fui no posto e marquei o pré-natal para o próximo mês. No mês (marcado), eu fui, fiz o meu primeiro pré-natal, fiz tudo certinho, os exames. Só que alguns dos exames deram alterações. Então, já me classificaram com gravidez de alto risco. Me encaminharam para Luziânia. Agora, estou fazendo pré-natal lá”, completa Paula.
De acordo com a diretora do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (DAPES), a história de Paula mostra a importância do pré-natal completo para gestantes. E destaca também a Rede de Atenção Materna e Infantil (Rami), anunciada oficialmente no dia 7 de junho.
“A Rami
visa garantir a integralidade do cuidado principalmente para aquelas mulheres
gestantes que foram identificadas com risco gestacional na Atenção Primária à
Saúde, tanto risco para ela quanto para o seu bebê. A mulher pode acessar o
acompanhamento em qualquer momento, até mesmo na dúvida da gestação. Ela deve
procurar a sua Unidade Básica de Saúde mais próxima e solicitar a consulta ou
até mesmo o teste rápido de gravidez para a confirmação”, explica Lana.
Fonte: Brasil 61
- Data de
publicação: 30 de Junho de 2022, 16:16h
PRÉ-NATAL – Como iniciar acompanhamento no SUS
O SUS oferece o serviço de pré-natal às gestantes de todo o País. E para iniciar o acompanhamento, após a confirmação da gravidez, a mulher deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com um exame beta HCG positivo, também disponível em UBS e hospitais da rede pública. A gestante também deverá levar um documento de identificação e comprovante de residência.
O pré-natal, além de assegurar um acompanhamento saudável para a gestante e seu bebê, faz um rastreamento de riscos à saúde. Enfermeira da rede pública de saúde do Distrito Federal, Isabella Damascena explica que na primeira consulta, a gestante já recebe sua Caderneta da Gestante, com orientações e registros, e faz testes rápidos como de HIV e sífilis. A gestante faz ainda exames de sangue e de urina. Essa triagem indicará se a gestação é de baixo ou alto risco.
“E o SUS oferta esses dois acompanhamentos tanto de alto risco, tanto de baixo risco. Tanto que na nossa rede tem os hospitais referências. O hospital de referência para gestações de baixo risco e os hospitais de referência para gestações de alto risco”, explica a enfermeira obstetra.
A moradora da Cidade Ocidental (GO), Paula Maiara, de 19 anos, teve fácil acesso ao pré-natal, mas uma alteração em um de seus exames a classificou como uma grávida de alto risco. “Fiz o meu primeiro pré-natal, os exames - tudo certinho. Alguns dos exames deram alterações. Então, já me classificaram como gravidez de alto risco. Me encaminharam para Luziânia (GO). Agora, estou fazendo pré-natal lá, em Luziânia”, conta.
Isabella Damascena explica que o local do pré-natal, o de moradia, ou mesmo a classificação de risco é determinante para onde o parto acontecerá.
“Às vezes, a paciente é moradora do Gama (DF), por exemplo. Então, o hospital dela tecnicamente seria de referência ao Hospital do Gama. Porém, se ela tiver uma gestação de alto risco, o hospital dela de referência vai ser o Hospital da Santa Maria (DF)”, explica.
Segundo gestores de saúde, a assistência do pré-natal bem estruturada pode promover a redução dos partos prematuros e de cesáreas desnecessárias, além de contribuir diretamente para a diminuição da mortalidade materna. O ambulatório de alto risco, que será estruturado pela Rede de Atenção Materna e Infantil garante um cuidado de qualidade e humanizado às gestantes de alto risco no SUS.
Para mais informações, acesse o site do Ministério da Saúde: gov.br/saude.
Fonte: Brasil 61