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Professor Galdino

Edson Mendes, da ALPA, obteve o 2º prêmio Filo-Lisboa 2020. Exultemos!!!

Publicada em 29/11/20 às 14:25h - 703 visualizações

Antônio Galdino


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Edson Mendes, da ALPA, obteve o 2º prêmio Filo-Lisboa 2020. Exultemos!!!
 (Foto: Arquivo da ALPA e da Folha Sertaneja)


“Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele”. (Salmos 118:24).

Os cristãos sempre se utilizam desse Salmo da Bíblia Sagrada para externar a sua alegria, o seu contentamento pelas vitórias, por pequenas que possam parecer, a cada novo dia.

Hoje, tomamos esse versículo bíblico para exortar a todos os que fazem a ALPA e a tantos outros que assim o desejarem a externar a sua alegria, por uma expressiva vitória de um colega alpeano, o confrade Edson Mendes, membro correspondente da ALPA, morador do Recife, que teve a sua criatividade na produção de um texto reconhecida por outros conceituados pensadores europeus.

Ao obter o 2º Prêmio Filo-Lisboa 2020 com o texto A voz da solidão - Melancolia, pandemia e liberdade: quem sou eu nesse novo mundo? o pensador e filósofo Edson Mendes levou intelectuais de Velho Mundo e pessoas outras espalhadas mundo a fora e a todos nós seus colegas da ALPA, a fazer uma reflexão profunda sobre os novos caminhos que se apresentam para a humanidade a partir desta pandemia que, há muitos meses, inquieta a todos.

Nós, que fazemos a ALPA, que apesar de ter outros muitos valores ainda vivemos acanhada, sem mostrar ao mundo esse grande potencial dos seus membros nos sentimos agora, representados de forma excepcional, por esse nosso colega e por isso é bom que exultemos, externemos essa nossa alegria.

Em nome dos que fazem essa Academia de Letras de Paulo Afonso - o que não impede que cada um também o faça - apresentamos ao colega Edson Mendes de Araújo Lima, pauloafonsino cuja família se origina do Povoado Juá, no Raso da Catarina, uma Moção de Aplausos por esse reconhecimento e o nossos muitos aplausos, por entender que esta é a essência da Academia de Letras de Paulo Afonso.

Aproveitamos para apresentar o trabalho vitorioso do caro confrade para leitura e interação de todos.

Abraço fraterno. Saudações acadêmicas.

Antônio Galdino da Silva

Presidente da ALPA 

A voz da solidão

Melancolia, pandemia e liberdade: quem sou eu neste novo mundo? 

Edson Mendes 

Não há este novo mundo, se você já conhece os outros, que são esses mesmos de Heráclito – e, se todos os mundos são novos mundos todos os dias, pandemia, peste, fome, desavença, cálculo, risco, abuso, desespero, isolamento e morte são velhas notícias de qualquer jornal, desde o dilúvio da Mesopotâmia e as pragas do Egito às chamas de Pompéia e o terremoto de Lisboa.

O que é novo, de fato, é o homem.

Há uma crise generalizada, evidentemente. Suas diversas dimensões, contudo, não são impostas pela natureza. A natureza não castiga, não perdoa, não lembra, não esquece.

Os homens sim, manipulam, copulam e produzem eviscerações e pústulas, clones e vacinas, desilusões e esperanças, danos e benesses, maravilhas e monstruosidades.

O Estado moderno, capitalista e mínimo, não pode ser solidário se não for social, mas como tornar pública a saúde particular? E particulares os benefícios da economia comum? São perguntas difíceis, porque incompreensíveis ao homem que se recolhe e se limita às circunstancias de sua individualidade, esquecendo-se do religare: ligar mais uma vez, reunir, religar os fios do vestido, do sofá, da família, da ágora, da coletividade.

Neste novo-velho mundo, estamos tão concentrados na tela e nas teias do smartphone que julgamos poder eliminar do velho-novo sistema solar os diferentes, os contrários, os adversários, os divergentes, os outros mundos – modernos Procustos que pensam ser a medida de todas as coisas, das que são como são e das que não são como não são.

Nesta algaravia, o silêncio dos inocentes cala forte sob o clarim das ignorâncias: quem pensa que sabe deseja calar quem não sabe, o poder econômico subjuga o político, a tecnologia submete a decisão, e as inteligências sapiens titubeiam perante as artificiais.

Quo vadis?, diriam os profissionais da solidão. Para onde vais, ó espécie, ó demência, ó bile, ó vã e inútil liberdade prisioneira do pseudo-arbítrio dos loquazes...

A loucura (ekstasis) e a idiotia (morósis) são doenças da bile negra, como disse Aristóteles, ou são sintomas? A questão parece ínfima, mas é enorme: estamos dizendo, neste século 21, que é preciso eliminar os loucos e os idiotas – assim estilizados os que não pensam como nós - sadios e sapiens - e assumir o poder para imprimir um novo ritmo à velha rotação, isto é, os que têm a razão é que salvarão o mundo!

Há uma voz que nos lembra: não há nada de novo no front ocidental, embora hoje as drogas artificiais substituam as naturais de Asclépio, mas em Epidauro, no Ararat ou na Bahia, tanto faz, é preciso restabelecer algum equilíbrio entre os orixás e os olímpicos, entre os maníacos e os depressivos, entre os vícios e os vícios. A virtude está no meio?

Entre os excessos, de carência ou de fartura, a melancolia dos gregos - hoje a depressão dos cosmopolitas - pode ser um adjutório eficaz na fuga das prisões pandêmicas, desde que se faça uma pausa, mínima que seja, para pensar antes de agir. As emoções humanas são todas úteis. O nojo, o medo, a raiva, o desprezo, a surpresa, a alegria, a tristeza, os sentimentos nos ajudam, ou nos obrigam, a enfrentar as realidades da vida e as dores do mundo. A tristeza, ou melancolia, pode ser um excesso, e portanto um vício, mas é o componente básico do gênio, isto é, o homem de exceção. Na mistura ideal (?), promove o comportamento de exceção. Diz Platão, em Fedro, que “há duas espécies de loucura: uma que é devida às doenças humanas; a outra a uma transformação, sob a influência divina nas nossas práticas ordinárias”.

Assim, a doença pode nos levar à transformação, não a do vírus, mínima, mas a de nossas práticas quotidianas, máximas, que, pesadas e avaliadas na lupa filosófica da fragilidade humana, levem à inflexão dos comportamentos, contendo delírios e aquietando espíritos. Nós somos prisioneiros da liberdade, mas também somos senhores da reflexão e do argumento – refletir e argumentar, afinal, é o que levou o homem da barbárie à civilização.

A voz da solidão, desta solitude forjada nos subterrâneos da crise pandêmica, não é apenas um lamento dos que sofrem, nela há também um sopro de alegria, que pesa e pondera sobre o nosso futuro comum: tudo passa.

Tudo passa, e passará, mas passará primeiro o temor da finitude mediata, junto com as desaglomerações, os confinamentos, as máquinas de respiração, os hospitais de campanha, os lockdown, os protocolos, o senso e, não se deve esconder, o bom-senso – forma sensata e equilibrada de decidir e julgar; razoabilidade, lógica, prudência, dizem os dicionários – isto é, uma forma de agir que não é afetada pelas paixões, que se pauta na razão e no equilíbrio, de acordo com os padrões e a moral vigentes...

Nesse novo mundo que virá serão restabelecidos os padrões vigentes, ou novas réguas de moral e ética, pensadas e refletidas, nos servirão de base para edificar um outro edifício social?

Sobre os escombros das atuais estruturas geopolíticas, econômicas e sociais somente os líderes que venham a surgir destas horas infelizes serão capazes de transformar o cômodo no incômodo, o incômodo em vontade, a vontade em decisão, e assim, e por isso, e para isso, devemos laborar e orar, vigiar e punir, pesar e ponderar.

Sem a serenidade dos que pesam e ponderam, mas com a navalha do verbo, porém, o velho rapsodo já vaticinava olhando para trás: “prefiro ser esta metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. E sobre uma nova ordem, disse Niccolò dei Machiavelli: “não há coisa mais difícil de se fazer, mais duvidosa de se alcançar, ou mais perigosa de se manejar do que ser o introdutor de uma nova ordem, porque quem o é tem por inimigos todos aqueles que se beneficiam com a antiga ordem, e como tímidos defensores todos aqueles a quem as novas instituições beneficiariam”.

Aqui então podemos fazer uma pausa nesta breve interrupção do interstício, para refletir sobre o que dizemos, fazemos e propomos – porque há o risco de se repetir Tomasi de Lampedusa: “algo deve mudar para que tudo continue como está”. Quem sou eu neste novo mundo?

Não sei, mas temo, peso, pondero, oro, laboro. E luto.

edsonmal@uol.com.br

+55 81 98105 1952

Edson Mendes de Araújo Lima, professor, poeta, nasceu em Paulo Afonso, no Raso da Catarina, Bahia, Brasil, e do Juá saiu para o mundo. Afirma, todavia, que lá é o mundo e o mais é periferia – porque somos todos de onde somos, e não de onde fomos, já que o destino do homem é voltar, cumprindo-se a jornada.

Recebeu em 2017 o Prêmio de Poesia da Academia Pernambucana de Letras. Bancário, Advogado e Mestre em Administração, estudou Finanças, Marketing, Gestão Estratégica, Ciência Política e Relações Internacionais, na UnB, na PUCRio, no Insead-Fontainebleau, na Georgiatech-Atlanta, na UFPE, na UFBA, na ACES, na FVC, no IMEAPS, nas Escolas da Chesf, na Escola Casa da Crianca, na Escola de Chefe Abel e na sala de Mestre Gervásio, no Nambebé. 

É membro das Academias de Letras e dos Institutos Históricos de Paulo Afonso (BA) e Garanhuns (PE). Gosta de música, filosofia, cinema, e mais outras algumas coisas: sol, chuva, cigarro, xadrez, uísque com coca cola, livros, conversa, sábados, domingos e feriados. Declara-se um perguntador, profissão perigosa e quase inútil, porém de grande serventia na busca do entendimento, e diz que nada se pode contra o princípio e o fim, o nascer e o morrer – mas "pelejar com o acaso pelas rédeas do intervalo serve de adjutório pra viver". "Enquanto agonizo", diz ele, "acho graça e rio da Fortuna. E do rio...".




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1 comentário


Marta

30/11/2020 - 11:53:34

Prêmio mais que merecido a um homem de talento e sensibilidade.


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