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Professor Galdino

Dona Noquinha - 98 anos celebrando a vida!!!

Publicada em 06/09/21 às 19:01h - 1650 visualizações

Antônio Galdino


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Dona Noquinha - 98 anos celebrando a vida!!!
 (Foto: Do álbum da família)

Quando D. Noquinha, que hoje celebra 98 anos de vida completou 90 anos, eu escrevi um pouco sobre ela, sobre sua vida de pioneira da Vila Poty, contei um pouco de sua linda história de vida.

Nos anos seguintes, sempre lembrei de falar de sua meiguice, de sua doçura que não significa nunca que não seja ela de uma fortaleza imensa.

No ano de 2014 eu dediquei a ela, uma das pioneiras valorosas da nossa Paulo Afonso dos primeiros tempos, algumas páginas do livro De Forquilha a Paulo Afonso – histórias e memórias de pioneiros.

Hoje, esta sergipana de Riachuelo, onde nasceu em 6 de setembro de 1923 e chegou em Paulo Afonso quando ainda se chamava Forquilha, Vila Poty, no começo dos anos de 1950 volta, merecidamente às páginas desse site, mais uma vez homenageada, agora por celebrar a vida aos 98 anos de idade. Que bênção de Deus para ela, seus familiares e todos nós que lhe queremos bem.

Não há muito o que acrescentar sobre essa mulher especial a quem Deus tem honrado acrescentando anos e anos de vida para que espalhe o amor, a gratidão, o afeto entre todos aqueles que a mimam e amam muito.

Abraçando à distância esta lépida e animada senhorinha no seu aniversário de 98 anos, peço a Deus que continue misericordioso com ela e com todos nós e a conserve assim alegre, quase centenária mas com jeito de adolescente.

E convido a todos uma leitura de um pouco de sua longa história, nesse texto, adaptado do que sobre ela escrevi quando completou 90 anos,em 6 de setembro de 2013.

Quem procurar por D. Noélia Bezerra da Silva vai ter dificuldade de encontrar. Mas se procurar por D. Noquinha, muita gente sabe que ela é uma pioneira de Paulo Afonso, que chegou a esta região quando ainda se chamava Forquilha e Vila Poty, início dos anos de 1950 e foi uma pioneira no comércio local.

Viúva, nascida em Riachuelo, Sergipe, em 6 de setembro de 1923, passou a morar em Paulo Afonso, depois do segundo casamento com Boaventura José da Silva, da Lagoa da Pedra, comerciante de redes, e com ele começou um pequeno negócio, no mesmo lugar onde ainda mora hoje, ao lado da Catedral N. S. de Fátima. Primeiro foi uma pequena bodega onde vendia alguns produtos mas era também bar que recebia, de vez em quando alguns bebuns inconvenientes.

D. Noquinha convenceu o marido a acabar com a bodega e começou a vender bisquís, flores, artigos de artesanato que ela mesma confeccionava como arranjos para noivas, bonecas, artigos para ornamentação e decoração, além peças de linhas para costura e bordado e ficou sendo uma referência comercial no que se refere a comercialização desses produtos.

O Armarinho Popular, de D. Noquinha chegou a ser o fornecedor desses artigos para lojas grandes do comércio de Paulo Afonso, como a Casa das Linhas, o Armarinho Imperial, o Bazar das Novidades, de D. Risalva e seu Raimundo Toledo.

Em 1960, quando a feira livre saiu da Chesf para a Av. Getúlio Vargas, D. Noquinha combinou com o marido para colocarem uma banca na feira. Ficou conhecida como a Banca de D. Noquinha e o casal sentiu a necessidade de expandir o seu negócio fazendo também as feiras de outros municípios da região e também visitar povoados da zona rural. Para isso, precisavam de um transporte e foram juntando um dinheirinho até que Boaventura realizou o sonho de comprar um Jeep que ele tinha visto numa revendedora do Recife.

Com Jeep, colocavam os produtos do armarinho numas caixas e viajavam para Glória, Água Branca e outros municípios da região. Às vezes, conta D. Noquinha, nas viagens para os povoados, quando o pessoal não tinha dinheiro, pagavam os produtos com gêneros alimentícios das roças.

Com o trabalho intenso, o casal foi economizando, comprou uma camionete e ainda construiu uma casa para aluguel, ao lado de onde hoje ainda mora D. Noquinha. Um dos seus inquilinos foi Duda Dentista. Depois, venderam a camionete para adquirir material para construir a casa onde mora.

Houve um tempo em que a família de D. Noquinha viveu dias de ansiedade e preocupação. Ela adoeceu, teve uma pneumonia e o seu estado de saúde ficou tão delicado que o Dr. Militão, médico diretor do Hospital Nair Alves de Souza, lá pelos anos de 1960, chegou a dizer que D. Noquinha “estava com a vela na mão”. Mas o médico errou no “diagnóstico” porque D. Noquinha, depois de quatro meses hospitalizada, recuperou-se e continuou a sua caminhada e já chegou aos 98 anos de idade.

Em 1988 enviuvou pela segunda vez e foi mãe e pai dos cinco filhos, todos eles hoje em encaminhados da vida: Adigenal, Silvana, Sineide, Evandro e Evilásio. D. Noquinha, rasga elogios para todos eles. “Adigenal trabalhou na Chesf e na Energipe. Sempre foi uma grande artista, embora muito tímido, reservado. Seus quadros sempre fizeram sucesso nas exposições. Quando estudava no Ginásio Paulo Afonso, no COLEPA, ele fez um quadro do Duque Caxias e esse quadro foi entregue, numa solenidade, ao comandante do Exército, aqui de Paulo Afonso e acho que ainda está lá”.

E, continua D. Noquinha: “minhas filhas, foram minhas companheiras a vida toda. Evandro é advogado em Maceió e seu filho, meu neto, também é já advogado e Evilásio é um respeitado técnico, trabalha na Prefeitura e é muito procurado por muitas empresas para fazer projetos elétricos”.

Os cinco filhos de D. Noquinha lhe deram muitos netos e alguns bisnetos. Quando completou 90 anos ela disse: “Ah! Já tenho uma bisneta com 13 anos”, diz a bisavó, orgulhosa, com um brilho de felicidade no olhar, apontando um painel fotográfico da família em uma parede da sala, bem em frente à entrada. Hoje, ao completar 98 anos, sua bisneta de 13 já tem 21 anos.

D. Noquinha, nesse momento dos 90 anos dia 06 de setembro de 2013, lembrava desses fatos com visível orgulho de ter acompanhado o crescimento de Paulo Afonso, e se alegra ao ver o desenvolvimento de Paulo Afonso que, segundo o IBGE, naquele ano de 2013, já passava dos 117 mil habitantes. Lembra também e alegra-se de ter contribuído, até financeiramente para isso. Ela lembra que, para a construção do Ginásio Sete de Setembro, muitos comerciantes, e ela estava entre estes, doavam um valor mensal para essa obra.

Também fala que acompanhou a construção da Catedral N. S. de Fátima, bem ao lado de sua casa e lembra que viveu em Paulo Afonso muitos anos, em casas sem luz elétrica e água encanada.

Aos 90 anos, tinha óculos mas usava muito pouco e lia sem eles. Naquela idade continuava produzindo peças de artesanato, gostava muito de ler e não dispensava um bom vinho de vez em quando. Quando cheguei para aquela entrevista, em 6 de fevereiro de 2013, ela estava lendo um livro sobre sua cidade natal chamado Riachuelo – passado de riquezas, de autoria do Pastor Antônio Martins Bezerra, um volume com 436 páginas.

Os degraus que levam ao primeiro andar do prédio onde mora não são obstáculo para ela que até utiliza esses degraus para se exercitar e não tem nenhuma dúvida em sentar na garupa de uma moto e sair passeando pela cidade. De vez em quando os filhos patrocinam viagens e sai por aí conhecendo outras terras, outros costumes, outros lugares do Brasil, ou apenas, antes da pandemia, ia almoçar fora, fazia um passeio de catamarã pelas águas do rio São Francisco.


Dona Noquinha, completa hoje 98 anos de vida e, quando a olhamos vemos nela um jeitinho de adolescente travessa, celebrando a vida.



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4 comentários


Cândido

06/09/2021 - 21:28:22

Sou filho de João Leonel, portanto nascido e criado nos arredores da casa de Noquinha. Para mim foi motivo de muita alegria ler essa homenagem a essa mulher de fibra, mãe dos meus amigos Evandro e Evilasio


Cristina

06/09/2021 - 20:17:15

Uma mulher virtuosa , querreira e sabiá


Maria Cenira da Silva

06/09/2021 - 19:58:41

Estou imensamente feliz com a homenagem prestada a minha querida prima Noélia Bezerra (Noquinha) , homenagem merecida pelos serviços prestados a esta magnífica cidade de Paulo Afonso,bem como pela pessoa maravilhosa que é esta guerreira sergipana em terras baianas.98 anos de amor,fidelidade, carinho , fé sabedoria e amor a família e aos amigos.Muito obrigada Senhor Galdino e A Folha Sertaneja.Feliz Aniversário Noquinha,Deus lhe abençoe 🙏🌹


Marlene Dantas Sandes

06/09/2021 - 19:22:49

Tenho muito orgulho da minha sogra. Mulher guerreira! Obrigada, Galdino pela linda homenagem prestada a ela, mais uma vez, neste respeitado meio de comunicação, a FOLHA SERTANEJA". Que Deus continue te abençoando, amigo! Que possamos celebrar a vida por muitos anos!🙏🏼


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