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Professor Galdino

Todo dia é dia de alguma coisa... Hoje, 14 de março, seria o Dia Nacional da Poesia, em homenagem a Castro Alves. Mas mudaram...Então, falemos de ES-PE-RAN-ÇA...

Publicada em 14/03/22 às 21:38h - 800 visualizações

Antônio Galdino


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Todo dia é dia de alguma coisa... Hoje, 14 de março, seria o Dia Nacional da Poesia, em homenagem a Castro Alves. Mas mudaram...Então, falemos de ES-PE-RAN-ÇA...
 (Foto: imagens ilustrativas da net)

Os interesses, comerciais em muitos casos e quase sempre dos políticos, dos governantes da vez, e o seu desejo de agradar a uns, seus mais chegados, mesmo que desagrade a outros, seus desafetos, ou por isso mesmo, permitem que se criem datas comemorativas de tudo que é coisa.


No calendário do Brasil, todo dia é de alguma coisa ou de muita coisa.

Só nessa metade que falta do mês de março são muitos para serem lembrados. No dia 14 de março é o momento de comemorar o dia do vendedor de livros, dia nacional dos animais, dia da incontinência urinária...


E nos dias seguintes deste mês não vai faltar oportunidade de mandar o seu alô, o WhatsApp, o seu abraço para muitos. Dia 15 é o dia mundial do consumidor, dia 16 é o dia nacional de conscientização sobre as mudanças climáticas e o dia nacional do ouvidor.


No dia 17, se desejar, mande flores para o agente funerário, que é o seu dia. O dia 18 de março é considerado o dia nacional da imigração judaica e também dia dos Demolays.


Os nordestinos, em especial, comemoram muito o dia 19 de março, considerado Dia de São José. E asseguram eles que, se chover no dia de São José, será um ano bom para a lavoura. E como a tradição cristã diz que São José era carpinteiro, nesse dia se comemora o dia do carpinteiro, do marceneiro, do consertador e do artesão.


Ah, e pra fechar esses dias de março, no dia 20 é o dia do contador de histórias, dia internacional da felicidade, dia mundial da saúde bucal, dia mundial sem carne, dia nacional da agricultura, dia nacional do teatro para a infância e juventude...


E, não se pode esquecer que ao longo do ano tem-se o dia da sogra, do amigo, das mães, dos pais, dos irmãos, da amizade... dia do poeta e dia da poesia...


E para celebrar a poesia são muitas datas no Brasil.

O Dia Nacional da Poesia era até há pouco tempo atrás o dia 14 de março, porque nesta data nasceu o maior poeta baiano Antônio de Castro Alves.


Mas o governo federal, em 2015, achou por bem desbancar o baiano dessa homenagem e em 3 de junho de 2015, por uma proposta do senador Álvaro Dias, sancionou a Lei 13.131/2015, mudando oficialmente o Dia Nacional da Poesia para o dia 31 de Outubro, data do aniversário de nascimento do poeta Carlos Drummond de Andrade.


Ou seja, agora o dia nacional da poesia é em 31 de outubro, embora extra-oficialmente se tenha o “Dia Nacional da Poesia” em 20 de outubro, data da fundação do Movimento Poético Nacional...


A nível mundial a poesia é comemorada na próxima segunda feira, dia 21 de março, data criada pela UNESCO em 1999.

E, muitos estados brasileiros decidiram também criar o seu Dia Estadual da Poesia.

E assim, temos

  • Dia Estadual da Poesia (20 de abril, no Acre, conforme Lei Nº 2.130 de 9 de julho de 2009);
  • Dia da Poesia (25 de junho, no Pará, conforme Lei Nº 6.195 de 7 de abril de 1999);
  • Dia Estadual da Poesia (8 de agosto, no Amapá, conforme Lei Nº 580 de 21 de junho de 2000);
  • Dia Estadual da Poesia (20 de agosto, em Goiás, conforme Lei Nº 14.866 de 22 de julho de 2004, homenageando o aniversário de Cora Coralina);
  • Dia Estadual da Poesia (31 de outubro, em Minas Gerais, homenageando o aniversário de Drummond);
  • Dia Estadual da Poesia (19 de dezembro, no Mato Grosso, conforme Lei Nº 7.776 de 26 de novembro de 2002, homenageando o aniversário de Manoel de Barros).

Por isso, poetas, seresteiros, correi... porque, mesmo tendo Castro Alves desbancado por uma lei federal de interesse de alguns, não vai ser por falta de data, que vai se deixar de poetizar, encher os céus e as praças de sons e dos ecos dos poemas, porque “a praça é do povo, como o céu do condor!”.

São tantas datas. Esqueçam todas e poetizem na hora e no momento que o seu sentimento for tocado por esse desejo e escrevam muito, crônicas, contos, poesias de estrofes milimetricamente corretas, de rimas ricas e perfeitas ou de versos brancos falando de tudo, exaltando o amor, o ser amado, a natureza, a vida que segue o seu curso e diga isso, com a força dos teus versos, que o mundo precisa ouvir.

14 de março, 21 de março, 21 de outubro, para se atender aos interesses de uns ou outros fixaram-se limites, datas, mas a poesia é livre e nasce e voa e se espalha pelo mundo a fora a qualquer momento.

E, em um dos dias em que se celebra a poesia, por vivermos em tempos de desencontros e desamores, de vaidades e de horrores da guerra pelo poder, e os semelhantes se mostrem tão diferentes, talvez seja importante reler a história tão simples da existência da esperança que renasce no amanhecer do primeiro dia de um novo ano, como nos contou o sulista Mário Quintana e também dela nos falou, do seu jeito, o nordestino Dedé Monteiro, para nos mostrar que nem tudo está perdido...

Viva a poesia, em todos os tempos e lugares! 

ESPERANÇA

Lá bem do alto do décimo segundo andar do Ano

Vive uma louca chamada Esperança

E ela pensa que quando todas as sirenas

Todas as businas

Todos os reco-recos tocarem

Atira-se

E

- ó delicioso voo

Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,

Outra vez criança...

E em torno dela indagará o povo:

- Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?

E ela lhes dirá

(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)

Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:

- O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Mário Quintana

Texto extraído do livro “Nova Antologia Poética”,

Editora Globo – São Paulo, 1998, pág. 118.

As Quatro Velas
Quatro velas ardiam sobre a mesa,
E falavam da vida e tudo o mais.
A primeira, tristonha: “Eu sou a PAZ,
Mas o mundo não quer me ver acesa…”

A segunda, em soluços desiguais:
“Sou a FÉ! Mas é triste a minha empresa:
Nem de Deus se respeita a Realeza…
Sou supérflua, meu fogo se desfaz…”

A terceira sussurra, já sem cor:
“Estou triste também, eu sou o AMOR…
Mas perdi o fulgor como vocês…”

Foi a vez da ESPERANÇA – a quarta vela:
“Não desiste ninguém! A Vida é bela!
E acendeu novamente as outras três!

DEDÉ MONTEIRO
Tabira, 12/02/2009




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7 comentários


Nara Carvalho

18/03/2022 - 12:45:43

Mestre Galdino: agradeço imensamente seu carinho e atenção ao citar meu nome entre tantos outros admiradores de seus periódicos; enobreço seu talento e sabedoria em nos passar essa "es-pe-ran-ça" tão sonhada por dias melhores.O Folha Sertaneja é "leve" e rico de informações q nos acrescentam, e é de tudo isso que precisamos: alegria e sabedoria!!!Abraços calorosos pra vc, Valdomiro (meu querido amigo) e aos demais leitores.


Professor Galdino

16/03/2022 - 14:55:57

Meus caros Marcos Antônio, Jaqueline, Isac de Oliveira, Valdomiro Nascimento e Nara Carvalho. Sou muito grato a todos vocês que reservaram um tantinho do seu precioso tempo para ler aquilo que escrevo e, neste caso, para falar de poesia, de es-pe-ran-ça.De fato, amigos e em especial Nara Carvalho, vivemos em um mundo de muita falta de amor, de desavenças, de guerras por pedaços de terra, de muita vaidade, egos inflados e os sites, os jornais, os periódicos têm sobrevivido à custa de muita notícia ruim, de brigas, desalentos e desencantos como diz o poeta... Desde que inventei de criar periódicos, jornais, revistas, sites, sempre tive a preocupação de mostrar que ainda há amor nesse mundo, que há espaço para o belo, a natureza, a arte, a poesia e Deus tem me ajudado a manter essa linha, sem a necessidade de estampar as cenas de sangue e morte que dão audiência, infelizmente... Não me preocupo com esse lado, que infelizmente existe, e tenho preferido essa linha porque continuo vendo que ainda há es-pe-ran-ça e, depois da escuridão há um novo amanhecer. Assim, viva a VIDA! Obrigado pelo carinho. Abraço fraterno para todos vocês que me honram como leitores dessas "mal traçadas linhas", como se dizia antigamente...


Nara Maria Pereira Carvalho

16/03/2022 - 13:37:08

Sou admiradora inconteste desse fabuloso jornal; recebo suas notícias com muita sensibilidade, pois não há como ser diferente mediante a credibilidade, censura prévia e clareza q seus informes nos trazem visto q o "mestre" Galdino, por quem tenho bastante admiração, o faz com seu espírito jornalístico de mostrar e demonstrar a cultura e a educação em lidar com assuntos tão sensíveis para nossa absorção.Obrigada, Galdino, você nos ensina muito.


Valdomiro Nascimento

14/03/2022 - 22:12:15

Matéria maravilhosa! Parabéns!


Isac de Oliveira

14/03/2022 - 22:10:38

A vida é poesia, tudo que vem dela, alegre ou triste, vem do poeta que dela se revela.


Jaqueline Santos

14/03/2022 - 21:57:58

Também gostei do texto, assim como, da presença poética contida! Parabéns.


Marcos Antônio Lima

14/03/2022 - 21:49:51

Matéria muito bem elaborada, e recheado de informações preciosas, como é peculiar ao nobre Vice-presidente da Academia de Letras de Paulo Afonso, Prof°. Galdino. Parabéns, pelo belíssimo e informativo texto.


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