Nessa aventura ou expedição a que se propôs o motociclista Flávio Pezão, presidente do Moto Clube Carcarás do Sertão, da cidade de Paulo Afonso, no Estado da Bahia ele se dispôs a percorrer toda a BR-230, conhecida com Rodovia Transamazônica em cima de um Moto Honda POP 110.
Acostumado a outras longas viagens mas em motos de 800 e de 1000 cilindradas, Flávio Mendonça, o Pezão viveu uma experiência toda nova ao enfrentar mais de 4.200 quilômetros de estrada, desses, mais de 1.700 quilômetros de estradas de terra, no inverno da região Norte do Brasil, cruzando centenas de quilômetros de florestas, áreas indígenas, regiões de madeireiros e de garimpeiros, lamaçais de assustar qualquer iniciante e numa moto que fez todo esse trajeto no seu limite do peso e de velocidade, sem apresentar qualquer problema mecânico e sem baixar um pneu em todo esse trajeto.
Foi uma grande vitória em dose dupla: do motociclista e de sua moto, a companheira da estrada.
Pezão saiu de Paulo Afonso/BA, nas primeiras horas da manhã do dia 1º de abril. Com ele, seguiram o irmão Kleber e o irmão de moto, Gian. Saíram da Bahia, cruzaram o Estado de Alagoas e se encontraram com irmãos motociclistas em Gravatá, já em Pernambuco. Seguiram juntos até Recife, onde encontraram outros irmãos motociclistas que os acompanharam até Cabedelo, na Paraíba, onde começa a BR-230. Dali, ainda seguiram juntos até a cidade paraibana de Campina Grande onde todos se despediram e fizeram o retorno às suas cidades de origem e Pezão e sua POP-110 seguiram, agora em viagem solo, pelo Rodovia 230, a Transamazônica.
Dia após dia foram vencendo os Estados do Nordeste. Cruzaram a Paraíba, entraram nas terras do Ceará, passaram pelo Piauí e chegaram ao Maranhão.
Pezão e a POP110, deixaram para trás o Nordeste e entraram na Região Norte do Brasil. Cruzaram o Estado do Tocantins e chegara no Estado do Pará, enorme...
Por aí já começaram a aumentar as dificuldades. Acabou o asfalto e chegou o estirão de estrada de terra que, no inverno, como agora, é muita chuva todo santo dia e com isso as estradas viram grandes lamaçais.
Mas, o gigante estado do Pará também foi vencido por essa dupla persistente. Entrou-se pelo Estado do Amazonas, outro estirão de comprido e suas peculiaridades próprias, reservas florestais, reservas indígenas, grandes acampamentos de madeireiros e de garimpeiros e, com o rio Tapajós no auge da cheia, a formação de muitos braços do rio, os igarapés que quase cobrem as toscas pontes de madeira da estrada.
Para se chegar nas cidades, em vários momentos, só na grandes balsas e barcaças que fazem a travessia de veículos e pedestres.
Sem nenhum tombo, protegido pelas muitas orações da mãe, da esposa, dos filhos, dos irmãos, das tias e de muita gente que se uniu nessa corrente de fé, Flávio Pezão chegou a Lábrea, no Amazonas, final da BR-230, a Transamazônica, cumprindo total e fielmente o seu Projeto De POP na Transamazônica.
Nessa jornada de 16 dias teve que parar um pouco, em duas oportunidades para cuidar e enfim extrair um dente que perturbava. Fora isso, só um dia – Domingo da Ressureição, 17 de abril, em Lábrea.
Nessa viagem além dos 4.233 quilômetros da BR-230 fez ainda 570 quilômetros de Paulo Afonso a Cabedelo o que soma, em estradas, 4.803 quilômetros. A isso somam-se ainda muitos quilômetros rodados nas cidades por onde passou.
Flávio Pezão e sua moto POP110, esteve em territórios das regiões Nordeste e Norte do Brasil. No Nordeste, esteve nos Estados da Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Piauí e Maranhão. Na Região Norte, passou pelo Estado do Tocantins e cruzou os imensos territórios do Pará e da Amazonas e na sua volta pra casa, em sua rota de retorno, passará por Rondônia, ainda no Região Norte e entrará na Região Centro Oeste, passando pelos Estados do Mato Grosso, Goiás e pelo Distrito Federal, até voltar ao Nordeste, percorrendo o Estado da Bahia de ponta a ponta, de Barreiras a Paulo Afonso, sua cidade natal.
E a viagem de volta já começou. Pezão saiu de Lábrea, nesse dia 18 de abril, depois de muita chuva e retornou a Humaitá, onde pernoite nessa noite de 18 de abril.
Amanhã cedo, dia 19 de abril o projeto é avançar, dentro da BR-319 e chegar a Porto Velho, no Estado de Rondônia e dali em diante ir vencendo o estradão pela região Centro Oeste, Goiás, Brasília e, depois de cruzar todo o Estado da Bahia, chegar a Paulo Afonso para os muitos abraços que o esperam.
A moto! Houve troca de pneu do mesmo tipo? Lubrificação da corrente funcionou? Farol e luzes de tráfego, alguma teve que ser trocada? A coluna do motociclista reclamou alguma vez? Alguém na estrada achou que o aventureiro era louco? O que de mais "esquisito" ele viu na aventura? O calor da Amazônia é suportável? Alguma vez dormiu no mato, sozinho em algum tipo de barraca? Malária e coisas que tais atrapalharam? Necessidades no mato? Viu alguma onça? GPS ajudou? Que mais para nosso prazer de ler? Valeu! Viajamos juntos com o Flávio através dos relatos publicados.
Saber que o meu filho superou todos os desafios encontrados nesta tão sonhada e desafiadora aventura, e que hoje começa o caminho de volta para o nosso aconchego, me enche de alegria e paz. São bençãos divinas derramadas sobre ele e nossas orações clamando por livramentos e paz na estrada.Obrigada ao JORNAL FOLHA SERTANEJA, pela excelente cobertura. Você GALDINO, faz parte desta história.