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Professor Galdino

E Viva São João!!! Com a valorização da música, dos valores e da cultura nordestina!!!

Publicada em 19/05/22 às 01:24h - 1057 visualizações

Antônio Galdino


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E Viva São João!!! Com a valorização da música, dos valores e da cultura nordestina!!!
Edição de vídeos para o site: Nilton Alcântara - www.seliganamusica.  (Foto: Fotos: Arq. jornal Folha Sertaneja)

Finda a luta de mais de dois anos contra as investidas dos vírus do Covid que impuseram ao mundo uma restrição nunca vista em seus movimentos habituais, interferindo em todos os lugares pelo mundo afora no constitucional direito de ir e vir, ou pelo menos, agora em luta mais aberta, começam a ser retomados alguns hábitos das pessoas.

No Brasil, a calmaria se anuncia quando se aproximam os tradicionais festejos juninos que, agitam, literalmente, milhões de pessoas, especialmente da região Nordeste que tem, nos símbolos e produtos desse período do ano, nas danças, festas e na comida típica regional, a própria sobrevivência de milhões de pessoas.

Embora o fulgor das comemorações festeiras em homenagens aos santos católicos Antônio, João e Pedro, todos celebrados no mês de junho, as crendices associadas a esse tempo de festas juninas vêm de meses atrás, precisamente o mês de março quando, no dia 19 se festeja o Dia de São José. E, reza a tradição que, se chover no dia de São José haverá grande fartura de milho e outros produtos nas roças sertanejas.

Os mais memoriados asseguram que no dia de São José, choveu no sertão. Então, vai-se ter pamonha, cangica, milho assado e cozido e todas as iguarias feitas, caprichosamente, pelas mãos das mulheres sertanejas.

Lembro que o motociclista Flávio Pezão, ao cruzar regiões imensas com plantação de milho assegurava em um dos seus vídeos de registro de sua viagem: “É tanto milho que, com certeza, o cuscuz tá garantido!”. Que bom!

Comida farta na mesa e alegria em volta da fogueira assegurados para este ano, eis que me chegam às mãos, ao mesmo tempo, dois protestos em relação a estas comemorações dos festejos juninos no Nordeste do Brasil. 

Em um deles, um jovem poeta declama a sua revolta ao ver as festas tão tradicionais nordestinas, espaço para os sanfoneiros mais humildes, para a sanfona de oito baixos, para a quadrilha junina tradicional, para o forró sem maldade dos sertanejos, cantados por muitos grandes como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Sivuca, Elba Ramalho, Lucy Alves, e dezenas de muitos outros igualmente respeitadores dos cantos e encantos dos sertões em suas músicas e, de repente, as grandes festas e até as pequenas cidades do Nordeste são invadidas por trios elétricos e seu axé, por músicos que, embora grandes em suas áreas, nada têm a ver com a singeleza e o encanto do São João sertanejo.

E o poeta questiona se em outros grandes eventos por outras regiões do país há espaço para a sanfona...

Outro grito, esse bem musical e com a participação de muitas crianças tocando seus instrumentos, vem da Orquestra Sanfônica de Serrinha, na Bahia, onde se mistura a experiência de idosos em idade avançada e crianças, adolescentes, todos com o mesmo olhar para as raízes sertanejas, o autêntico forró, a autêntica música nordestina.

A Orquestra Sanfônica de Serrinha, primeira do Estado da Bahia, no seguimento harmônico erudito e popular, foi criada em 25/10/2010, e nasceu com a proposta de manter viva a cultura na sua essência, resgatando e vivenciando a história dos grupos pé–de–serra e dos grandes clássicos, reverenciando os imortais como: Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Negrão dos Oito Baixos, Trio Nordestino, Valdir Azevedo, Zequinha de Abreu, Ari Barroso e outros.

E eu lembrei de um episódio que ganhou a mídia na época: a luta ferrenha de Recife e Olinda para que o frevo, em suas várias modalidades, não sofresse com a invasão dos trios elétricos e o axé da Bahia.

Essa luta dos sertanejos para manter viva as suas raízes culturais é muito válida e muito importante. Os prefeitos nordestinos, desde as grandes metrópoles às pequenas cidades precisam valorizar essas tradições para se manter vivas tanto a história dessas regiões como a sua cultura que vem dos ancestrais e que, se sobrevive até hoje é pelo grande valor que possui.

Lembro também que em certa ocasião, uma prefeitura da região pagou 300 mil reais, o que não época era uma grande fortuna, a uma cantora que se apresentou apenas com som de play back, sem músicos ao vivo e rebolou uma hora e voltou para o sul com 300 mil reais na sua conta bancária. Esse dinheiro daria para contratar vários sanfoneiros, conjuntos de forró pé-de-serra e o dinheiro ficaria circulando na região...

Agora que a pandemia está deixando o povo mais animado, que se invistam nas festas para a alegria do povo sertanejo e para que os músicos que tiveram até que vender seus instrumentos para se manterem vivos, voltem a levar a alegria para o povo e sejam valorizados porque são filhos destes municípios onde moram e pagam seus impostos.

Senhores prefeitos e promotores culturais nordestinos. Ouçam o poeta, escutem os idosos e os meninos tocadores da Orquestra Sanfônica e invistam na preservação do que temos de melhor na cultura popular nordestina e, para isso, nem vão precisar pagar altos valores para se ter uma tremenda poluição sonora, nem precisam financiar aquilo que contraria a cultura nordestina, especialmente nesses dias de festejos, juninos, tipicamente nordestinos, sertanejos do Nordeste, sim senhor!

E viva Santo Antônio que em Glória costuma ser a grande festa dos filhos ausentes, quando muitos retornam às suas raízes, justamente nesse período para reencontro dos seus valores culturais de menino.

E viva São Pedro que chega no finalzinho do mês para levar o povo de Santa Brígida para as orações, sempre associadas às tradições sertanejas da comida regional e do calor da fogueira nas noites mais frias de junho.

E viva São João que foi escolhido como padroeiro de muitos lugares e por isso leva multidões para os grandes pátios festivos, de forró nas grandes metrópoles mas também nos lugares pequenos, no meio da praça, na Vila do Forró criada só para esse tempo, onde idosos, maduros, gente de todas as idades, participa da animação, vêem as quadrilhas juninas, muitas delas metidas a bacanas, estilizadas, descaracterizando suas raízes...

Que vivam os festejos juninos, bem raízes, bem nordestinos, que a Nação Nordestina agradece e aplaude!

Por Antônio Galdino da Silva

Em Tempo:

Sobre a Orquestra Sanfônica de Serrinha de que falei na matéria, ela é regida pelo maestro Anderson Matos e tem como Produtor Musical – Joselito Espinheira Dantas (Chicão).

As prefeituras e empresários que desejarem contratar essa Orquestra Sanfônica para animar os festejos juninos de sua cidade é só ligar e garantir a sua festa. Telefones para contato: (75) 3261- 1206/ (75)99114-3222.

E quem tiver mais informações sobre esse poeta, me envia... !AGS

VEJAM o vídeo do poeta e o da Orquestra Sanfônica de Serrinha que estão juntos, a seguir.




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7 comentários


Darti roullet

20/05/2022 - 22:21:25

Recebi com alegria através do amigo Waldomiro Nascimento a reportagem com riqueza de detalhes o nosso São João nordestino, inclusive citando a orquestra Sanfonica da Cidade de Serrinha. Parabéns a todos os envolvidos. Posso chamar de uma excelente reportagem.


Joselito Espinheira Dantas

19/05/2022 - 22:58:18

Em meu nome e em nome da orquestra sanfonica de Serrinha venho parabenizar ao professor Galdino pela riqueza de detalhes, pela linguagem simples e de fácil entendimento e pelo vasto e infinito conteúdo sobre a descaracterização das festas juninas. A nossa orquestra sente se lisojeada por ser matéria nas mãos hábeis deste grande historiador. Só nos resta agradecer tamanho apreço e torcer que em breve possamos mostrar o nosso projeto de resgate cultural para a população de Paulo Afonso.


Zuleide souza

19/05/2022 - 13:31:36

Parabéns Galdino, pela matéria!


Valdomiro Bernardo do Nascimento

19/05/2022 - 13:11:31

Corrigindo: digitei errado, é Orquestra Sanfônica de Serrinha. Saiu "sinfônica".


Valnice Castro

19/05/2022 - 09:32:35

Mais uma vez, uma matéria excepcional de Galdino, retratando a nossa Festa Junina, que deveria ser mantida da forma tradicional, não desvirtuar com grupos/bandas de outros ritmos, São João é Sanfona, Zabumba e triângulo, é quadrilha, são as comidas típicas, são as bandeirolas/balões/fogueiras e por ai vai. Aproveito para parabenizar a Orquestra Sinfônica de Serrinha, uma belezura!


Valdomiro Bernardo do Nascimento

19/05/2022 - 08:52:50

Parabéns pela excelente Matéria. Viva o Nordeste! Viva a Orquestra Sinfônica de Serrinha!


Manoel Rozendo

19/05/2022 - 07:38:27

Acredito que o nosso Secretário Val vai se não já foi sentar com nosso Prefeito buscar patrocinadores para abertura do São João em Paulo Afonso está orquestra sinfônica de Serrinha.E vc Galdino é fantástico com mais uma matéria completa da cultura .Parabéns amigo.


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