No dia 24 de maio de 2019, quando já se estava organizando o São João em Paulo Afonso, correu pelos grupos de WhatsApp, o nosso correio moderno, a triste notícia do falecimento do sanfoneiro Enoch do Acordeon.
Nesse mesmo dia, pouco depois do meio dia o site www.folhasertaneja.com.br repercutia essa notícia que teve mais de 1.100 visualizações. Prova do bem querer do povo ao seu artista que partiu...
Nesta matéria que pode ser acessada pelo link abaixo:
https://www.folhasertaneja.com.br/noticias/memoriaviva/372315/1,
dissemos da importância desse músico autêntico para a nossa região e mostramos algumas imagens de sua participação na Vila do Forró montada na Avenida Apolônio Sales, animando a todos, inclusive aos idosos dos grupos organizados da cidade.
E eu dizia da lembrança que tinha de Enoch do Acordeon, com senho fechado que parecia estar com raiva, e trazia dentro do peito um coração de manteiga derretida.
Mas, chegou o seu dia, como acontecerá com todos nós. A sanfona ficou calada. Foi como se, no meio do forró, o sanfoneiro fosse embora e ficasse no ar apenas os acordes das últimas estrofes do último xote, forró, baião, o que fosse, desse montão de ritmos nordestinos que os dedos ágeis de Enoch encontrava nas teclas de sua sanfona e agitava a multidão que se espremia no Vila do Forró construída na avenida principal da cidade.
Na mesma notícia se pedia que a Prefeitura homenageasse a esse grande animador dos festejos juninos. Fez-se homenagens a ele, pequenas no momento e veio a pandemia e parou tudo durante dois anos.
Agora, quando os festejos juninos são retomados, a Prefeitura, através da Secretaria de Cultura e Esportes, sob a gestão de Val Oliveira, faz toda a festa junina como um Tributo a Enoch do Acordeon, um pernambucano que fincou raízes tão profundas nestas terras pauloafonsinas que nelas dormiu o sono eterno.
E, nessa merecida homenagem, a jornalista Veruska Alcântara escreveu:
Enoque Ferreira da Silva nasceu na cidade de Sertânia, povoado de Caruarina, em Pernambuco, em 1954. Aos quatro anos descobriu o gosto pela música e o dom com o seu pai, Francisco Freire da Silva, que fez do menino do Sertão um dos maiores tocadores de sanfona desse país. As pequeninas mãos que iniciavam o toque na sanfona transformaram Enoque do Acordeon em mestre e encantavam sua mãe, Joana Ferreira da Silva.
Junto com seus irmãos Ilda, Maria José, Fátima, Dalila e Cícero, viveu até a juventude em Sertânia, quando aos vinte e poucos anos veio morar em Paulo Afonso, ainda jovem, e consolidou aqui na nossa terra sua carreira. Tocava divinamente, como ninguém, animando com seu instrumento milhares de pessoas em toda a região. Nesta cidade teve dez filhos.
Em 2019 foi tocar sanfona no céu, mas deixou um legado que celebramos com o nosso festejo junino, dando a essa festa o nome dele, que foi um dos maiores músicos sertanejos de todos os tempos! Puxa o fole e toca, mestre! (Veruska Alcântara-30/05/2022)