Nos últimos dias do mês de Julho, de tantos eventos em Paulo Afonso, recebi, através de Evilásio, com grande alegria, o convite do Pastor e Escritor Antonio Martins Bezerra para acompanhar a sua caminhada por esta região de Paulo Afonso e arredores, naqueles dias, quando reuniu parentes mais próximos e outros nem tanto da numerosa Família Bezerra, quando Antonio Martins apresentou a todos uma grande obra literária que ele organizou com o apoio de mais de uma dezena de colaboradores.
Trata-se a obra excepcional chamada Memorial da Família Bezerra de quase 400 páginas de leitura muito agradável, recheada de centenas de fotos de membros desta família que estão espalhados por várias regiões do Brasil, muitos deles moradores de povoados de Paulo Afonso, como a Malhada Grande e outros e também na cidade de Paulo Afonso e no seu entorno, todos com rica passagem de contribuição para o desenvolvimento desta região.
Impossibilitado de estar presente, por outros compromissos assumidos antes, acompanhei os encontros familiares, por dezenas de fotos e vídeos enviados por Evilásio e estou lendo o livro que me foi gentilmente oferecido pelo seu autor organizador e onde encontro personagens bem conhecidos da história de Paulo Afonso desde os seus primórdios.
Ali, vejo os ex-vereadores José Moreira (Zé de Eusébio) e José Alcântara, que foram vereadores atuantes em Paulo Afonso e chegaram à presidência da Câmara.
José Alcântara é neto de Hermógenes Bezerra de Souza, filho do povoado Malhada Grande que chegou a ser candidato a prefeito de Glória/BA, a quem pertencia todo esse território do hoje município de Paulo Afonso, a partir de 28/7/1958. Hermógenes Bezerra foi vereador em Paulo Afonso na legislatura de 1963 a 1967 e apoiou a candidatura do neto José Alcântara, eleito para a legislatura 1968 a 1971, sendo vice-presidente da Câmara e assumido a presidência desse Poder Legislativo por curto espaço de tempo, em 1971.
O vice prefeito de Paulo Afonso, Marcondes Francisco e ainda José Alcântara, Evilásio e Marlene, com D. Noquinha, Evandro e Graças, e outros pauloafonsinos estiveram na Malhada Grande quando esse livro foi apresentado. O livro foi lançado também em outras cidades e povoados.
Reencontro, nas muitas páginas do livro em que é também homenageada e participando do evento, prestes a completar os seus 99 anos, a Sra. Noélia Bezerra da Silva de quem talvez ninguém se lembre, por esse nome, mas certamente a conhecem muito bem se a chamarmos de D. Noquinha, a quem dediquei um capítulo do meu livro De Forquilha a Paulo Afonso – Histórias e Memórias de Pioneiros, justamente pelo seu pioneirismo em Paulo Afonso, onde chegou no início dos anos de 1950 e muito contribuiu para o comércio e desenvolvimento da Vila Poty da época.
Fiquei sobremodo agradecido pela riqueza desse presente e pela essência da obra que resgata histórias e memórias de pessoas que, a seu modo e no seu tempo, muito contribuíram para a formação dos povoados e cidades, hoje grandiosas, nessas terras sertanejas e cujas raízes, no país, remontam ao primeiro século do descobrimento do Brasil.
A história da família Bezerra, dos seus ancestrais, nos remete à “aldeia de Becerreá, na Província de Lugo, no Reino da Galícia, norte da Espanha, após migração para Portugal, parte de Ponte de Lima, atravessa o Atlântico e chega ao Brasil em 1535, por Pernambuco, com Duarte Coelho, primeiro Donatário daquela Capitania. A partir de Pernambuco, se espraia por todo o Nordeste, notadamente o agreste e o sertão.”
Fiquei grandemente honrado com a deferência do convite e com a lembrança do presente, cuidadosamente preparado, além do conteúdo histórico de valor imensurável, também na apresentação do livro com fontes e tamanhos de letras que permitem uma fácil, muito agradável leitura, mesmo para aqueles, muitos deles das famílias homenageadas, já caminheiros pelas estradas da terceira idade, alguns bem avançados nessa estrada como D. Noquinha, que completa 99 anos em 6 de setembro de 2022, nascida que foi na sergipana Riachuelo, outra obra grandiosa de Antônio Martins Bezerra, em 6 de setembro de 1923.
Recomendo a todos esta magnífica obra organizada por esse escritor sergipano que já tive a honra de conhecer, pelos “laços do Calvário.”
Antônio Galdino da Silva
Presidente da Academia de Letras de Paulo Afonso
Diretor do Jornal Folha Sertaneja (atualmente online) e
Site www.folhasertneja.com.br
Hoje li algo de uma amigo, que também adora escrever; dizia ele que vai escrevendo "é o melhor dos mundos e nunca me dói"... Cada livro produzido me diz que alguém ressignificou a vida, além de que se eternizou. Quando o livro é de história, aí eu viajo em cada pessoa mencionada e bate em mim uma vontade enorme de ser eterno, só para escrever sobre a vida.