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Professor Galdino

Ser professor é...

“Educar a mente sem educar o coração não é educação em absoluto”.

Publicada em 15/10/22 às 20:17h - 2667 visualizações

Antônio Galdino


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Ser professor é...
 (Foto: imagem ilustrativa)

Li, certa vez, que para ser Professor, além de procurar ter um bom pre­paro, conhecimento, dedicar muitas horas do dia a essa profissão difícil e pouco valorizada, apesar de tantos desencontros, é preciso ter ainda, compromisso e comprometimento.

O Professor, precisa exercitar bem o olhar no outro, precisa mais que isso, precisa enxergar bem o outro. Há muita gente que olha e não enxerga...

O Professor precisa conduzir seus alunos como um líder e acompanhar o seu desenvolvimento. Precisa compreender o outro ser em formação, porque ele deve saber que cada um tem o seu ritmo.

O respeito e o amor colocados nessa relação fazem com que possa doar-se, reconhecer as dificuldades dos alunos, permitir que duvidem, que critiquem, que questionem, na sua natural ansiedade de aprender o novo, o desconhecido, sem se perder o respeito.

O Professor precisa semear e, como disse Milton Nascimento em Cora­ção de Estudante, musicada por Wagner Tiso, “E há que se cuidar do broto / Pra que a vida nos dê flor e fruto”.

Tenho lido também que a profissão de Professor é como um sacerdócio e tenho visto, ao longo das estradas da vida, professores, mestres, que se mantêm apaixonados pelo que fazem.

Porque cada Professor sabe que, mesmo sem o reconhecimento e a maior valorização do seu trabalho por muitos dos que hoje exercem cargos tão importantes e que esqueceram que começaram a sua vida numa banca de escola, pública ou privada, o Professor sabe, sobretudo, que só através da educação pode-se mudar as pessoas que podem mudar o mundo.

A estes escritos que a abrem o meu último livro chamado Os Caminhos da Educação, de Forquilha a Paulo Afonso – Escolas da Chesf e de Paulo Afonso, onde trago à memória histórias de vida de estudantes e de professores marcantes na nossa caminhada como estudantes e até ouso convidar os leitores para uma viagem por algumas paisagens nordestinas.

A eles, resolvi, nesse Dia do Professor do ano de 2022, acrescentar outras informações não tão românticas ou adoçantes ao ego dos professores hoje, mas lembrando sempre do que disse o filósofo grego Aristóteles que nasceu no ano 384 e morreu em 322 antes de Cristo e deixou, entre tantos ensinamentos este pensamento: “Educar a mente, sem educar o coração, não é educação em absoluto”, por entender, em todo o tempo em que estive nas salas de aulas e mesmo depois, que quando se é professor, a mente e o coração estão irmanados, como siameses, inseparáveis nessa caminhada, por toda a vida...

Pelo ofício de publicar notícias diariamente, recebo informações do mundo todo, dentre elas muitas barbáries em relação aqueles que são, todo o tempo, na escola, em casa, na vida, apenas semeadores do bem, os professores.

Acompanho sempre que alguns são heróis, pelo menos para a sua família e seus pequenos alunos e familiares, porque preferiram dar a sua vida, morrerem queimados pela loucura de alguém que verem seus pequenos alunos alcançados por essa loucura. Mas, para as autoridades, eles são apenas passado, história...

Acompanho que, infelizmente, o respeito, o amor, a verdadeira veneração que se tinha para com os mestres, as normalistas, as professorinhas que até mereceram canções, também é coisa do passado, de pouco ou nenhum valor.

Hoje, as notícias constantes e até repetitivas, são de agressões de alunos, pais de alunos, diretores, aos professores que estão nas salas de aulas e eles, os professores e professoras, utilizando essa linguagem dos dias de hoje, apenas para que ninguém se sinta fora desse contexto, para que crianças, jovens, adolescentes e os que estão nas universidades, tenham a oportunidade de se encontrar nos caminhos da vida e ser gente boa, do bem, da justiça e da concórdia e, como tais, produtores do desenvolvimento, da vida para os seus semelhantes, os alunos, em tempo de aprendizagem...

É lamentável que, especialmente no dia, na semana do Professor, os legisladores e os governantes de todos os níveis espalhem pelas mídias sociais, jornais, televisão, outdoors, mensagens de elogio, de aplausos, de “reconhecimento” da importância do trabalho dos professores, “o único profissional que forma todos os outros” e, no correr do ano, não se ofereça a esse profissional realmente importante e realmente formador de todos os outros profissionais, as condições de trabalho para que exerça a sua profissão com dignidade e salários decentes para que possa, ele próprio dar a melhor condição de vida para a sua família.

Ainda assim, sempre vai-se encontrar nesses rincões perdidos dos sertões nordestinos e em todos os lugares do Brasil professoras que andam quilômetros a pé, ou em caminhões velhos que também transportam as crianças, ou de bicicleta, no calor dos sertões ou nas chuvas frequentes de  outras regiões, para encontrar seus alunos, às vezes abrigados numa latada improvisada, com seus cadernos amarrotados, mas prontos para receber esse carinho que não tem preço mas precisa de reconhecimento e de aplausos, condições de trabalho e salário digno, muitas vezes tão prometido nos palanques das campanhas políticas. Apenas promessas...

Tive a graça de Deus de estudar e depois ser professor nas Escolas da Chesf, reconhecidas como modelo para o Nordeste. Outros, hoje, estudam em escolas modernas que buscam oferecer o melhor para estes alunos.

Mas, por esse mundão do Brasil, nem tão longe dessas terras pauloafonsinas, há professores que não têm muito o que comemorar no Dia do Professor.

E faz muitas décadas que vem se contando esta história...

Quem é Professor, sempre continuará sendo aprendiz e agradeço a Deus sempre, pelo muito que aprendi na convivência com meus alunos, a quem também sou muito agradecido.

A minha homenagem, em todos os tempos e em todas as dimensões, a todos os mestres e aos mestres da minha vida! Com todo o meu carinho!

Antônio Galdino da Silva

 




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