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Professor Galdino

MEMÓRIA VIVA - Uma olhada no retrovisor da vida...

Publicada em 06/04/23 às 15:45h - 360 visualizações

Antônio Galdino


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MEMÓRIA VIVA - Uma olhada no retrovisor da vida...
 (Foto: Imagens da Net: blog.portaleducacao.com.br, www.passeidireto.com, blog.solides.com.br)

De vez em quando circula pelas redes sociais uma mensagem de alguém que viveu em outros tempos em que não se tinha celular e outros coisas da chamada “modernagem” de hoje e os que viveram aqueles belos tempos eram livres e felizes.

As brincadeiras eram as mais simples e os brinquedos eram improvisados com o que se tinha à mão. Uma enorme carreta era feita com latas de leite vazias, na verdade, cheias de areia. E a resenha do dia era feita nas calçadas da frente das casas, a família junta, reunida, e não na frente da TV onde, cada um com o seu celular é a própria solidão do mundo... embora todos se enganem pensando que estão “conectados com o mundo exterior” e da família, dos mais próximos, pouco se sabe...

Quando chegamos além dos setenta, até bem antes, é interessante dar uma olhada no retrovisor da vida e ver como foi lá prá trás...

Quanta diferença!! Nas ações, nas atitudes, nas relações entre as pessoas e logo me vem a lembrança de Machado de Assis ao se questionar em um soneto: “Mudaria o Natal, ou mudei eu?”

Pois é, amigos... porque as coisas mudaram tanto assim?

Disse uma vez a uma pessoa amiga... – quando era bebê ainda, me disseram meus familiares, mais, muito mais que uma vez, eu comi, com bom gosto, xerém com café, ainda bebê e ando por esse mundo dito moderno já avançado na idade, além dos setenta... E vejo que hoje os bebês não podem ficar no chão, nem tomar sol, nem vento... Não podem quase nada... Falta pouco para colocar todos eles em bolhas de vidro, de preferência, vidros escuros para não serem incomodados pela luz...

Oh! mundo chato esse que a modernagem inventou...

E quando leio nos jornais, vejo na TV, mais um caso de agressão aos professores, destaque na mídia a todo instante, fico realmente triste e preocupado porque já estamos vendo muitos desses meninos modernos dando seus frutos por aí...

E não é apenas saudosismo bobo ficar pensando na música Meus Tempos de Criança, de Ataulfo Alves:

“Que saudade da professorinha
Que me ensinou o beabá

...

eu igual a toda meninada
Quanta travessura que eu fazia
Jogo de botões sobre a calçada
Eu era feliz e não sabia..”

Falei da inquietação de Machado de Assis e não posso esquecer de Carlos Drummond de Andrade que em seu Poema das Sete Faces chega à seguinte triste conclusão:

Mundo, mundo, vasto mundo
Se eu me chamasse Raimundo
Seria uma rima, não seria uma solução...

Vejam essa narrativa que anda circulando por aí, certamente criada por alguém da minha geração, com quem concordo, e que nos permite, mesmo sem ter uma solução, porque outros grandes e poderosos interesses fizeram chegar a esse ponto, pensar, refletir...sonhar como é próprio dos poetas, dos escritores...

Quem sabe, é chegado o tempo de aceitar o conselho ou a decisão do grande Manoel Bandeira...

“Vou-me embora pra Passárgada...”

Antônio Galdino da Silva

É FATO!!!

Na escola, não ganhávamos uniformes, o uniforme era comprado...E, se fosse sem uniforme não entrava na aula... Se chegasse atrasado assinava o livro preto....Não tínhamos telefone celular nessa época, éramos acostumados a usar o famoso orelhão. As pesquisas eram na Biblioteca. E como era divertido ir até a biblioteca.

O trabalho era escrito à mão e na folha de papel almaço..

Tinha dever de casa e a Educação Física era esperada por todos!

Na escola tinha o “cicatriz”, o “gordo”, o “magrelo”, o “zoreia” o “quatrozoio”, o “cabeção”, o “baixinho” “oliviapalito”, o “negão” e nada disso era uma ofensa!

Todo mundo era zoado, às vezes até brigávamos, mas logo estava tudo resolvido e seguia a amizade... Era brincadeira e ninguém se queixava de “bullyng”. Existia o valentão e a valentona, mas também existia quem nos defendesse.

Antes de iniciar as aulas, a gente cantava o Hino Nacional.

A rede social da época eram os cadernos de pergunta e resposta que circulavam pela sala para contarmos sobre nós e também sabermos um pouco mais um dos outros!

Íamos para a escola à pé. Na saída, adorávamos quando alguém fazia aniversário... Era ovo, farinha, o que tinha pela frente.

Final de ano, não víamos a hora de acabarem as aulas, para que os colegas escrevessem nas nossas camisetas para guardarmos de recordação!

A frase "PERAÍ MÃE" era para ficarmos mais TEMPO NA RUA e não no COMPUTADOR ou no CELULAR como hoje... Colecionávamos FIGURINHAS, SELOS, PAPEL DE CARTA, CARRINHO DE ROLEMÃ, tínhamos ioiô e outras brincadeiras mais.

As brincadeiras eram saudáveis, os meninos brincavam de bater figurinhas, não nos colegas e professores como atualmente.

Adorava quando a professora usava MIMEÓGRAFO e aquele cheiro do álcool tomava conta da sala... Na rua era, ESCONDE-ESCONDE, PULAR CORDA, ELASTICO, TACO, AMARELINHA, QUEIMADA, PIPA...

Comíamos na rua mesmo, bebíamos água da torneira, andávamos descalços e vivíamos no sol sem protetor.

Não importava se nossos amigos eram negros, brancos, pardos, ricos, pobres, meninos ou meninas.

Todo mundo brincava junto e como era bom. Bom não, era maravilhoso! Filmes só assistíamos na TV e não víamos a hora de passar a sessão da tarde.

Que saudades dessa época em que a chuva tinha cheiro de terra molhada!!! Podíamos tomar banho nela sem ficar doente... Época em que nossa única dor era quando passávamos MERTHIOLATE nos machucados

Educação era em casa, até porque, ai da gente se a mãe tivesse que ir à escola por aprontarmos.

Nada de chegar em casa com algo que não era nosso, desrespeitar alguém mais velho ou se meter em alguma conversa.

Fico me perguntando!!! QUANDO FOI QUE TUDO MUDOU??? E os valores se perderam e se inverteram dessa forma???

Quanta saudade, quantos valores, que pra esta geração não valem nada.

Saudade de tudo que hoje não tem mais valor!!!

Fui dessa época com muito orgulho, e que saudades...

(Autor desconhecido)




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1 comentário


Marcos Antônio Lima

06/04/2023 - 17:20:19

Imaculada verdade.


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