Pausar a vida pelos filhos...(?)
Hoje, 14 de maio de 2023, Dia das Mães, que se tornou importante para muitos por conta do aumento das receitas do comércio, circula nas redes sociais e chegou no meu WhatsApp, um texto bastante interessante, avaliação muito importante sobre SER MÃE e o apego aos filhos.
Resolvi compartilhar com os leitores desse site, ao tempo que abraçamos simbolicamente todas as mães do ventre e do coração nesse dia especial e em todos os outros dias, para as mães também sempre dias especiais.
Deixo também esse poema do poeta gaúcho Mário Quintana. E o abraço a todas as mães que sabem que delas são todos os dias.
Assim, Parabéns para todas as mães, todos os dias!
Antônio Galdino – Editor
Pausar a vida pelos filhos...
Hoje tomei meu café e fiquei pensando em quantas vezes, desde que me tornei mãe, já escutei a frase “não pause sua vida pelos filhos, pois eles um dia crescem”; como uma forma disfarçada de menosprezar a dedicação materna.
Cria-se o filho pro mundo, todo mundo diz.
As asas, as benditas asas. Eu sei, você sabe.
Não pausar a vida. Ideia curiosa essa já que ser mãe é viver eternamente de pausas.
Por 9 meses, pausa o vinho.
Por aproximadamente 40 dias se pausa a vida sexual.
Por muitas e muitas noites pausa o sono, pausam a reunião de trabalho, a ligação importante, a oportunidade profissional. Pausa a poupança, porque juntar dinheiro fica difícil.
A gente pausa as refeições e os banhos. Pausa os planos de viagens, as saídas com as amigas, as idas ao cabeleireiro.
A gente pausa o coração na preocupação e pausa a própria vida pra respirar a deles.
Criar para o mundo. O que isso seria?
Suponho que minha mãe me criou “para o mundo,” sempre me dando asas. Fui conquistar esse mundão para o qual a minha mãe me criou.
Mas a verdade é que eu nunca deixei de ser dela. Um pedaço dela. Um produto dela.
Então eu penso, enquanto tomo meu café com lágrimas e amargo as saudades que sinto da minha mãe, que filhos não são do mundo. Nossos filhos são nossos! Eles vieram da gente e voltam pra gente de novo e de novo.
Mesmo estando longe, eles são nossos. Nossos pedaços. Nossos produtos. Os produtos de todas as nossas pausas. Porque é na pausa que fortalecemos o vínculo, é na pausa que construímos as memórias. É no pausar da vida, nesse incessante viver pelo outro, em meio às dores e sacrifícios que, como mulheres, muitas vezes nos vemos plenas; e mais do que isso, nos vemos mães.