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Professor Galdino

Péra aí, doutor! Mais respeito com a cultura nordestina!

Publicada em 04/06/23 às 22:51h - 822 visualizações

Antônio Galdino


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Péra aí, doutor! Mais respeito com a cultura nordestina!
 (Foto: Arq. Folha Sertaneja e net)

Mês de junho, mais ou menos aliviados dos horrores da pandemia, embora uma virose não sei quê esteja derrubando muita gente, os nordestinos, especialmente, se animam com a retomada das festas juninas em toda a região. O comércio também sorri animado...

Nesse mês, com cidades programando seus eventos para apenas alguns poucos dias e outras com intensa programação que entra pelo mês de julho, certamente nesse tempo cresce o orgulho de ser nordestino, destacam-se os valores culturais preservados na música regional, nas roupas tradicionais. nas comidas típicas que remetem à gratidão pela fartura de alimentos, à base do milho, fruto da terra, pelas chuvas de março, especialmente no dia de São José, diz a tradição religiosa.

Parque do Povo - Campina Grande/PB - 42 mil metros quadrados.

Lugares como Caruaru, em Pernambuco e Campina Grande, na Paraíba, vivem na disputa permanente do lugar de maior São João do Brasil, do mundo, do planeta terra e com têm uma programação de mais de um mês de festas com centenas de grandes e de pequenas atrações em toda a cidade e no centro das cidades em áreas de mais de 40 mil metros quadrados onde aparecem, durante os festejos juninos, seis ou mais milhões de pessoas...

Mas, vez por outra, aparecem os inovadores de plantão, os insatisfeitos com as nossas raízes, prefeituras que ostentam grande poder econômico e investem milhões de reais para trazerem para as suas festas grandes nomes da música brasileira e, quase sempre, investem muito em grandes bandas e cantores de outras regiões do país e pagam valores irrisórios às bandas e cantores da terra.

E sempre têm aparecido, nos últimos anos, reclamações daqueles que defendem a cultura nordestina, a música, os cantores, as bandinhas de pífanos e de pé-de-serra e, sobretudo os bons cantores nordestinos.

Flávio José em Campina Grande/PB - 02/06/2023

Circula pelas redes sociais vídeos de protestos porque o tempo de apresentação do cantor Flávio José, de Monteiro/PB foi reduzido para esticar o tempo de apresentação do cantor Gustavo Lima na noite de 2 de junho na festa junina, justamente de Campina Grande, também na Paraíba, terra de Flávio José.

 

Segundo informa o Jornal da Paraíba, “A prefeitura de Campina Grande se pronunciou, na tarde deste sábado (03), sobre a reclamação do cantor paraibano Flávio José, na noite de ontem (02), quando teve o tempo de show reduzido.


Na nota, pede desculpas e presta solidariedade. Afirma que a gestão respeita todos os artistas e quer fazer um evento que valorize a cultura e a tradição de 40 anos do Maior São João do Mundo.


De acordo com a prefeitura, essa é a edição com o maior número de atrações regionais. E alegou que não consegue controlar a ordem dos shows, sob responsabilidade da empresa que organiza a festa.


Nomes que nos orgulham, como Flávio José, Alcymar Monteiro, Chico César, Capilé, Biliu de Campina e tantos outros. Infelizmente, não conseguimos controlar a ordem dos shows, responsabilidade da empresa que venceu a licitação e realiza a festa. Mas estamos atentos e cobrando para que nossos artistas sejam respeitados e possam engrandecer o São João de Campina Grande”, registrou a nota.


Prefeito nas redes 

Antes da divulgação da nota oficial, o prefeito Bruno Cunha Lima (PSD) se pronunciou nas redes. Falou sobre a admiração que tem por Flávio José e lamentou o ocorrido que, segundo ele, foi motivado pela passagem de som, que encurtou a apresentação em 20 mim”.

Mesmo com o remendo feito pelo prefeito, o assunto corre o mundo e mostra que há sim outros interesses em que a cultura e os valores do Nordeste não têm lá essa importância toda...

Pelourinho - Salvador/BA

O assunto corre mundo afora e o governador da Bahia, já anunciou a presença de Flávio José no São João do Pelourinho, em Salvador...

 

Vila do Forró Mama Vitória (in memoriam), em Paulo Afonso/BA, anos atrás.

Em Paulo Afonso também nesse período, já se contratou para apresentações para grandes multidões na Avenida Apolônio Sales, ao lado da Vila do Forró Mama Vitória, Leonardo, o Padre Fábio de Melo e um monte de outros cantores que são grandes profissionais e têm milhões de fans e seguidores em suas redes sociais mas não fazem parte desse universo dos festejos juninos, tão nordestinos, tão sertanejos.

Outro detalhe é a descaracterização das quadrilhas juninas. Antes, bem mais simples e muito associadas à realidade nordestina e hoje com roupas e coreografias estranhas nada têm a ver com os festejos tradicionais...

No Caderno Cultural da Edição de Junho de 2022 do Jornal Folha Sertaneja, publicado no dia 05 de julho de 2022, trouxemos esse assunto, inclusive com a reprodução de versos de Mariana Teles, Advogada e poetisa, filha do repentista Valdir Teles (falecido em março de 2020), de São José do Egito.

Os versos de Mariana Teles têm como título e mote: DEVOLVA O MEU SÃO JOÃO que reproduzimos aqui ao nos associar a estas vozes que defendem as nossas raízes.

Péra aí, doutor Prefeito. Mais respeito com a cultura nordestina! 

Devolva o meu São João

Mariana Teles

Não é contra o sertanejo,

Maiara nem Maraísa

Mas no São João precisa

Tocar “lembrança de um beijo”,

É contra a máfia que eu vejo

Ganhando licitação,

Usurpando a tradição,

Vendendo a identidade

Pelo forró de verdade,

“Devolva meu São João”

 

Imaginem Salvador

Pátria do axé brasileiro,

Colocando um violeiro

Num trio do parador,

Leo Santana e um cantador

Dividindo a percussão

Vila Nova num cordão,

Sem tocar mais Preta Gil

Pelos ritmos do Brasil,

“Devolva meu São João”

 

Cultura é identidade!

É patrimônio de um povo,

E nenhum sucesso novo

Compra originalidade.

Não discuto a qualidade

Mas discuto a tradição,

Quem quiser ouvir modão,

Ou a Festa da Patroa,

Vá pra terra da garoa.

“Devolva meu São João”

 

Se quiser ouvir Marília

No mesmo tom da sofrência,

É comprar com antecedência

Villa Mix de Brasília...

Mas no São João tem família,

Que não desce até o chão

Vai pra ouvir Assisão,

Forró sem som de “breguismo”

Não dê lucro pra o modismo.

“Devolva meu São João”

 

Pela pátria nordestina!

Pelas nossas tradições!

Vamos romper os cordões

De camarote em Campina,

São João é na concertina,

Não se divide em cordão

Para quê segregação

Numa festa popular?

Ninguém pode separar!

“Devolva meu São João”

 

E as próximas gerações,

O que irão conhecer?

Irão “curtir e beber”

Como ensina esses modões?

Que será das tradições,

Com o som de apelação?!

De Wesley Safadão

Que o forró não promove

É brega noventa e nove...

Só um por cento é São João

*Mariana Teles é poetisa e advogada. É filha do repentista Valdir Teles, de São José do Egito. Valdir Teles faleceu em março de 2020 deixando uma grande lacuna entre os mais destacados nomes dos repentistas nordestinos. 




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2 comentários


Elizabeth Quadros Reis

06/06/2023 - 23:55:11

Concordo plenamente, nosso oxente e nossas tradições tem sim que ser devolvida ao nosso povo.Nordeste tem tradição e tradições se respeita.Saudade do tempo que as festas juninas os filhos da terra voltavam para verem as suas famílias e viverem as tradições, hj em Paulo Afonso as autoridades estão conseguindo acabar com nossas tradições.Devolvam nosso São João.


Marcos Antônio Lima

05/06/2023 - 06:41:06

Endosso a matéria. Festa junina é sinônimo de forró, de milho assado e cangica quente, não me venha tirar o meu Oxente nem bagunçar o São João da gente.


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