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Professor Galdino

8 de julho de 2023. 10 anos sem o Professor Gilberto Oliveira

Publicada em 08/07/23 às 00:56h - 1248 visualizações

Antônio Galdino


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8 de julho de 2023. 10 anos sem o Professor Gilberto Oliveira
 (Foto: Acervo Antônio Galdino e Arq. Jornal Folha Sertaneja)

Parece que faz pouco tempo que eu entrava na sala do Professor Gilberto Oliveira, na ala administrativa do Colégio Sete de Setembro para conversar com ele sobre os primórdios da educação em Paulo Afonso, sobre o seu pioneirismo nesta área em um povoado esquecido de Glória, chamado Forquilha mas, por ter crescido em população de forma assustadora, com a chegada da Chesf, já ganhava, no fim de 1953 o status de Distrito de Paulo Afonso.

Gilberto Oliveira chegara ainda mais cedo, em 1950, para trabalhar nessa empresa que mudou a vida de todo o Nordeste. E um dos seus primeiros atos no povoado que crescia vertiginosamente por causa das obras da hidrelétrica do São Francisco, foi secretariar a reunião de criação da Igreja de Cristo Pentecostal no Brasil...

Gilberto Oliveira, na Igreja de Cristo Pentecostal no Brasil - Av. Otaviano Leandro de Morais

Evangélico desde suas origens, em Floresta/PE, fazia suas refeições no Restaurante da Chesf onde fez amizade com outro evangélico, João Cartonilho com quem compartilhou um sonho. Ele sofria vendo centenas de pequenos meninos e meninas do Povoado Forquilha, que ficou conhecida como Vila Poty, sem escolas porque a única existente no ano de 1950 era a Escola Adozindo Magalhães de Oliveira construída pela Chesf e destinada a receber os filhos dos empregados da empresa. E foram tantos esses filhos, que a Chesf, nos dois anos seguintes fez mais duas escolas: a Escola Murilo Braga e a Escola Alves de Souza e depois o Ginásio Paulo Afonso (COLEPA) e muitas outras escolas...

Destas conversas de Gilberto Oliveira e João Cartonilho nasceu a ideia da Escola Evangélica Antônio Balbino e para que ela existisse foram buscar o apoio do presidente da Chesf, Antônio Alves de Souza, do vereador Abel Barbosa, eleito em 1954 pelo Distrito de Paulo Afonso para a Câmara Municipal de Glória, a quem pertencia esse Distrito/Vila Poty, de comerciantes...

Foi mesmo uma luta tremenda. A escola vivia de doações. E funcionava em salões como o prédio do Distrito de Paulo Afonso, o anexo da 1ª Igreja Batista e outro cedido pela Chesf e tantos eram os que queriam estudar nessa única escola da Vila Poty que logo já eram mais de 500 estudantes em três prédios diferentes...

Fundação do Centro Evangélico de Recuperação Social de Paulo Afonso

Para dar suporte a essa Escola Evangélica Antônio Balbino, nome do então governador da Bahia, de quem se esperava apoio que nunca veio, criou-se o Centro Evangélico de Recuperação Social de Paulo Afonso, instituição ainda hoje mantenedora do Colégio Sete de Setembro...

Tive acesso à informação que a esposa do Professor Gilberto Oliveira, D. Wilma, na época em que se organizava a Escola Evangélica Antônio Balbino, recebeu um convite para trabalhar na Chesf, que era o sonho de todo mundo, e ela recusou para se dedicar a esta Escola filantrópica.

O pioneirismo do Professor Gilberto Oliveira na educação criou o embrião de um grande grupo educacional e do Ginásio Sete de Setembro, veio o Colégio, nasceu a Faculdade Sete de Setembro que hoje é o grande e respeitado Centro Universitário Rio São Francisco – UNIRIOS - oferecendo grande número de opções de cursos e se espalha pelo Brasil em centenas de núcleos de Educação à Distância.

Gilberto Oliveira em Floresta/PE

Gilberto Oliveira em Floresta/PE, na frente da Escola onde estudou

Gilberto Oliveira em Floresta/PE, à sombra do tamarineiro e em frente à casa onde morou

E tudo começou na sua formação familiar, nas suas origens humildes em Floresta/PE. Lembro dos seus olhos brilhando quando o acompanhei a um visita à sua cidade natal. Emocionou quando esteve em frente à casa onde morou, da escola onde estudou, da loja onde trabalhou, onde funcionava outra empresa comercial, ao parar na sombra de um dos muitos tamarineiros seculares do centro da cidade...

A poetisa Cora Coralina, na maturidade dos seus mais de setenta anos escreveu: “Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos valores humanos e ser otimista!”

O Professor Gilberto Oliveira era bem assim, com um reforço a mais, certamente o mais importante de todos. Ele era um homem de fé inabalável. Era sempre grato a Deus e tinha como versículo preferido, sempre citado em suas falas, em seus discursos na formatura dos doutores do ABC do Ginásio Sete ou dos formandos nos cursos universitários da FASETE, cheio de gratidão: “Até aqui nos ajudou o Senhor” (1º Sm. 7:12) (que adotei no cabeçalho do Jornal Folha Sertaneja). E quando foi erguido o prédio da Faculdade Sete de Setembro mandou colocar na sua parte mais alta para que todos pudessem ler: DEUS É FIEL!

E Deus o honrou dando-lhe mais de 85 anos de vida e esta história de vida exemplar.

Estive, muito emocionado, no lançamento do livro que conta a história de sua vida, delicada e fielmente construído pela família e pela escritora Joranaide Alves Ramos - Professor Gilberto - Realizador de Sonhos com o que contribuí com alguma pesquisa e fotos e do qual fiz o prefácio e me senti muito honrado.

Lembro que há 10 anos, chegava a notícia que, às 21 horas da segunda-feira dia 8 de julho, em Salvador, o Professor Gilberto dormira no Senhor...

E lembro que no dia seguinte, com a chegada do seu corpo, no velório e no seu sepultamento, grande multidão ali estava, entristecida pela partida deste homem que, ao longo de sua vida, semeou o bem e o amor ao próximo.

Certamente ali se cumpria o que está em Eclesiastes 3: 1, 2: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer”.

Faz 10 anos que o Professor Gilberto não está fisicamente entre nós. Mas é impossível andar pelos corredores e salas de aulas do Colégio Sete de Setembro, do Centro Universitário Rio São Francisco – UNIRIOS e nas muitas unidades de apoio à educação criadas pelo grupo Sete de Setembro sem se sentir a sua presença, que não se veja as marcas de sua passagem por estes lugares, por esta cidade de Paulo Afonso-BA.

Hoje, 8 de julho, 10 anos depois da partida do Professor Gilberto Oliveira, encontrei um texto que, com o coração pesaroso, escrevi e que reproduzo com esse mesmo sentimento de respeito e de admiração pelo seu trabalho e sua vida e cujo legado se perpetua na gestão dos filhos, netos e nas próximas e muitas gerações que virão.

Estamos todos muito tristes. Morreu o Professor Gilberto Oliveira, o realizador de sonhos!

Prof. Antônio Galdino da Silva (9 de julho de 2013)

O meu coração está quebrantado ao redigir esse texto para falar do silêncio de quem sempre foi tão eloquente...

A comunidade acadêmica e, de forma bem ampla os evangélicos em especial, pela proximidade de irmãos na fé, os que moram em Paulo Afonso, mesmo os que estão distantes, todos estão sentindo a perda de uma pessoa que dedicou toda a sua vida ao serviço da educação neste município.

Como costumam dizer os evangélicos, o professor Gilberto Gomes de Oliveira "dormiu no Senhor", um eufemismo para suavizar o impacto de tão grande perda. Ele nos deixou às 21 horas desta segunda-feira, dia 08 de julho de 2013.

Deixa uma vida exemplar, como afirmei ao escrever o prefácio do livro Professor Gilberto, Realizador de Sonhos, assim, em destaque, tão grande o seu significado, escrito por Joranaide Ramos, onde eu dizia: "Como falar da vida íntegra e da pessoa temente a Deus e tão amada do professor Gilberto Gomes de Oliveira, sem me reportar aos primeiros tempos de Paulo Afonso quando aqui chegou, em 1950?"

O corpo físico, posto que é pó, volta ao pó, mas o seu legado nunca morrerá.

Estamos muito tristes com a partida deste homem a quem Deus concedeu a graça de viver mais de 85 anos, completados em 27 de novembro de 2012. Mas como diz o salmista Davi em Salmos 116:15, "Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos."

E Gilberto Oliveira sempre foi muito grato a esse Deus que lhe deu tantas vitórias e o fez tão querido de todos nós. Repetia sempre, a cada vitória, a citação do profeta Samuel: "Até aqui me ajudou o Senhor". (I Sm 7:12)

Hoje, envolto no sentimento de perda, na saudade, na ausência daquele com quem tanto conversamos, lembro que ao me dar a oportunidade de ser professor ainda quando Ginásio e mantinha o Curso de Admissão ele, sem nem imaginar isso, despertou em mim o desejo de ser professor a vida toda e fazia vingar um dos frutos de sua natural capacidade de realizar sonhos e ali voltei, como professor do seu Colégio Sete de Setembro nos cursos técnicos de Secretariado, Administração e Contabilidade.

Certamente que este exemplo de vida, de membro fundador da Igreja de Cristo Pentecostal no Brasil onde foi o relator da primeira ata de sua fundação em Paulo Afonso a educador renomado, este legado que não morrerá jamais, há de ser referência para os jovens estudantes e para tantos que conheciam a sua vida e a sua caminhada nesta terra sertaneja.

Este homem, que se torna imortal pela obra que edificou nesta cidade, não prédios, mas a essência da educação, o despertar do sonho de milhares, em todos os seus níveis – do maternal à universidade – poderia dizer antes do último suspiro, à luz da Bíblia Sagrada da qual nunca se separava como disse o apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia”. (II Tim. 4:7)





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4 comentários


Paulo Roberto Sobreira

18/07/2023 - 18:54:07

Eu, ainda muito jovem, conheci o Professor Gilberto, passando a admirá-lo pelo seu altruísmo, notadamente pela forma sublime de fazer caridade: Educar os mais necessitados, concedendo-lhes Bolsa Educacional integral.Na década de 80, senti-me distinguido e honrado, por ter passado a integrar o corpo docente do Colégio Sete de Setembro, oportunidade em que passei a conviver com pessoas tão distintas, como o Professor Gilberto, a Professora Vilma, a Professora e Coordenadora-Pedagógica Lúcia Cordeiro, e também outros Professores, que para evitar omissão involuntária, deixo de citar os nomes, bem como ex-alunos e amigos, muitos de saudosa memória.Proponho ao Professor Galdino, estudar a viabilidade de conceder ao Professor Gilberto Gomes de Oliveira, "In Memoriam", o Título de Membro da ALPA, pelos imensuráveis serviços prestados à Educação de Paulo Afonso e Região.


Ivone Vilela Hara

08/07/2023 - 15:46:01

Conheci meu tio Gilberto em 1975, quando era adolescente. O que sempre me chamou a atenção era a alegria contagiante dele, sempre com uma frase bem humorada em todos os assuntos abordados. Foram poucos os momentos de convivência, mas foi muito bom conhece-lo! Saudade!


Elda Gomes

08/07/2023 - 10:46:24

Sou sobrinha do prof Gilberto!! E moro em Sao Paulo. Tenho muito orgulho da história q meu tio tão querido deixou paea todos. Passei as ferias da minha adolescência na casa dele em Paulo Afobso e no Recife. Quantas viagens fizemos juntos pelas lindas praias do Nordeste! Tive a honra de tê-lo como padrinho no neu casamento em SP. Fui junto com minha mãe, sua irmã mais mova, no lançamento do seu livro. Quanta emoção naquele dia!!Ele ja tao debiltado. Agradeço a Deus por ter tido a honra e prazer de tê-lo como tio tão próximo, apesar da distância física q nos separava. Agradeço também a você, prof. Galdino por tão linda homenagem!Deus te abençoe...


Zenaide

08/07/2023 - 07:33:22

Meu amigo Galdino, que texto! Quanta emoção ler!Professor Gilberto deixou um legado lindo, certamente a educação de Paulo Afonso não seria a mesma sem ele e você com tanta delicadeza, expressa com mestria toda sua história! Parabéns e Obrigada!


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