Lá se vai meu amigo pelos caminhos do infinito... 

À sua volta, mesmo que não os vejamos, há muitos que o recebem alegremente e que conversam com ele, fazendo a estrada leve, cheia de plantas, brisa suave e rodeada de craibeiras, todas amarelinhas enfeitando o seu caminho...

E você se foi, meu amigo, beirando os 75 anos, depois de mais de 40 anos atuando como médico ortopedista, na Clínica Assisto, em Salvador e no Hospital Nair Alves de Souza, onde nasceu em 18 de novembro de 1948, exatos 11 meses mais novo que eu. Também trabalhava, há muitos anos no Ambulatório da Fachesf em Paulo Afonso e na Clínica Unimagem. Era o Diretor Técnico da UNICLÍNICAS e poucos, só os mais próximos, sabiam disso... Mais de 40 anos como médico...

Por onde passou, a sua preocupação era aliviar as dores de milhares de pacientes, oferecendo a cada um deles a oportunidade de uma melhor qualidade de vida...

Numa viagem ao passado, vamos encontrar o menino Edigar, filho do soldado Julinho (Júlio) e de D. Joaninha (D. Joana), morador da Rua da Frente, bem pertinho da Igreja Nossa Senhora de Fátima, correndo pelas ruas de chão batido e brincando com as coisas mais simples, como faziam os meninos daquele tempo...

A família era numerosa, no padrão da época. Ele e o irmão Euclides e as irmãs, Glória, Severina, Gedalva, Ivone, Miriam e Marly. Euclides, Gedalva e Severina são de saudosa memória e fizeram essa viagem, bem antes dele que, pelos caminhos do infinito, chegou à Casa do Pai...

Aluno aplicado e travesso, como éramos todos nas salas de aulas do Ginásio Paulo Afonso, ao lado de tantos outros como Carlos Daniel, Aline Soares, Nicolson, Maria José (Zezé), Galdino, Francisco (Chicão), que me trouxe, há alguns dias, esta foto da nossa turma do ano de 1963 e disse que eu, Galdino, não estou nessa foto porque fui eu o fotógrafo. Estes, ainda caminham por estas terras das craibeiras na Primavera. Muitos desses colegas já nos deixaram: Zildo Trajano, Ana Leite, Neilma e outros de quem nem soubemos de sua viagem sem volta e outros ainda que não sabemos por onde andam.

Muitos desportistas e jogadores devem lembrar do Dr. Edigar, médico que acompanhava a Seleção de Futebol de Paulo Afonso nas partidas do Ruberleno Oliveira...

Hoje, meu querido amigo Edigar Alves dos Santos, Dr. Digá, como te chamavam alguns dos teus pacientes mais simples e humildes, depois de cumprir a tua missão aqui nesse planeta, retornastes à Casa do Pai e nos deixaste um pouco mais sozinhos nesse território imenso chamado Terra, com tanta gente vaidosa, gananciosa, que ignoram os ensinamentos bíblicos que nos asseguram que nada somos, apenas pó e que a vida é apenas um sopro, que não adianta acumular fortunas por aqui se, nessa viagem de volta às origens, nada levaremos...

Assim são esses ensinamentos, como diz o livro de Eclesiastes.

¹ Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.

² Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;

²⁰ Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó. (Eclesiastes 3:1, 2 e 20)

Agora, Dr. Edigar, nós, os teus amigos dos tempos das Escolas da Chesf e, certamente muitos outros que você fez ao longo dessa caminhada, e os teus familiares queridos, vamos procurar na fé que foi também a tua fortaleza por tantos anos, o alento para nossas dores da perda. Buscar na fé, a força para, também, continuarmos a nossa jornada até quando for chegado o nosso momento de também viajar, com passagem apenas de ida.

Assim, busquemos nesses ensinamentos cristãos essa força, de que todos precisamos em momentos como este.

O Salmo 46:1, diz: “Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente nas tribulações”. E o Salmo 34:18 nos fortalece com essa certeza: “O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado e salva os que têm o espírito abatido.”

Que o Senhor abençoe a todos, desde agora e para sempre!

A todos da família o nosso abraço fraterno.

Professor Galdino, Lourdinha, todos os filhos e familiares. 

Colegas de trabalho do Dr. Edigar, também lamentaram a sua partida.