Final de ano é sempre assim... Há uma aura que envolve mais as pessoas, que parece ter o poder de mudar situações e atitudes. Encontra-se mais facilmente a oportunidade de mais abraços. E essa magia está diretamente associada ao aniversário do nascimento de Jesus, que, mesmo com dúvidas levantadas por alguns historiadores, sobre a data exata, esse tempo, última semana de dezembro de cada ano, tem o poder de tocar nos sentimentos das pessoas...
Então, é Natal! Festa da Natividade! Celebração do nascimento do menino Jesus, gerado pelo poder do Espírito Santo, no ventre de uma virgem, como descrevem os evangelistas Mateus e Lucas.
E. há mais de dois mil anos, o nascimento de um menino, em um cenário pobre, entre os animais, em um estábulo, teve tal poder que abalou impérios e reinados, movimentou gente humilde como os pastores e importantes como os reis que fizeram questão de adorá-lo e lhe levar presentes valiosos...
Anos à frente e nesses tempos atuais, a festa em homenagem ao nascimento do menino-Deus, ganhou tons comerciais. Mudaram o foco da comemoração. Cidades inteiras organizam festas natalinas como a sua grande receita econômica, pelo turismo, pelas vendas no comércio, pelos jantares suntuosos e se promovem desfiles de Papai Noel, cantatas, até espaços com muita neve em regiões do calor tropical do Brasil e luzes, luzes, muitas luzes inundam as cidades...
A luz da Estrela de Belém que guiou os Reis e os pastores, transformou-se, nos grandes centros em luzes de praças e lojas como atrativo para as vendas do comércio ou a exaltação a Papai Noel. E o grande aniversariante de dezembro, o que deveria ser a razão de toda essa festa, costuma ficar esquecido. O foco da festa é Papai Noel...
Há anos, um radialista, ator, jornalista, compositor, comunicador dos mais famosos do Nordeste, nascido em Alagoas e com longa vida de trabalho em Pernambuco, no Recife, onde morreu aos 89 anos, autor de um projeto que seria o protótipo da Escolinha do Professor Raimundo, de nome Aldemar Paiva escreveu um poema chamado Eu não gosto de você, Papai Noel, onde revela como essa figura, adotada pelo mundo capitalista, faz mal às crianças inocentes e pobres do mundo.
Há vários vídeos disponíveis no YouTube com a excelente declamação desse poema. Com Rolando Boldrin, com o também saudoso Lúcio Mauro, na Escolinha do Professor Raimundo, de Chico Anísio, de que também já participou Aldemar Paiva e com o próprio autor, Aldemar Paiva... Acesse esses vídeos pelos links abaixo:
Com Rolando Boldrin - https://youtu.be/kUvYvnBSbcc
Com Lúcio Mauro - https://youtu.be/Astd1rquoyM
Com Aldemar Paiva - https://www.youtube.com/watch?v=IZeHpD0-UL0
Eu lia certa vez e ouvia esse poema de Aldemar Paiva e fiquei muito mexido quando vi que uma professora da rede municipal de ensino de Paulo Afonso fez uma campanha nas redes sociais para encontrar pessoas que fossem padrinhos dos seus pequenos alunos e os adotassem para lhes dar um presentinho de Natal que eles pediram, tudo coisa simples, como simples e humildes são todos eles e suas famílias. E, de uma turma de 25 crianças, 24 delas pediram bonecas, bolas, carrinhos e uma delas pediu comida. Isso. O seu melhor presente seria comida para a sua casa...
Há também uma referência que se associa ao tema, um poema escrito pelo fundador da Academia Brasileira de Letras, o escritor Machado de Assis, em que ele se questiona sobre as mudanças que encontrou no Natal e se pergunta: Mudaria o Natal ou mudei eu?
Neste Natal do ano de 2023, saídos há pouco de uma pandemia que igualou ricos e pobres, todos impotentes diante desse mal, vimos nas redes sociais cidades no mundo inteiro bem iluminadas, as ruas e o comércio cheios de gente nos preparativos para festejar o Natal e, quase sempre, o verdadeiro aniversariante tem sido esquecido...
Celebremos o verdadeiro Natal de Jesus, o seu nascimento com o objetivo de espalhar amor no mundo que se embriaga muito facilmente com as muitas luzes e a figura de Papai Noel...
Celebremos o verdadeiro Natal de Jesus, o Salvador da humanidade.
Feliz verdadeiro Natal para todos!
Vejam vídeo com poema de Bráulio Bessa sobre o tema.