Fabíola Gonçalves Pereira Greve nasceu em Paulo Afonso em 1966, último ano de mandato de seu pai, Adauto Pereira de Souza, o segundo prefeito eleito de Paulo Afonso (1963/1966).
Seu pai Adauto Pereira, de família tradicional do município de Glória e de Paulo Afonso, ainda hoje militantes na política, foi também um brilhante e renomado advogado que faleceu tragicamente em queda de helicóptero quando em campanha política, ao lado do candidato a governador Clériston Andrade.
Darci, sua mãe, estudou no Ginásio Paulo Afonso e, quando o seu esposo Adauto Pereira foi eleito prefeito de Paulo Afonso foi o seu braço forte para a criação do Instituto Municipal de Educação de Paulo Afonso Adauto Pereira de Souza - IMEAPS - um projeto de educação muito ousado para a época e que, anos à frente, em 1970 foi absorvido pelo Estado da Bahia e passou a se chamar Centro Integrado de Educação de Paulo Afonso Dr. Luiz Viana Filho, ou simplesmente CIEPA que originou o atual CETEPI – 1.
Muito querida na Universidade Federal da Bahia onde era a diretora do Instituto de Computação, esta Universidade em nota pública, externou a sua tristeza pela perda de Fabíola Greve, pauloafonsina que deixou marcas fortes de sua competência e de sua passagem pela UFBA.
Diz a Universidade Federal da Bahia:
A Universidade Federal da Bahia se despede da professora Fabíola Greve, diretora do Instituto de Computação.
Fabíola Gonçalves Pereira Greve nasceu em 1966 e ingressou na UFBA como docente em 1992. Alcançou em 2018 a condição de professora titular, após ter sido chefe de departamento e coordenadora de pós-graduação, sempre lotada no Departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística - embrião do atual Instituto de Computação, unidade universitária cuja criação pelo Conselho Universitário, em 2021, deveu-se, em larga medida, à sua firme e incansável liderança, razão pela qual tornou-se sua primeira diretora.
Fabíola graduou-se em processamento de dados pela UFBA em 1988. Defendeu mestrado em ciência da computação na Universidade Estadual de Campinas em 1991 e, já como docente da UFBA, defendeu doutorado em 2002, no Institut National de Recherche en Informatique et en Automatique (Inria/Siège), na França. Também na França, realizou pós-doutorado na Paris-Sorbonne Université, Université Pierre et Marie Curie, em 2011, após ter atuado como professora e pesquisadora visitante em laboratórios em Paris, Orsay e Rennes ao longo da década de 2000.
Pesquisadora de destaque - conselheira da Rede Nacional de Pesquisa (RNP) e membro da Sociedade Brasileira de Computação-, Fabíola fundou e liderou o Grupo de Algoritmos e Computação Distribuída (Gaudì), que se dedicava ao estudo de modelos, algoritmos, protocolos, técnicas, arcabouços e middleware para o desenvolvimento de sistemas e aplicações distribuídas confiáveis. Era o grande nome da UFBA e uma referência nacional na área de blockchain, mecanismo de banco de dados que permite trocas de informação com alto grau de confiabilidade e segurança - tecnologia que vem revolucionando transações bancárias e dos setores industrial, político, de saúde e serviços.
Mas Fabíola era, sobretudo, uma entusiasmada defensora de um projeto de Universidade Pública audacioso, calcado em um binômio por muitos tido como inconjugável numa mesma equação, mas que - contando com sua inestimável contribuição militante - tornou-se norte da UFBA nas últimas duas gestões: excelência acadêmica e compromisso social.
Assessora de Tecnologia da Informação na gestão do reitor João Carlos Salles (2014-2022) e consultora de primeira hora da gestão do reitor Paulo Miguez, Fabíola teve papel fundamental na implementação de novos sistemas de gestão acadêmica e administrativa da UFBA; na digitalização de processos, que hoje alcança 100%; na concepção do UFBA Card e, sobretudo, na criação das condições tecnológicas que permitiram a travessia da pandemia: o projeto "UFBA em Movimento", responsável pelo desenho do Congresso da UFBA em formato digital e dos semestres letivos realizados remotamente, entre outras ações.
De trato franco, leal, respeitoso e afetuoso, Fabíola marcou trajetórias e conquistou amigos por toda a Universidade. Amigos que rezaram e torceram, nos últimos dias, por sua recuperação, enquanto esteve hospitalizada enfrentando complicações decorrentes de uma cirurgia programada, às vésperas de sair para novo estágio pós-doutoral. Amigos que agora lamentam e se despedem, inconsoláveis diante de sua partida inesperada, aos 57 anos.
"Neste momento de dor, tudo que poderia dizer seria pouco, diante do espanto, do inesperado, que nos confronta com nossa própria finitude. Um testemunho pessoal não pode dar conta em poucas palavras de uma amizade de bem mais de 30 anos. Pensando na instituição, todos nós (nós que somos UFBA) só podemos agradecer seu brilho e dedicação, lembrando sempre como ela se associa a muitas de nossas conquistas e sonhos." São palavras do reitor João Carlos Salles (2014-22), às quais se associam o reitor Paulo Miguez e todos os colegas de gestão, num abraço afetuoso a suas duas filhas, Sofia e Vitória, e aos familiares, amigos e colegas da professora Fabíola Greve.
O funeral aconteceu na capela 1 do crematório do Cemitério Jardim da Saudade, no dia 18 de dezembro, às 17h, com velório iniciando às 14h.
Fonte:
Aos familiares, amigos, colegas, alunos e conterrâneos da professora Fabíola, os mais sinceros sentimentos pela imensurável perda.