Os que hoje estão um tantinho mais avançados na idade, moradores de Paulo Afonso a partir do ano de 1972 puderam participar de um programa de calouros organizado e apresentado por Antônio Galdino e Nilson Brandão, principalmente e realizado aos domingos das 11 às 13 horas no antigo Cine Coliseu da Praça Libaneza em Paulo Afonso. Era o Coliseu Show, que uns dois anos antes havia começado no Cine Palace, na Av. Getúlio Vargas e se chamava Palace de Atrações que também teve apresentações marcantes com a de Reginaldo Rossi.
Nesse programa estiveram, todo o tempo, grandes conjuntos musicais da cidade como, principalmente e por ali atuarem por mais tempo Os Satélites, de Elias Nogueira e Os Dissonantes de Toinho.
A Nilson Brandão cabia a tarefa difícil de acompanhar os calouros nos ensaios do sábado à tarde, na sede do conjunto musical e aos domingos dividia a apresentação com Antônio Galdino.
No Coliseu Show: Galdino (apresentador), Ângela, Juvenal (cantores), Fernando Menezes (cantor dos Dissonantes), Isac (cantor), Pinto e Ailton (músicos de Os Dissonantes)
O programa, sempre de casa cheia, durou pouco mais de seis anos e ali foram revelados talentos que hoje trabalham com a música, como França de Karaopeba, vários outros cantores da noite em Paulo Afonso e região, Oscar Silva, que optou pela música gospel e já lançou vários CDs.
E lembro que uma figura que sempre fazia o maior reboliço com a plateia era um cara magrão do cabelo black power e dançando um ritmo maluco no palco que deixava todo mundo na plateia de olhos arregalados.
Era o Nelson Triunfo. Os organizadores do programa ficavam com medo dele quebrar-se todo naqueles agitos.
Esta semana, Beto da Liga estava numa conversa com ele no Instagram e me colocou também nessa conversa e Nelson Triunfo estava exultante pela sua participação e também pelo tema da Escola Vai Vai no carnaval deste ano.
Conversamos bastante, ele lembrou dos seus tempos do Coliseu Show e do primeiro grupo de Hip Hop que criou em Paulo Afonso e que se chamava Os Invertebrados, que foi inspirado em um conversa dele com uma senhora que assistiu a sua apresentação do palco do Coliseu Show e coincidiu de Nelsão e ela se encontrarem na saída do cinema e ela disse: - você não tem medo de se quebrar todo não, rapaz? Você parece que não tem ossos... Mas dança bem, viu? Parabéns. Nasceu aí Os Invertebrados...
Na conversa, Nelson Triunfo falou do seu reconhecimento em São Paulo e do sucesso que faz nas viagens para o exterior.
Mas sobretudo falou da sua alegria em estar participando da Escola de Samba Vai Vai e ter influenciado muito para que o tema do carnaval da escola este ano fosse essa referência ao Hip Hop e outras danças de rua de que ele é considerado o precursor, o pai do Hip Hop no Brasil...
E tudo começou no Coliseu Show, em Paulo Afonso...
Quem é Nelson Triunfo?
Ele se chama Nelson Gonçalves Campos Filho, conhecido como Nelson Triunfo é um dançarino de breaking, músico e ativista social brasileiro, tendo ganhado notoriedade como um dos precursores da cultura hip-hop no país. Nelson foi um dos principais dançarinos de soul e breaking do Brasil.
Nasceu em Triunfo, estado de Pernambuco em 28 de outubro de 1954 (idade 69 anos)
Já recebeu o prêmio Ordem do Mérito Cultural.
Sua biografia foi lançada em 15 de março de 2014 pelo jornalista Gilberto Yoshinaga, com o título Nelson Triunfo - Do Sertão ao Hip-Hop.
Foi criado no Sítio Caldeirão, na divisa de Triunfo com o sudoeste paraibano, até os 16 anos, quando foi morar sozinho em Paulo Afonso/BA, para estudar e trabalhar. Já era apaixonado por música e dança, mas foi em Paulo Afonso que conheceu a música de James Brown, que mudaria sua vida, e formou sua primeira equipe de dança, chamada Os Invertebrados.
Depois de residir três anos na Bahia e mais três no Distrito Federal, lá tendo residido nas cidades-satélites de Ceilândia e Sobradinho, mudou-se para São Paulo em 1977, com o sonho de viver da dança. No mesmo ano fez amizade com Tony Tornado, gravou uma música com Miguel de Deus no disco “Black Soul Brothers” (pérola do original funk brasileiro) e formou uma equipe de dança com o mesmo nome deste disco, que logo mudou de nome para Funk & Cia. Rapidamente, tornou-se destaque nos principais shows e bailes black do Brasil. Na época, algumas pessoas ainda o conheciam como Homem-Árvore, devido à enorme cabeleira black power.
Em 1983, influenciado pelos primeiros passos de breaking (breakdance) que chegavam à mídia, Nelson Triunfo e Funk & Cia levaram a dança para as ruas do centro de São Paulo. Enfrentaram a repressão da polícia, que via naquela manifestação um ato de subversão e desobediência civil – nos últimos anos de ditadura militar. Em 1984, o breaking passou a ocupar a estação São Paulo do metrô, que se tornou o templo do surgimento do hip-hop em São Paulo – e um dos principais focos da cultura de rua no Brasil.
Ainda em 1983, Nelson Triunfo e sua trupe da Funk Cia participaram da abertura da novela Partido Alto, da TV Globo.
Ao longo do tempo, Nelson Triunfo tornou-se um ícone da cultura hip-hop, mas sua bagagem cultural é muito mais ampla. Ele mesmo se define como um híbrido de Luiz Gonzaga e James Brown. Atualmente, grava seu primeiro disco solo (depois de ter lançado, em 1990, o LP “Se Liga Meu”, com a Funk & Cia), que terá um repertório bastante eclético e com influências que vão do soul e original funk ao hip-hop e reggae, passando por embolada, frevo, maracatu, forró, baião e outros ritmos regionais brasileiros. (Esses dados estão sendo atualizados)
Nelson Triunfo também foi um dos pioneiros nos projetos que utilizam o hip-hop como um instrumento de educação e inserção social, através de oficinas, palestras, debates e outras atividades com crianças e adolescentes, trabalho que desenvolve até hoje. Fruto desta iniciativa, Nelson Triunfo foi um dos responsáveis pelo surgimento, em 1999, da Casa do Hip-Hop de Diadema, projeto em que está envolvido até hoje.
Em maio de 2006, representou o Brasil na Copa da Cultura, em Berlim, que antecedeu a realização da Copa do Mundo.
Em 6 de julho de 2008, recebeu das mãos do vereador Chico Macena o Título de Cidadão Paulistano emitido pela Câmara Municipal de São Paulo e, em 7 de outubro do mesmo ano, foi agraciado com a comenda da Ordem do Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura.
A trajetória artística e de vida de Nelson Triunfo foi registrada no livro "Nelson Triunfo - Do Sertão ao Hip-Hop" (editora Shuriken, 368 páginas), de autoria de Gilberto Yoshinaga. Com prefácio do ator Sérgio Manberti, o livro foi lançado em 15 de março de 2014. Um documentário chamado "Triunfo" foi lançado poucas semanas depois.
Em show realizado no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, no dia 8 de novembro de 2014, Nelson Triunfo lançou uma versão preliminar de seu primeiro álbum-solo, chamado "Do Soul ao Hip-Hop", com sete músicas: "Liberdade", "Rimancestral", "Músical Ó", "O vento", "Comum tá diferente", "Quando tudo é bom" e "Como são bonitas as coisas". A capa do disco é assinada pela renomada dupla de grafiteiros Osgemeos. A versão final do álbum, que terá 13 faixas, deverá ser lançada em breve, gravada e produzida junto aos músicos da banda Nhocuné Soul.
Em 2016, participou de um clipe da canção "Mandamentos Black" de Gerson King Combo em uma campanha de marketing da plataforma de streaming Netflix para divulgar a série The Get Down sobre o surgimento do hip hop na década de 1970.
(Os dados biográficos de Nelson Triunfo foram retirados do site: https://pt.wikipedia.org e algumas informações precisam ser atualizadas)
Agradecimento do Editor do site:
Parabenizamos Nelson Triunfo pelas conquistas, realização dos seus sonhos, e entendemos quando fala da falta de reconhecimento de quem em Paulo Afonso deveria reconhecer o seu trabalho e hoje a imagem que leva de Paulo Afonso para o mundo.
Agradecemos a Beto da Liga pela interação no contato com Nelson Triunfo.
Esta matéria com construída com o apoio de Nilton Alcântara (Negrito), diretor da Rádio web - www.seliganamúsica.com, que também tratou desse tema em um dos seus quadros/programas que pode ser visto neste link:
https://www.seliganamusica.com/hiphopincena/
Negrito, a quem agradecemos, foi também o editor dos vídeos que podem ser vistos abaixo.
Cheguei a tocar várias vezes com Nelsao no Coliseu Show com Haroldo, Rizomar, Juvenal, Issac freire..Tinha TB as Colisetes...Eu fazia parte da banda Shock...formada quase por irmão...Parabenizo Nelsao pelo caminho escolhido e pela presença de Deus em sua vida..
Tive o privilégio de conviver em Paulo Afonso, de 1969 a 1975,na Rádio Poty, e acompanhar o sucesso do programa Pálace de Atrações. Estou feliz com o sucesso de Nelson Triunfo, que comprova a sua tendência artística e o valor do trabalho de Antonio Galdino e Nilson Brandão.
CONCORDO EM GÊNERO NÚMERO E GRAU EM TUDO COMENTADO PELO ISAC DE OLIVEIRA.O NOSSO GALDINO É DIGNO DE ELOGIOS E ADMIRAÇÃO DE TODA PAULO AFONSO, E QUE DEUS O ILUMINE SEMPRE.
Esse Galdino de Zabelé, é um "cabra" que tem história vivida, nesses tempos de aposentados, ele se deleita e a nós, contando as histórias que foi protagonista. Salve, salve, esse contador de histórias (com "H", maiúsculo), que Deus os mantenha entre nós por muitos anos!
CHEGUEI NA AMADA PAULO AFONSO EM 1972,E LEMBRO BEM DO NELSÃO ASSIM ERA CHAMADO NA ÉPOCA;CORREU ATRAZ DOS SEUS SONHOS E É MERECEDOR DO SUCESSO.