De repente, um breve olhar para trás e lá se foram 20 anos de estradas.
E como em toda longa caminhada – e para a comunicação, nos tempos atuais em que a cada hora se tem uma novidade, avanços da ciência – sempre se vai encontrar os terrenos mais variados.
Os primeiros passos, inseguros naturalmente como são todos os começos, fomos estimulados por amigos e apoiadores, e com esse apoio inicial se ganhou fôlego para seguir pela estrada a fora.
Vez por outra, uma pedra no caminho, nos levava a lembrar de Carlos Drummond de Andrade.
“No meio do caminho, tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho”.
E foram tantas as pedras que buscamos o apoio de outros especialistas e começamos a fazer construções com elas... edições especiais, livros, revistas...
Ali, adiante, uma grande vala que precisa ser atravessada, vencida para se continuar a caminhada na direção do futuro. Com muito esforço, esse obstáculo foi vencido o que nos permitiu ser abençoado com as flores das craibeiras ao longo da estrada caindo sobre nossas cabeças como bênçãos de ouro...
Logo adiante, um lago imenso - ou seria um grande rio? – exige maior esforço, embarcação resistente para atravessá-lo e chegar a outra margem, início da nova etapa do permanente caminhar...
Foi assim nos primeiros anos, nos cinco anos seguintes e chegamos a dez anos de estradas. Aos quinze, dezesseis anos de registros da história recente desta região, precisamos enfrentar uma longa tempestade, de muitos raios, trovões, trazendo insegurança e desespero para todos.
A violenta tempestade fechou lojas do comércio e amigos, conhecidos e anônimos foram levados pela enxurrada. Vimos outras pessoas muito apreensivas, preocupadas. Companheiros de caminhada buscando outros rumos e nos sentimos sozinhos, no meio de choros, prantos e mortes.
A tempestade mexeu com muitas estruturas. Obrigou empresas e pessoas a mudarem o seu jeito de ser e de trabalhar e muitos precisaram recomeçar com um novo olhar, bem diferente para colocar os pés na estrada nova que se abria, bem diferente dos caminhos percorridos há pouco tempo atrás.
O Jornal Folha Sertaneja também precisou mudar o seu jeito de ser. Deixou de ser impresso porque os patrocinadores desses custos também optaram em refazer sua própria caminhada.
Para nós apareceram apenas duas alternativas: parar tudo o que foi começado lá atrás, ou continuar de outra forma. Decidimos continuar e passamos a apresentar o registro da história recente de Paulo Afonso e região, tocar a caminhada com nossos sonhos como aqueles sonhados em fevereiro de 2004, mas agora de forma virtual, buscando novos leitores e dizendo aos leitores que nos acompanham desde aquele distante 2004, que estamos aqui, continuamos vivos, continuamos caminhando na direção do futuro.
Há cerca de dois anos, o Jornal Folha Sertaneja tem sido apresentado aos seus leitores no formato online. Disponível no site www.folhasertaneja.com.br (que, felizmente tem mais de 100 mil acessos/mês, quase 4 mil todo dia...) e enviado para os E-mails ou WhatsApp de quem quer recebe-lo em PDF. E com ele mantemos o mesmo cuidado da edição impressa, tanto na sua qualidade visual, de que cuida Admilson Gomes há muitos anos, como na qualidade editorial do seu editor e articulistas.
Nele, todos os meses, mantemos viva a história recente e sempre estamos também resgatando a memória de pessoas, instituições, cenários e paisagens dessa região.
Neste mês de março de 2024, estamos apresentando a primeira edição do ano 21 da nossa caminhada. E nela, destacamos fatos históricos muito relevantes para Paulo Afonso e seus moradores e, naturalmente para muitos dos leitores, onde quer que eles estejam, como os 76 anos da Chesf, a responsável pela redenção do Nordeste a partir de meados dos anos de 1950. Também resgatamos a história do começo do sistema de ensino em Forquilha, Vila Poty, em duas matérias históricas: os 73 anos do Ginásio/Colégio Paulo Afonso – GPA/COLEPA e as pioneiras mulheres educadoras deste lugar.
Homenageamos todas as mulheres pelo seu mês especial – março/mulher – e de forma especial, como dissemos, as mulheres pioneiras educadoras, as mulheres vereadoras e as mulheres acadêmicas da ALPA.
E, em nossas homenagens aplaudimos aqueles que celebram a vida e também aqueles que deixaram marcas fortes de sua passagem por esse lugar e agora, concluída a sua missão entre nós, nos deixam para continuar a sua caminhada nos jardins celestiais...
Também trazemos as notícias mais recentes, dentre elas, o renovar da esperança de ver resolvido o problema da saúde em Paulo Afonso com o a anunciada construção de novo hospital no lugar do HNAS e que será mantido pelo governo federal através da Univasf e da Ebserh. Quem sabe, estará chegando a solução para um problema que vem se arrastando há cerca de 20 anos...
Com esta edição seguimos o caminho na direção do futuro em mais um ano de vida.
Temos por certo que “Até aqui nos ajudou o Senhor” e, com essa mesma confiança damos esse primeiro passo e logo, a cada mês, mais outro e outro, até quando, no querer de Deus, chegarmos à última curva da estrada da vida...