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Professor Galdino

A palavra, a arte literária, a vida passageira e o ofício do escritor

Publicada em 25/07/24 às 15:41h - 89 visualizações

Antônio Galdino


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A palavra, a arte literária, a vida passageira e o ofício do escritor
 (Foto: Arq. do jornal Folha Sertaneja)

25 de julho é o DIA DO ESCRITOR!

Há anos, a convite do Professor Luiz José, da então Faculdade Sete de Setembro, hoje UNIRIOS, estive participando de uma das edições do FLIPA que ali se realizava, para falar sobre o tema daquele Festival Literário que era “Nas asas da Literatura” e pus-me a voar, na busca de referências e exemplos de homens e mulheres que, através dos seus escritos, de suas palavras, levaram a outros, muitos outros, o seu jeito de escrever, mensagens, reflexões e histórias, muitas histórias.

Esse é o ofício do escritor. Utilizar-se das palavras para, através delas e com elas, sair contando histórias por aí, levando o leitor, a voar pela imaginação e chegar a lugares nunca imaginados.

E a palavra tem grande poder. Bem empregada pode mudar entendimentos, e disso se valem os bons oradores e os bons escritores.

Há os poetas, que administram cada palavra, o seu ritmo, o seu compasso para que todos viagem nos seus versos e também descubram mundos reais ou imaginários. 

E como são importantes os livros!!!

Lembro que certa vez escrevi um texto para a Revista Digital Raso da Catarina que o meu amigo Edson Mendes cismou de inventar para imortalizar as terras onde nasceu sua mãe e a nossa Paulo Afonso onde ele também nasceu.

E, nesses escritos, eu falava sobre o ofício do escritor, pessoa que tem grande intimidade com as madrugadas, suas companheiras de criação literária. E falei desses momentos de criatividade no silêncio dessas madrugadas. Tempos depois, Edson Mendes me presenteou com um livro da escritora Cecília Prada chamado “Profissionais da Solidão” (Editora Senac – São Paulo/2013).

Nele, a autora comenta, analisa, apresenta aspectos, características de vários escritores brasileiros e conclui, citando Antônio Carlos Vilaça que diz em “O nariz do morto”: Aprendi o alfabeto da humana desgraça, soletrei a sorte dos homens, soletrei o rosto deles, o vazio, o medo, a solidão, o nada.”

Após essa introdução do seu texto final ela escreveu:

“Há na história literária de cada país, escondidas, pouco divulgadas, algumas personalidades que, embora dotadas de grande talento, pelas suas próprias circunstâncias psicológicas, por dificuldades existenciais ou por incompreensão dos seus contemporâneos nunca atingiram o grande público ou, pior ainda, não chegaram a desenvolver plenamente seus recursos literários...”

Eu acrescentaria ao que disse a escritora, que assim como há, em todos os lugares os bons e os nem tanto, há tesouros escondidos, escritores talentosos que têm seus escritos engavetas, amarelados pelo tempo como disse no Flipa da Fasete e na revista Raso da Catarina, como tenho dito nos textos que publico no site www.folhasertaneja.com.br e nas publicações da Academia de Letras de Paulo Afonso – ALPA - que falta aos gestores municipais do Brasil a sensibilidade de reconhecer o valor dos escritores de sua cidade.

Que a eles sejam dadas as oportunidades de levar suas mensagens, seus escritos, seus talentos para as escolas, para os grandes eventos e reconheçam também que há a necessidade de se investir na promoção da literatura, no despertamento de novos escritores que, na maioria dos casos, não publicam seus escritos porque os custos de impressão são altos e lhes falta esse recurso para isso.

Em conversas com secretários de Cultura de Paulo Afonso tenho levado a eles a minha preocupação com a falta de apoio à publicação de livros embora, sejam aplicados pela mesma secretaria muitos milhões na promoção de festas, eventos, contratação de bandas e cantores de qualidade duvidosa mas não se investe nada para que sejam publicados, livros, revistas, literatura e com isso se possa fazer valer o brado do grande poeta baiano Antônio de Castro Alves (14/3/1947 – 6/7/1871, com 24 anos de idade) e que em seu poema O Livro e a América dizia, ainda nos idos de 1870:

Vivenciamos essa dificuldade na Academia de Letras de Paulo Afonso onde estão 40 acadêmicos, poetas, prosadores, cordelistas, pesquisadores e historiadores sobre a nossa região e muitos não têm como custear a publicação dos seus escritos. Muitos outros escritores, que não estão na ALPA, também estão esperando a sensibilidade de empresários, de gestores públicos...

E isso nos faz lembrar do grande poeta Carlos Drummond de Andrade que também tinha lá suas dificuldades na sua caminhada...

“No meio do caminho tinha uma pedra... Tinha uma pedra no meio do caminho...”

O escritor, o profissional da solidão que quase sempre invade as madrugadas juntando letras para formar palavras, que formam frases e textos que se juntam e, abraçados, formam um livro que vai estar nas mãos de uma criança, de um leitor que, através desse livro toma conhecimento de fatos importantes ou apenas se deleita com a narrativa que preenche a sua necessidade intelectual...

Lembro que quando concluí o primeiro ano do ensino primário, na Escola Murilo Braga, fui aprovado para o segundo ano e recebi da minha professora Lindinalva Cabral dos Santos o livro "As Viagens de Gulliver". A partir daí nunca mais deixei de ler. Ler é uma coisa fascinante! 

Ah, e nas palestras que cada escritor faz nas escolas, sempre se pergunta porque você é escritor? E eu, e cada um de nós escritor, escritora, poeta, poetisa, historiador repete, o que para mim é a melhor definição para Profissional da Solidão, dada pelo também escritor de mais de cem livro Rubem Alves:

 E é muito oportuno que falemos nesses ipês amarelos, que são as nossas caraibeiras que, sempre na Primavera pintam de ouro o asfalto das avenidas e a floração dessas árvores nos propicia um espetáculo de rara beleza.

Sou um dos membros fundadores da Academia de Letras de Paulo Afonso, criada em 20 de Novembro de 2005, e um dos seus objetivos é que as palavras de cada membro sejam semeadas por esta cidade e por onde elas forem levadas pelos ventos da imaginação e da internet para dizer dos sentimentos de cada uma de nós.

Ela também certamente foi criada para “cultivar e incentivar o hábito da leitura e o interesse pelo idioma nacional e pelas literaturas municipal, estadual e nacional”.

Nós, escritores, queremos que a história não morra no esquecimento, que as pessoas que construíram esse lugar sejam sempre lembradas, na vida e na morte porque, como escrevi em 2019, estamos aqui apenas de passagem, somos por aqui, apenas passageiros e, na viagem de volta, nada se leva na bagagem...

No seu dia, 25 de julho, parabéns a todos os escritores e um grande e fraterno abraço e saudações acadêmicas a todos os colegas escritores da Academia de Letras de Paulo Afonso – ALPA!





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2 comentários


Claucio de Morais

25/07/2024 - 17:35:25

Essa matéria foi de tirar o fôlego. Parabéns pela sua dedicação aos registros publicados,e por ter sido um "trampolim" para saltos quânticos de muitos, que tiveram seus artigos divulgados. O ESCRITOR TEM A NOBRE MISSÃO DE ESCREVER, CABE AO LEITOR LER E INTERPRETAR Á SUA MANEIRA. GRATIDÃO POR TUDO QUE VALE A PENA VIVER!


Marcos Antônio Lima

25/07/2024 - 16:30:17

Feliz dia do Escritor.


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