D. Noquinha, comerciante pioneira de Paulo Afonso, celebra 101 anos de vida!
Hoje, 6 de setembro, o quadro O DIA NA HISTÓRIA que o site vem apresentando, com certeza tem um capítulo bem especial. Nesse dia 6 de setembro do ano de 1923 nascia na cidade de Riachuelo, em Sergipe uma menina que recebeu o nome de NOÉLIA BEZERRA DA SILVA, nome diferente que muitos poucos conhecem.
Mas, todos certamente lembrarão dela com alegria quando se disser que esse é o nome do registro civil e de batismo de uma pessoa pioneira de Paulo Afonso, uma das primeiras comerciantes deste município conhecida por todos como DONA NOQUINHA!
Ela chegou a este lugar, quando ainda se chamava Forquilha, Vila Poty, no início do ano de 1950, quando estava com 27 anos de idade, depois do segundo casamento com Boaventura José da Silva, do Povoado Lagoa da Pedra, comerciante de redes e com ele começou um pequeno negócio, primeiro uma pequena bodega, na Rua da Frente, ao lado da Igreja Nossa Senhora de Fátima, hoje Catedral da Diocese de Paulo Afonso, onde mora até hoje.
Como a bodega, que era também um pequeno bar e ali aparecia de vez em quando uns bebuns inconvenientes, D. Noquinha convenceu o marido a fechar o bar e começou a vender bisquís, flores, artigos de artesanato que ela mesma confeccionava como arranjos para noivas, bonecas, artigos para ornamentação e decoração, além de peças de linhas para costura e bordado e se tornou uma referência regional de venda desses produtos.
Logo o Armarinho Popular de D. Noquinha passou a ser fornecedor desses produtos para outras lojas do comércio de Paulo Afonso na época como a Casa das Linhas, o Armarinho Imperial, o Bazar das Novidades e outras.
Em 1960, quando a feira livre saiu do Acampamento da Chesf para a Rua da Frente (Av. Getúlio Vargas), D. Noquinha combinou com o marido para colocarem uma banca na feira que logo ficou conhecida como a Banca de D. Noquinha.
Mas o casal sentiu a necessidade de expandir os negócios e passou a vender os seus produtos também em outras feiras da região e a visitar os povoados. Para isso, foram juntando um dinheirinho e Boaventura comprou um Jeep e nele levavam os produtos do seu armarinho para Glória, Água Branca, e alguns povoados de Paulo Afonso e da região. Em alguns casos, quando o pessoal não tinha dinheiro, pagava com produtos das roças.
D. Noquinha é personagem do meu livro De Forquilha a Paulo Afonso – Histórias e Memórias de Pioneiros, publicado há 10 anos atrás, em 2014 e me contou essas histórias e muitas outras passagens de sua vida, quando já estava com 90 anos e muito ativa.
Na época, sem problemas de visão e até sem usar óculos, era uma leitora habitual do Jornal Folha Sertaneja e muito mais. Gostava de ler muito. Por esse tempo, fazia inveja a muita gente novinha pela sua disposição. Se chegava um parente, amigo com uma moto, ela não se fazia de rogada. Sentava na garupa e ia passear pelas ruas da cidade. A jovem D. Noquinha, já passando dos 90 anos.
Esses relatos foram, depois, republicados pelo escritor e pesquisador Antônio Martins Bezerra em seu livro Memorial da Família Bezerra lançado em 2022 pela Editora ArtNet Comunicação, de Aracaju, uma excelente publicação onde o autor relata a história da família Bezerra, de que faz parte D. Noquinha ou Noélia Bezerra da Silva, desde suas origens na Europa, em Portugal e na Espanha.
Em uma das visitas que fiz para conversar com D. Noquinha, quando estava preparando esse meu livro, eu a encontrei lendo o livro Riachuelo – passado de riquezas, desse autor Antônio Martins Bezerra, seu conterrâneo.
Em uma de suas histórias, das muitas conversas que tivemos, D. Noquinha lembrou de um episódio que assustou muito os seus familiares. Contou ela que, lá pelos anos de 1960, adoeceu, teve uma pneumonia pesada e seu estado de saúde ficou tão delicado que o médico do Hospital da Chesf, muito conceituado, Dr. Militão chegou a dizer aos seus familiares que “infelizmente D. Noquinha estava com a vela não mão” ou seja, à beira da morte.
Para a grande alegria de todos, depois de quatro meses hospitalizada D. Noquinha se recuperou totalmente e hoje, mais de 60 anos depois, celebra o aniversário de 101 anos de vida...
Em 1988, D. Noquinha enviuvou pela segunda vez e passou a ser pai e mãe de cinco filhos, Adigenal, Silvana, Sineide, Evandro e Evilásio, “todos eles hoje bem encaminhados na vida”, me dizia ela há mais de dez anos atrás. E passou a falar de cada um deles:
“Adigenal trabalhou na Chesf e na Energipe. Sempre foi um grande artista, embora muito tímido, reservado. Seus quadros sempre fizeram sucesso nas exposições. Quando estudava no Ginásio Paulo Afonso, no COLEPA, ele fez um belo quadro do Duque de Caxias e esse quadro foi entregue, doado, em uma solenidade, ao comandante do Exército, aqui de Paulo Afonso e acho que ainda está lá.”
E, continuou D. Noquinha falando de sua família. “Minhas filhas foram minhas companheiras a vida toda. Evandro é Advogado em Maceió e seu filho, meu neto também já é Advogado e Evilásio é um respeitado técnico que trabalha na Prefeitura e é muito procurado por muitas empresas para fazer projetos elétricos “.
Em uma de suas narrativas ela falou do Ginásio, hoje Colégio Sete de Setembro que completou 60 anos no dia 2 de julho, D. Noquinha lembrou que “para a construção desse Ginásio, muitos comerciantes, como ela, contribuíam todos os meses com um pequeno valor e eu fazia isso com muita alegria porque os jovens da Vila Poty, também precisavam ter escola.”
Hoje, 6 de setembro de 2024, o Dia na História de Paulo Afonso, é o Dia de D. Noquinha, que festeja, já limitada pela idade, 101 anos de vida intensa, em sua casa tendo uma das telas do seu filho Adigenal iluminando o ambiente.
Hoje, limitada principalmente pela visão quase nula, ela recebe parentes de Sergipe e mensagens de amigos como o empresário Francisco Rodrigues da Rio Malhas que gravou um vídeo com os funcionários da sua Loja parabenizando essa ilustre aniversariante pioneira de Paulo Afonso.
Hoje, eu lhe enviei um pequeno áudio parabenizando pelos 101 e ela respondeu, emocionada, rapidinho, lembrando de outras conversas que tivemos.
Que Deus continue abençoando a sua caminhada e, no Seu querer, no querer de Deus, Ele lhe dê ainda muitos anos de vida.
Parabéns, D. Noquinha pelos seus 101 anos de vida entre nós.
E, nas fotos que seguem, alguns momentos da vida dessa pioneira de Paulo Afonso!
Desde garoto conheço dona Noquinha. Minha saudosa mãe era a costureira da nossa família, e sempre recorria ao armarinho de dona Noquinha para adquirir botões, linha, "sianinha", "mamãe-vem-aí", e outros. No Ginásio Paulo Afonso fui colega do seu filho Adigenal, grande artista, perfeito desenhista. Que Deus continue guardando a vida tão preciosa da nossa amiga. Parabéns!
Parabéns! Saúde e mais um alguns anos nesse plano que tenhamos a alegria de comemorar e agradecer à Deus pelo seu convívio entre nós. Para mim, filha de um pioneiro no comércio da nossa Cidade, é uma honra que a senhora esteja lúcida apesar da idade e conta ndo a história da nossa Cidade. Fui colega de turma de Evandro e por ele guardo um imenso carinho. Aos demais filhos, parabéns também por ter tido essa mãe.
Minha saudosa mãe Ruth era cliente e virou amiga de D.Noquinha, fui muitas vzs com minha mãe comprar linhas, aviamentos, botões, fitilhos. D.Noquunha sempre simpática e cuidadosa com sua freguesia. Estudei muitos anos com Evilásio (Baso) e somos amigos de empresa.Em nome de toda família Rodrigues Galindo parabenizamos e desejamos muita saúde para D.Noquinha! 👏👏👏👏
É um documentário de suma importância ,fantástico .Hj tenho 80 anos ,conheci dona Neguinha ,na minha velha Glória ,ela e seu saudoso esposo seu Tura não perdiam a feira livre nos dias de segunda feira ,comercializando seus produtos e seu Tura vendia ,óleo diesel para as pessoas da cidade e zona rural ,acender seus candeiros e lamparinas .O tempo passou e negociou muito tempo ao lado da catedral.Minha esposa Socorro Campos era cliente ,Deus lhe der muita paz e saúde ,para viver mais um centenário.Seu esposo dirigia um Jeep .Manoel Rozendo e família .
Como mais uma homenagem à querida D. NOQUINHA, e cumprimentando o empresário Francisco, da Rio Malhas, reproduzo o vídeo que ele fez para a aniversariante. Veja no final da matéria ou direto no Canal Jornal Folha Sertaneja, do YouTube. Professor Antônio Galdino.
A alegria de fazer um vídeo homenagem essa ilustre senhora, dona Noquinha, primeira lojista de Paulo Afonso, contagiou todos os nossos colaboradores. Foi tudo de improviso mas com muito amor no coração de todos. Afinal, 101 anos vida bem vivida não pra qualquer para qualquer pessoa. Nossos agradecimentos ao filho Evilasio, cliente da nossa loja há mais de 30 anos e um profissional da mais alta capacidade na área de eletricidade. Um abraço fraterno pra toda família.
PARABÉNS A ANIVERSARIANTE QUE DEUS A CUBRA DE BÊNÇÃOS;TAMBÉM CUMPRIMENTO A FOLHA SERTANEJA PELA EXCELENTE MATÉRIA.
Belíssima matéria! Parabéns D. Noquinha! Que idade maravilhosa! Que Deus continue abençoando a vida dela!