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Professor Galdino

Paulo Afonso – Pontes e preocupações

Publicada em 08/02/25 às 17:03h - 203 visualizações

Antônio Galdino


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Paulo Afonso – Pontes e preocupações
 (Foto: Arq. do jornal Folha Sertaneja e foto de leitor do site)

Paulo Afonso – Pontes e preocupações

Antônio Galdino

Perguntas que não querem calar: 

1 - Quando se fará uma avaliação geral para manutenção da Ponte Metálica Dom Pedro II?

2 - Quando se construirá a duplicação ou outra ponte do Canal da Usina PA-4 ou Ponte da Ilha? 

Embora o título acima possa nos remeter a uma brincadeira, um jogo de palavras com a letra P, de fato me vali dessa forma lúdica para chamar a atenção de todos para problemas sérios e há muitos anos ignorados pelas autoridades e pelos responsáveis pelas suas soluções.

Refiro-me ao fato de a área urbana do município de Paulo Afonso ter-se tornado uma bela Ilha, condição que até amplia o rico potencial turístico que existe nesta região, mas por outro lado, tem se tornado também uma inquietação para os seus moradores: as pontes de acesso a esta Ilha-Cidade de Paulo Afonso, a do Canal da Usina Paulo Afonso 4 e a Ponte Metálica D. Pedro II, conhecida nos seus primeiros tempos como Ponte do DNER.

E essa história caminha para oitenta anos e está cheia de promessas nas campanhas políticas de candidatos, uma delas, cumprida; outras exaustivamente repetidas em cada nova eleição para governador do Estado da Bahia e ainda não realizada.

Voltemos às nossas origens.

Quando a Companhia Hidro Elétrica de Paulo Afonso se instalou na região do Povoado Forquilha, eram pouquíssimas casas existentes nesse povoado, espalhadas pela Caatinga. O lugarejo não tinha nem condições de abrigar os técnicos e engenheiros que chegavam para trabalhar na Chesf e eles, como me relatou o Engenheiro pioneiro Bret Cerqueira Lima (in memoriam), se hospedavam em Delmiro Gouveia de onde vinham diariamente trabalhar na Chesf e para isso todos precisavam ir até Petrolândia (Velha) e dali cruzarem o rio São Francisco, de Pernambuco para a Bahia, até o Povoado Barra, no município de Glória (Velha) e percorrer 30 quilômetros em estrada de chão ruim para chegarem às obras da Chesf, em Forquilha, depois Vila Poty, depois Distrito de Paulo Afonso, até 1958.

Assim também chegavam os sertanejos que queriam trabalhar nessas obras e desembarcavam às centenas, dos caminhões paus-de-arara que os deixavam no centro da Rua da Frente, Vila Poty. Foi assim que a minha família chegou em Forquilha, já Distrito de Paulo Afonso, num caminhão pau-de-arara, em 20 de novembro de 1954. E como a minha, milhares de outras.

Também foi assim que chegou o Pastor José Martins Ferreira, vindo de Pesqueira-PE, para organizar a Congregação Presbiteriana de Paulo Afonso em 14 de agosto de 1949, como registro no livro Primeira Igreja Presbiteriana de Paulo Afonso – 62 anos de história, escrito em 2011 e as balsas de Glória estão neste relato histórico.

Foi também por essas balsas de Glória, como esta que faz o trajeto Alagoas/Sergipe, uma delas chamada Fortaleza, de propriedade do Sr. José Ferreira, que foi Prefeito do Município de Glória, que chegou a Forquilha outro cidadão vindo também de Pesqueira-PE, o Sr. Abel Barbosa e Silva, em 3 de setembro de 1950, que se tornou o principal personagem na história da emancipação do Distrito de Paulo Afonso que é hoje o aclamado Município de Paulo Afonso que caminha para os 120 mil habitantes.

A referência a esses personagens nos remete a uma busca no baú de memórias dessa região, sobre o que éramos, enquanto espaço urbano e como estamos hoje.

A referência ao ex-vereador e ex-prefeito Abel Barbosa e Silva, se faz necessária justamente porque foi uma promessa política que mudou a forma dos nordestinos chegarem a Paulo Afonso ou continuarem a sua viagem para outras cidades da Bahia e do Sul do Brasil.

Por conta das grandes obras da Chesf e de um comício de Juscelino Kubitscheck de Oliveira, candidato a presidente da República em uma passagem por Paulo Afonso, comício improvisado, organizado às pressas por Abel Barbosa, foi concluída a construção da Ponte Metálica D. Pedro II que permitiu o fluxo de veículos e pessoas entre os estados do Nordeste e a Bahia e o Sul do país a partir de 1958.

Narro esse acontecimento no livro ABEL BARBOSA – o inventor de Paulo Afonso, que escrevi em 2019 em que homenageio esse importante personagem para Paulo Afonso, falecido em 26/4/2018.

Contou-me Abel Barbosa que, nesse comício, do meio do povo, um cidadão de nome Aparício cobrou do candidato Juscelino a conclusão da Ponte D. Pedro II cuja obra, iniciada no começo dos anos de 1950 estava parada. Juscelino prometeu fazer essa obra que foi concluída e liberada ao tráfego em 1958, mesmo ano da emancipação política de Paulo Afonso, mas só foi inaugurada oficialmente por um representante de Juscelino no mesmo dia em que ele inaugurava Brasília como capital do Brasil, em 21 de abril de 1960, há quase 70 anos.

Trabalhadores na construção do Ponte D. Pedro II, na fila para receberem seus salários

Anos antes de escrever a história da vida de Abel Barbosa, em 2014, há mais de 10 anos, lancei o livro De Forquilha a Paulo Afonso – Histórias e Memórias de Pioneiros e ali faço uma pequena referência a esta Ponte D. Pedro II. Recebi então um precioso depoimento de Ivan Nobrega sobre a história da construção dessa ponte onde o seu pai trabalhou muito tempo. Lamentavelmente, com o livro concluído e lançado, não tive como aproveitar esse rico material.

Quando estava na presidência da Academia de Letras de Paulo Afonso, lancei um projeto de publicação de um livro anual desta Academia com artigos, histórias de personagens de Paulo Afonso, poesias, crônicas e literatura de cordel, oportunizando a todos os escritores da ALPA, dos mais diferentes estilos, a fazerem suas publicações e, em 2020, o historiador e escritor João de Sousa Lima publicou no livro chamado Revista da Academia de Letras de Paulo Afonso Nº 02, lançado em novembro de 2020, uma detalhada história desta Ponte Metálica D. Pedro II (págs.41 a 50).

Também, vez por outra o site www.folhasertaneja.com.br e o Jornal Folha Sertaneja têm apresentado reportagens diversas sobre essa ponte, o que também têm feito outros site de Paulo Afonso, tendo em vista o seu uso intenso e a pouca manutenção que se tem dado a esse que é também um importante atrativo turístico de Paulo Afonso.

Pouco mais de 10 anos depois que a ponte D. Pedro II que foi aberta ao tráfego, em 1958, a Chesf construiu a Ponte da Ilha de Paulo Afonso, quando resolveu fazer o Canal da Usina Paulo Afonso 4, no ano de 1970, inclusive desalojando muitas famílias que moraram no trajeto desse canal que se mudaram para o lugar conhecido como Mulungu, dando origem ao bairro com esse nome, mudado depois para Bairro Tancredo Neves.

Quais as grandes preocupações que nos trazem essas duas pontes e que dão título a esse artigo?

A primeira delas é que a Ponte Metálica D. Pedro II foi concluída em 1958, toda em ferro de origem francesa, dos mesmos da Torre Eiffel, de Paris, mas, registros históricos dão conta que essas ferragens ficaram mais de três anos na maresia do porto do Recife e depois outros anos nas margens direita e esquerda do cânion do rio São Francisco, pois o contrato de compra desse material na França é datado de 1948. Ou seja, entre a compra desses ferros franceses e a total construção dessa ponte foram-se cerca de 10 anos. Não se tem informações precisas sobre as manutenções que essa ponte metálica já teve desde a sua construção pelo então DNER.

Mas sabe-se que o DNIT, que substituiu o DNER, proibiu que ali fossem realizados os saltos de bung jump, esportes radicais que aconteciam em Paulo Afonso na gestão do prefeito Paulo de Deus – 1997-2004 – e a proibição do DNIT foi porque a Chesf cedeu uma grande máquina Groover, de muitas toneladas que ficava estacionada em cima da ponte com a finalidade de fazer o resgate dos saltadores e isso, segundo o DNIT, esse longo tempo do equipamento muito pesado, estático, afetaria a estrutura da ponte metálica...

Em várias oportunidades o Jornal Folha Sertaneja e os muitos sites da cidade, emissoras de rádio, têm cobrado manutenção periódica nessa ponte, especialmente porque quando ela foi construída não havia as grandes carretas-trem nem as jamantas transportadoras de carros, as chamadas cegonhas, que hoje, transitam às centenas, milhares por esta estrada e sobre essa ponte metálica D. Pedro II.

Esta semana, um leitor do site enviou para o nosso WhatsApp, esta foto que mostra a retirada de placas da ponte D. Pedro II, o que tem ocorrido com certa frequência e, nesses passeios, em cima da ponte, costumam estar muitas pessoas, turistas e locais, fotografando a bela paisagem do cânion...

A outra preocupação que já mereceu muitas reportagens é a ponte da Ilha de Paulo Afonso, como dizíamos, construída pela Chesf no início dos anos de 1970 quando a população do município era de 46 mil habitantes e os ônibus, carretas não tinham a estrutura e o peso que têm hoje e quando a população do município se aproxima dos 120 mil habitantes.

Isso foi observado na gestão do Prefeito Anilton Bastos e, em dezembro de 2009, na presença de Antônio Galdino, Assessor de Comunicação, Patrícia Alcântara, Secretária de Planejamento e dos deputados Estadual, Luiz de Deus e Federal, José Carlos Aleluia, foi entregue pelo prefeito Anilton ao presidente da Chesf, Dilton da Conti, em seu gabinete na sede da hidrelétrica, no Recife, um pedido para a Chesf fazer essa segunda ponte do Canal da Usina Paulo Afonso 4. Nunca houve resposta.

Sobre essa ponte da Ilha de Paulo Afonso, ao contrário da Ponte Metálica que Juscelino prometeu e cumpriu a promessa, muitas promessas já aconteceram para duplicá-la ou para construir outra ponte no Canal da Usina Paulo Afonso 4 e evitar que os moradores da Ilha de Paulo Afonso fiquem de fato ilhados, na hipótese dessa única ponte vir a ficar interditada.

Ao contrário, ao invés de se fazer outra ponte, a que existe, motivo também de muitas reportagens, nela têm sido feitas obras outras que mais preocupação trazem. 

Na gestão do prefeito Raimundo Caires apareceu a ideia de se fazer uma passarela para pedestres na lateral da ponte e para isso foram fixados vergalhões de ferro para sobre eles serem colocadas as placas para esse fim. A obra não foi concluída porque um engenheiro de Aracaju alertou para o perigo da perfuração que se fazia na lateral da ponte para a fixação desses vergalhões o que poderia atingir os cabos de aço interno da ponte e provocar o seu desabamento.

Mas, ainda recentemente, a Embasa, empresa do governo da Bahia, achou oportuno aproveitar a ponte do Canal da Usina Paulo Afonso 4 para a passagem de tubulação de água, cujo peso, não revelado, dizem os especialistas, está sobrecarregando a ponte. Como uma compensação pelo uso da estrutura da ponte, a Embasa ofereceu a melhoria do espaço de trânsito de pedestres por cima dessa ponte...

Desde a gestão do prefeito Anilton Bastos (2009/2012-2013/2016) que o então governador da Bahia, Rui Costa, hoje Ministro da Casa Civil do Presidente Lula, assegurou que iria fazer essa segunda ponte de que precisa urgente Paulo Afonso. Foram anunciados os vencedores da licitação para o projeto dessa ponte, o que gerou até ciumeira de Jequié-BA que também reivindicava uma ponte para lá, também prometida...

Na visita que o governador Jerônimo fez a Paulo Afonso para entrega de obras e a reinauguração da reforma do Parque Belvedere, o Professor Dom, do CETEPI, cobrou ao governador sobre essa ponte e ele disse não conhecer o processo. No palanque, Anilton Bastos confirmou que esse projeto existe e está numa Secretaria do Governo do Estado...

Ou seja, a preocupação dos moradores de Paulo Afonso, cidade/município que recebe muitos turistas de todo o Brasil, agora é dupla. 

Uma, a que se tem por não se saber há quantos anos se fez uma avaliação completa nessa ponte de ferro D. Pedro II que, além do transito pesado sobre ela recebe o sol intenso do sertão, ventos e chuva há muitas décadas.

A outra, é da precariedade da Ponte da Ilha, cuja duplicação ou a construção de outra tantas vezes tem sido anunciada aos quatro ventos por governadores, deputados estaduais, federais...

Mas, como em 2026 haverá nova eleição para governo do Estado, deputados, estaduais e federais, senadores, presidente da República, pode ser que tanto seja construída esta segunda ponte como feitas vistorias e revisões importantes na Ponte Metálica D. Pedro II, ou, novamente, choverão promessas desses muitos candidatos...

Aproveitem e revejam estas matérias já vistas por milhares de internautas.

https://www.folhasertaneja.com.br/noticias/local/371467/1

https://www.folhasertaneja.com.br/noticias/colunistas/582622/1

https://www.folhasertaneja.com.br/noticias/colunistas/718546/1

https://www.folhasertaneja.com.br/noticias/colunistas/766854/1




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2 comentários


carlos

09/02/2025 - 10:51:00

Projeto da Embasa que enfeiou a ponte e tirou a excelente visão do canal.;


Francisco de Assis Batista

09/02/2025 - 00:40:36

Excelente matéria ! Garoto na época, lembro-me de um "zum zum zum" que na inauguração dessa ponte foi oferecida uma importância muito grande para o motorista que fizesse a primeira travessia com um caminhao carregado. Procede isso Professor Galdino ?


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