Câmara Municipal de Paulo Afonso inicia trabalhos legislativos de 2025, nesta segunda-feira 17 de fevereiro!
Antônio Galdino
Embora já tenha realizado duas Sessões este ano, uma Sessão Solene, de posse dos vereadores e do prefeito e vice-prefeito, em 1º de janeiro e uma Sessão Extraordinária, em 6 de janeiro, convocada pelo presidente do Legislativo, Vereador Zé de Abel, para aprovar Projeto de Reforma Administrativa apresentado pelo novo prefeito de Paulo Afonso, o ex-vereador Mário César Barreto de Azevedo (Mário Galinho), só nesta segunda-feira, 17 de fevereiro começam os trabalhos regulares da Câmara Municipal de Paulo Afonso com a realização da sua primeira Sessão Ordinária do ano de 2025.
Na Sessão Solene do dia 1º de janeiro de 2025, foi eleito o presidente da Câmara para o biênio 2025/2026, sendo reeleito o Vereador Zé de Abel. Foram também reeleitos o Vereador Bero do Jardim Bahia para a Vice-Presidência e o Vereador Paulo Tatu para a 1ª Secretaria e eleita a Vereadora Márcia Goretti para a 2ª Secretaria da Câmara Municipal de Paulo Afonso - BA.
As Sessões Ordinárias da Câmara Municipal de Paulo Afonso são realizadas às segundas-feiras, às 9 horas da manhã e são transmitidas pelo canal da Câmara no You-Tube.
A Câmara Municipal começa a 17ª Legislatura – 2025/2027 - numa condição exatamente inversa àquela como terminou a 16ª Legislatura. Naquela, encerrada em 31 de dezembro de 2024, a grande maioria dos vereadores formavam a bancada de oposição à gestão municipal do ex-prefeito Marcondes Francisco, obrigando inclusive vários Secretários Municipais a comparecerem ao plenário deste Poder Legislativo para justificarem a necessidade dos pedidos de recursos feitos pelo Poder Executivo municipal, que podia movimentar apenas 30% do orçamento municipal.
Naquela Legislatura, após a eleição do novo prefeito, a maioria dos vereadores aprovaram, mesmo com questionamentos de vereadores da situação de então e do vereador Marconi Daniel, que o novo prefeito, Mário Galinho pudesse remanejar recursos em 100% por cento do orçamento municipal para este ano de 2025, encaminhado pela gestão anterior.
Agora, de forma inversa, cerca de 14 dos 17 vereadores, inclusive o presidente da Câmara e todos da Mesa Diretora, têm se declarado apoiadores das ações do novo Prefeito, Mário César (Galinho), como se viu na Sessão Extraordinária do dia 6 de janeiro quando foi aprovada por 14 votos o Projeto de Lei do novo prefeito propondo uma Reforma Administrativa no Poder Executivo que incluía a criação de várias novas secretarias municipais. O pedido foi aprovado rapidamente sob protesto da pequena bancada da oposição, que tem como líder o Vereador Valmir Rocha e como membros os vereadores Jailson Oliveira e Eliézio Livino.
Esta nova Legislatura da Câmara Municipal de Paulo Afonso – 2025/2028 - volta a ter 17 vereadores, sendo 4 mulheres (Cícera Macário, Evinha Oliveira, Márcia Goretti e Sheila Belo), como foi na sua 11ª Legislatura – 2001/2004 -, quando foram eleitas 3 mulheres (Francisca Souza, Ivonete Bento e Risalva Toledo).
Mas, essa 17ª Legislatura, além de ter uma esmagadora bancada de situação, de apoio ao prefeito que atraiu a grande maioria dos novos vereadores, eleitos para o seu primeiro mandato, representa uma renovação muito expressiva uma vez que 7 dos vereadores da legislatura anterior não foram reeleitos e, com o aumento do número de vereadores, de 15 para 17, a Câmara recebe 9 vereadores de primeiro mandato.
Dos 15 anteriores, foram reeleitos 8 - Bero do Jardim Aeroporto, Bero do Jardim Bahia, Zé de Abel, Jean Roubert, Evinha Oliveira, Paulo Tatu, Jailson Oliveira e Valmir Rocha e, destes, inicialmente, apenas os dois últimos ficaram na bancada de oposição à atual gestão municipal, a que se juntou o novato Eliézio Livino.
Assim, nove dos vereadores eleitos chegam à Câmara pela primeira vez. Cícera Freire de Melo, Deivide Henrique Lima Silva, Eliezio de Lima Dantas Livino, Ery Alberto Freire Costa da Silva, Gilmarkson Campos de Araújo, Márcia Goretti Delgado Rodrigues Brandão, Neivor Manfredi, Rubens Valentim dos Santos e Sheila Belo Lima
Entre os sete vereadores não reeleitos para este cargo estavam três deles que fizeram outra opção. Zezinho, aos 82 anos, desistiu de se candidatar depois de seis mandatos e decidiu apoiar a candidatura do filho Gilmarkson, conhecido como Marquinho de Zezinho que se elegeu com 1.733 votos.
O Vereador Marconi Daniel decidiu manter a sua campanha para prefeito de Paulo Afonso, mas não teve sucesso e o Vereador Pedro Macário Neto optou em aceitar o convite para ser o vice-prefeito do candidato ex-vereador Mário Galinho, sendo vitorioso nas eleições. Irmã Leda, Keko do Benone, Gilmário Marinho e Alexandre Leco, não conseguiram se reeleger.
A bancada feminina da Câmara de Paulo Afonso nesta 17ª Legislatura é a maior que a Câmara Municipal de Paulo Afonso já teve em toda a sua história, formada por quatro vereadoras> Cícera Macário, Evinha Oliveira Márcia Goretti e Sheila Belo.
Vereadores da 1ª Legislatura de Paulo Afonso - 1959/1963
Acima Dinalva Simões que já havia renunciado. Abaixo: Noé Pereira, Lizette Alves, Diogo Andrade, Noé Pires (que substituiu Dinalva), Luiz Mendes, Manoel Pereira, José Freire e José Rudival.
Na 1ª Legislatura, iniciada em 7 de abril de 1959, entre os oito vereadores que a formaram já foram eleitas duas vereadoras: Lizete Alves dos Santos e Dinalva Simões Tourinho, ambas do PSD.
Naquela primeira legislatura quatro dos oito vereadores eram do PSD: Dinalva e Lizete e ainda Diogo Andrade Brito e Noé Pereira dos Santos. Os outros quatro vereadores da 1ª Legislatura foram: Luiz Mendes Magalhães, José Freire da Silva e José Rudival de Menezes, todos do PTB e Manoel Pereira Neto, da UDN.
Quanto à filiação partidária, esta 17ª Legislatura da Câmara de Paulo Afonso está assim formada: 3 vereadores do PSD, 2 vereadores e 1 vereadora do MOBILIZA, 1 vereador e 1 vereadora do AVANTE, 2 vereadores do PP, 2 vereadores do PRD, 1 vereador e 1 vereadora do PSDB, 1 vereador do PCdoB, 1 vereador do MDB e 1 vereadora do SOLIDARIEDADE.
No que se refere à quantidade de votos conseguidos pelos vereadores na eleição de 6 de outubro:
1. Zé de Abel - 2.259 votos PSD
2. Paulo Tatu - 1.796 votos PSDB
3. Marquinho de Zezinho - 1.733 votos - PP
4. Beto Doido - 1.578 votos MDB
5. Bero do Jardim Aeroporto 1.555 votos PRD
6. Valmir Rocha - 1.544 votos PC do B
7. Jailson Oliveira - 1.490 votos - PP
8. Cícera Macário- 1.455 votos - PSDB
9. Bero do Jardim Bahia - 1.426 votos - PSD
10. Márcia Goretti - 1.396 votos -MOBILIZA
11. Sheila Bello - 1.341 votos AVANTE
12. Nei da Vigilância - 1.287 votos PRD
13. Deivide Henrique - 1.149 votos - AVANTE
14. Evinha Oliveira - 1.081 votos - SOLIDARIEDADE
15. Rubinho do Kênio - 1.060 votos - MOBILIZA
16. Jean Roubert - 1.055 votos - PSD
17. Eliézio Livino - 968 votos – MOBILIZA
Em conversa com um experiente político “das antigas” ouvi dele o que já tinha ouvido do ex-prefeito e ex-presidente da Câmara, Abel Barbosa, sobre o risco que existe quando a Câmara Municipal tem uma maioria esmagadora do lado do prefeito.
Dizia Abel Barbosa e confirmava esse experiente político que tinha conhecimento de que mesmo mantendo essa condição, precisa haver grande respeito entre os dois poderes. Foi o que também alertou o ex-vereador Marconi Daniel em um dos seus pronunciamentos no final do ano de 2024, quando disse que a Câmara está dando um cheque em branco ao prefeito e com isso corria o risco de ficar nas mãos do poder Executivo.
Tanto o velho e sábio Abel Barbosa quando esse político que conversou com o editor do site disseram que a Câmara e Executivo “devem ter um relacionamento harmônico mas independente porque pode-se correr o risco da Câmara virar um puxadinho da Prefeitura e aí, os vereadores, principalmente com a renovação de cerca de 50% que houve, os vereadores poderão se acomodar e com isso deixarem de fazer a sua principal função que é justamente fiscalizar a gestão municipal, como, aliás, se fez com muito rigor nesta última legislatura”...
Por outro lado, há quem também afirme que, sendo o prefeito e o vice-prefeito ex-vereadores, tendo o vice-prefeito cumprido 7 mandatos de vereador e exercido a presidência da Câmara algumas vezes, eles próprios terão o cuidado de não exigir da Câmara ações que coloquem os vereadores em situação de vexame diante dos seus eleitores, uma vez que, como ostenta em seu plenário desde que foi criada, cada vereador sabe que “todo o poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido”.
Recomenda o veterano político que “cada novo vereador estude muito a Lei Orgânica do Município e, também não lhe vai tirar nenhum pedaço se procurar ouvir amigos confiáveis sobre algumas decisões que terá de tomar um dia, observe as atuações de outros vereadores em outros lugares – hoje com a internet, as redes sociais, tudo é mais fácil – e com certeza saberá tomar as decisões que precisar de forma correta e sem comprometer o seu mandato e, a depender da sua atuação, poderá até pensar na reeleição, daqui a quatro anos...”
Zé Tonha, aqui ao meu lado, filosofa no seu linguajar sertanejo. “Pois é, receber o bom din din todo mês, arranjar emprego pros amigos para ser seus assessores é bom demais e cada vereador conquistou isso. Muito justo. Mas todos eles não podem esquecer nunca que cada vereador eleito, aqui e em todas as cidades do Brasil, assim como o prefeito que ele apoiou ou ao qual faz oposição, se antes era baleadeira, estilingue, atirando pedras nos telhados de vidro agora eles, vereadores e prefeitos é que são os telhados de vidro... E, é bom ter muito cuidado com as chuvas de granizo...”
Eita, Zé de Tonha... também tu...
Que cada vereador dê o seu melhor, tenha uma gestão profícua, assim como o prefeito e todos os seus secretários e colaboradores porque quem de fato vai ficar muito feliz com esse sucesso é cada morador que escolheu este município, estes “Oásis Sertanejo” para viver, trabalhar e criar sua família.
Valorizem a essência da nossa cultura, o artesanato, a literatura, o cordel, esse patrimônio cultural sertanejo já reconhecido pelo IPHAN, os esportes, o turismo de que não há nem uma vírgula nas Comissões Permanentes da Câmara. Defendam com ardor o rio São Francisco, razão de estarmos todos por aqui. Ajudem, junto com as Secretarias Municipais a trabalhar nas escolas a rica história de Paulo Afonso, essa terra de infinita beleza, como diz o Hino de Paulo Afonso que todas cantam nas Sessões desta Casa Legislativa.
Na última legislatura, especialmente, foi grande o número de aprovações de propostas de tombamentos de patrimônio histórico e cultural. Mas, não basta apenas tombar esses patrimônios. É preciso acompanhar cada um, para ver com estão sendo cuidados ou descuidados para que se evitem tragédias como o que se viu com a queda de parte do teto da Igreja de São Francisco em Salvador.
A Câmara Municipal de Paulo Afonso tem feito História em vários momentos, por ações dos seus vereadores.
Esta Câmara, que completa 66 anos de sua instalação em 7 de abril de 2025 tem, em cada um dos seus 17 vereadores, os representantes de uma população que se aproxima dos 120 mil habitantes, num município com um polo universitário respeitado, com quatro universidades presenciais UniRios (particular) UNEB (estadual) IFBA e Univasf (federais) e mais de dez universidades EAD. Com uma localização geográfica privilegiada, limitando-se com quatro Estados nordestinos e cada um dos vereadores e vereadoras tem sua cota de responsabilidade para promover o seu desenvolvimento o que resultará em melhor qualidade de vida para os moradores da cidade e do campo deste Oásis Sertanejo.
Feliz e profícua gestão para todos e para cada um, vereadoras, vereadores de Paulo Afonso.
