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Professor Galdino

Igreja de São Francisco de Assis, em Paulo Afonso-BA, completa 75 anos de histórias de Fé!

Publicada em 17/02/25 às 15:43h - 190 visualizações

Antônio Galdino


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Igreja de São Francisco de Assis, em Paulo Afonso-BA, completa 75 anos de histórias de Fé!
 (Foto: Antônio Galdino e Arq. do jornal Folha Sertaneja)

Igreja de São Francisco de Assis, em Paulo Afonso-BA, completa 75 anos de histórias de Fé!

Antônio Galdino

Os pauloafonsinos, especialmente a comunidade católica de Paulo Afonso e da Diocese de Paulo Afonso sediada neste município vivem um dia especial neste 17 de fevereiro, data em que a Igreja de São Francisco completa 75 anos de sua inauguração, que aconteceu exatamente no dia 17 de fevereiro de 1950.

Esta igreja, localizada no alto de uma colina no local que, naquela época, era o centro do chamado Acampamento da Chesf, onde a Companhia Hidrelétrica do São Francisco construía centenas de residências para os empregados nos bairros chamados Vila Alves de Souza e Vila Operária.

 Construção da Vila Operária, Mercado Público e Igreja de S. Francisco - 1949

No início das obras da Usina de Paulo Afonso e destas casas do Acampamento Chesf, no ano de 1949, a diretoria da Chesf achou por bem também ajudar a construir uma pequena capela para atender à comunidade católica que ali passaria a morar. E esta Igreja de São Francisco começou a ser construída junto com as casas dos empregados da Chesf e ao mesmo tempo em que se construía na base da colina o Mercado Público de Paulo Afonso, onde também funcionou a Feira Livre até o ano de 1960. No lugar desse Mercado foi construída depois, a Escola Parque, pela Chesf e hoje ali funciona uma das duas unidades da Universidade do Estado da Bahia – UNEB – Campus VIII.

Para a construção da igreja de São Francisco no Acampamento da Chesf, houve um especial interesse pessoal do Engenheiro Antônio José Alves de Souza, o primeiro presidente da Chesf que, além de destinar uma verba para sua edificação, dentro do orçamento das edificações deste Acampamento, teve participação também no próprio projeto dessa obra, como relata o Engenheiro Francisco Souza, conhecido como Chico do Concreto em seu livro Memórias de um Pioneiro – Uma história com base na cidade de Paulo Afonso, publicado em João Pessoa em 2017, onde também fala sobre as primeiras missas nessa igreja. (Págs.17 e 28/29).

 

Mestre Cícero de Souza

Nesse livro, Francisco Souza também relata outro fato curioso sobre a construção da igreja de São Francisco, sob a responsabilidade do seu pai Cícero de Souza, que era funcionário do DNOCS mas foi emprestado para trabalhar na Chesf, onde chegou no dia 16 de Fevereiro de 1948 e foi o mestre de obras que coordenou as equipes de construção desta igreja de São Francisco em Paulo Afonso. 

A história da construção da igreja de São Francisco contou, além do providencial e grande apoio da Chesf com o trabalho dos operários da empresa que doaram a mão de obra em benefício dessa construção que utilizou muitas pedras da região, sendo o seu estilo considerado românico moderno. 

 

Horácio Gouveia Campelo

Foram muitos os voluntários para se construir a primeira igreja católica no Povoado Forquilha e há que se destacar o trabalho do chesfiano Horácio Gouveia Campelo, que trabalhava no laboratório do Hospital Nair Alves de Souza e era muito criativo e organizou muitas peças teatrais, sob sua coordenação, para arrecadar fundos para ajudar nessa construção. Para isso também foram feitas quermesses e bingos.  

No dia 17 de fevereiro de 1950, a igreja de São Francisco foi inaugurada, depois de intenso trabalho para a sua construção, iniciada em 1949, pela Chesf, seus trabalhadores e o apoio da comunidade. 

A Chesf investiu nessa obra Cr$.657.142,40 (seiscentos e cinquenta e sete mil, cento e quarenta e dois cruzeiros e quarenta centavos), conforme registrado nos livros históricos hoje em poder da Diocese de Paulo Afonso.

Em 7 de abril de 1950, uma grande festa movimentou muita gente, a partir da Igreja de São Francisco, a única da cidade na época e uma grande procissão percorreu a Rua do Gangorra. 

Logo, a Igreja de São Francisco foi-se integrando à paisagem como caminhos dos que vinham do mercado e da feira livre ou como cartão postal dos estudantes e visitantes de Paulo Afonso.

Pe. João Evangelista e Monsenhor Magalhães (Centro) (Pascom-Diocese/PA)

No início, as celebrações religiosas em Paulo Afonso eram realizadas pelo Monsenhor José Magalhães e Souza, vigário da paróquia de Jeremoabo. Mesmo antes da finalização da capela, Monsenhor Magalhães tinha um território imenso para atender espiritualmente, que vindo de Jeremoabo se expandia até o município de Santo Antônio da Glória ao norte. Em 1953, chegou nestas terras o Pe. João Evangelista de Carvalho, recém ordenado e designado pelo então Bispo de Bonfim, D. José Alves de Sá Trindade, a qual pertencia essa região (a Diocese de Paulo Afonso ainda não tinha sido criada) para o capelão da Chesf. 

Alguns fatos históricos sobre a Igreja de São Francisco

 

No dia 6 de agosto de 1950, o presidente Eurico Gaspar Dutra, acompanhado do governador da Bahia, Otávio Mangabeira e grande comitiva, visitou Paulo Afonso. Deste grupo, fazia parte D. Hélder Câmara que deixou a seguinte mensagem no livro da igreja: “Em nome de S.E. o Senhor Cardeal D. Jaime Câmara, tive a alegria de celebrar a Santa Missa em Paulo Afonso onde encontrei um apóstolo destes sertões, o Rev. Mons. Magalhães que há trinta anos moureja nestas caatingas. Aqui lhe deixo meu apelo fraternal a que escreva a história desta cristandade que surge no Livro de Tombo, que conte para os pósteros um pouco do muito que se fez, e faz e se fará aqui por N. S. Jesus Cristo”

 

Outra visita importante que recebeu esta igreja foi a do Presidente Getúlio Vargas, quando de sua visita a Paulo Afonso em 26 de Junho de 1952. 

Presidente Getúlio Vargas, visita à igreja São Francisco de Assis 

Curiosidades sobre a igreja 

A igreja de São Francisco possui alguns detalhes pouco conhecidos ou observados pelos seus frequentadores. Além do estilo românico moderno, ela possui em seu interior, na parede acima do altar a cópia de um painel de São Francisco de Assis cuja arte original, de autoria de O Aleijadinho, está na igreja de São Francisco de Ouro Preto, Minas Gerais.

 

Outra curiosidade muito interessante são as grandes portas da igreja, formadas de duas grandes bandas que representam as tábuas da Lei, os Dez Mandamentos, entregues por Deus a Moisés.

Estas portas foram construídas pelos mestres carpinteiros da Chesf Sebastião das Neves e Juci Vieira de Melo.

Sebastião das Neves que, anos atrás, quando morava em Belo Horizonte esteve em Paulo Afonso para visitar sua irmã, Maria das Neves e sobrinhos e, acompanhado do Engenheiro Flávio Motta esteve na Redação do Jornal Folha Sertaneja trabalhou muitos anos na construção da primeira Usina de Paulo Afonso, sendo um dos responsáveis pela construção de toda a abóbada do teto deste Usina Paulo Afonso I.

Juci Vieira de Melo, também era mestre carpinteiro e era irmão do Sr. João Vieira de Melo, conhecido como João Mariano, proprietário da antiga Sorveteria Botijinha, na Rua da Frente, hoje Getúlio Vargas.

Em depoimento prestado ao diretor deste site e Jornal Folha Sertaneja, também autor do livro “De Forquilha a Paulo Afonso”, por um sobrinho do Sr. Juci, residente em Paulo Afonso, quando da preparação deste livro publicado em 2014, onde este fato está registrado, o mestre carpinteiro, Juci Vieira de Melo tinha o maior orgulho desse trabalho de construção das portas da igreja de São Francisco e teria dito: “Irei embora, mas meu trabalho ficará e será apreciado por muitos”. Posteriormente, o Sr. Juci Vieira de Melo teria ingressado na Marinha Brasileira em Recife e chegou ao posto de oficial.

 

Embora tenha sido inaugurada em Fevereiro de 1950, a obra foi considerada concluída pela Chesf ainda no final do ano de 1949 e no ano de 1999 a Hidrelétrica mandou afixar uma placa em frente desta igreja com o marco dos seus 50 anos.

Igreja de São Francisco de Assis - Paulo Afonso - BA.

Patrimônio histórico, cultural e arquitetônico

A igreja de São Francisco de Assis de Paulo Afonso-Ba foi tombada como patrimônio histórico, cultural e arquitetônico do município de Paulo Afonso através do Projeto de Lei Nº 19/2015, aprovado por unanimidade pelos vereadores da Câmara Municipal de Paulo Afonso na Sessão Ordinária Nº 1816 do dia 29 de setembro de 2015 deste Poder Legislativo Municipal.

 

Após essa aprovação e o Prefeito Anilton Bastos Pereira ter sancionado essa Lei de Tombamento desta Igreja de São Francisco o Jornal Folha Sertaneja conversou com o Vereador Regivaldo Coriolano, que conduziu esse processo na Câmara Municipal e com o Padre Celso Anunciação sobre esta importante decisão.

“Há dois anos e meio que o Pe. Celso já vinha trabalhando neste tombamento, também com o professor Galdino, que me procurou, daí fizemos a lei disciplinando uma comissão, há cidades em que se dá por decreto, por exemplo, Olinda, em Pernambuco.” Explicou o vereador Regivaldo Coriolano (PCdoB).

Segundo afirmou Regivaldo, havia necessidade de comissões distintas, e o processo se daria por decreto: “Havia dúvidas então foi mesmo através de Projeto de Lei, não apenas o prédio, mas todo o seu perímetro.” Isto significa dizer que não será possível mexer na paisagem, nem mesmo para asfaltar onde é calçamento. “É um tombamento completo, arquitetônico e histórico”, completou Regivaldo.

Lembrando que a partir desse passo, a responsabilidade com a Igreja passa a ser além do município, também do Estado e da União, havendo para tanto um recurso específico voltado para preservação dos prédios tombados. “Precisa que haja gestão tanto da Igreja como do município, para ir atrás desses recursos através da secretaria do Patrimônio Histórico da Bahia”, observa Regivaldo.

O tombamento chega no tempo do novenário que nestas noites especiais fala de amor, paz e fraternidade.

“Essa igreja é muito particular porque ela tem um estilo romântico, um estilo de lugares de neve, esse teto é para lugares com neve, para cair e rolar, uma igreja meio suíça aqui no Sertão”, observou Pe. Celso Anunciação, comentando o tombamento, durante o novenário.

O Pároco contou um pouco de como foi erguida a Igreja e ressaltou para o público o que passa a ser depois de tombada. “Muita gente achou estranha a palavra, mas tombada significa preservada, ninguém vai derrubá-la não”, brincou.

Com pedras da Malhada Grande, e do leito do Rio São Francisco, eis aí uma mistura e símbolo de Paulo Afonso. “É importante preservar não apenas como Patrimônio católico, mas de todos aqueles e aquelas que têm sensibilidade para a vida”, finalizou Pe. Celso.

 Fontes:

História da Diocese de Paulo Afonso, Dom Aloisyo Penna, sj, 1987;

De Forquilha a Paulo Afonso – Histórias e Memórias de Pioneiros-

Antônio Galdino da Silva – Ed. Fonte Viva/Paulo Afonso-BA – 2014

Memórias de um pioneiro

Francisco de Souza – Ed. Ideia/João Pessoa-PB – 2017

Jornal Folha Sertaneja (várias edições)

Site www.folhasertaneja.com.br, disponível em https://www.folhasertaneja.com.br/noticias/local/430079





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