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Professor Galdino

Em Paulo Afonso e Itaparica – A História está caindo aos pedaços

Publicada em 23/04/25 às 00:47h - 44 visualizações

Antônio Galdino


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Em Paulo Afonso e Itaparica – A História está caindo aos pedaços
 (Foto: Redes Sociais e Arq. Jornal Folha Sertaneja)

Em Paulo Afonso e Itaparica – A História está caindo aos pedaços

Antônio Galdino

Todos que conhecem a história desta região sanfranciscana, muitos agora descendentes dos pioneiros que deram vida a este lugar devem ter em suas casas, em suas memórias, boas lembranças de Paulo Afonso e de Itaparica, principalmente.

Em Paulo Afonso, escolhida para ser a sede das primeiras e importantíssimas usinas da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, o que era apenas a Caatinga e algumas poucas casas de um povoado do município de Glória chamado Forquilha

O território de Glória era de cerca de 9 mil quilômetros quadrados e se limitavam com o município de Jeremoabo e dele faziam parte as terras dos hoje emancipados municípios de Paulo Afonso, Rodelas, Macururé, municípios criados entre os anos de 1958 e 1962.

O que era Forquilha, com os milhares de nordestinos, cresceu enormemente e o sertão bravo, como já dizia o beato Antônio Conselheiro, virou mar, com a construção das barragens/reservatórios de Moxotó e de Itaparica que destruíram cidades inteiras, povoados centenários.

Em face da carência do lugar onde se instalou, a Chesf, aquela criada pelos Decretos 1831 e 1832 que Apolônio Sales levou para a assinatura do presidente Getúlio Vargas, de quem era Ministro da Agricultura, permitiu que a região de Caatinga braba, se transformasse, apesar da destruição de um passado histórico se transformasse num Oásis Sertanejo. O Reservatório de Moxotó acumula mais de 1 bilhão de metros cúbicos de água.

Para acomodar os milhares de trabalhadores foram construídos clubes sociais, igreja, estádio de futebol, muitas escolas, ginásio em Paulo Afonso e milhares de casas...

Anos à frente, foi preciso produzir mais energia, que as cinco grandes usinas de Paulo Afonso já não atendiam à necessidade do Nordeste, o que levou à construção da Barragem/Reservatório de Itaparica, com mais de 11 bilhões de metros cúbicos de água e a Usina de Itaparica, atual Luiz Gonzaga. Com isso, muitas cidades, regiões históricas de Pernambuco, a pequena e importante Usina de Itaparica, foram engolidas por esse mar no sertão.

Há poucos anos, ao ser a Chesf vendida, os seus novos donos decidiram lotear e vender tudo que foi construído como suporte para a construção das usinas pioneiras. E hoje o que se vê é boa parte desse patrimônio, colocado em leilões e, não vendidos, se transformam em escombros, prédios fantasmas. É, literalmente a história da região caindo aos pedaços.

Dois exemplos circulam nas redes sociais

Um, em Paulo Afonso, o Grande Hotel que, nos tempos áureos foi o Tropical Hotel, gerenciado por anos pela VARIG e sediando grandes eventos regionais. Fui gerente da VARIG, pela Chesf, no tempo em que a Chesf era a sua Agente Regional em Paulo Afonso naqueles bons tempos. As imagens a seguir, são de anos atrás. Hoje, está bem pior.

Ministro Oliveira Brito, presidente da Chesf, em reunião sobre Turismo em Paulo Afonso, no Grande Hotel de Paulo Afonso (ou Tropical Hotel, gerido pela VARIG)

Outro que tem sido mostrado nas redes sociais é o Clube Recreativo Itaparica, porque, quando a Chesf precisou fazer a Usina de Itaparica, hoje Luiz Gonzaga, em Petrolândia, construiu, como havia feito em Paulo Afonso em 1949 um grande Acampamento com centenas de casas, clubes sociais, escolas, igreja.

O CRI, em recente matéria do blog Petrolândia Notícias. Acesse em https://www.instagram.com/p/DH50oipP235/?igsh=dDU3ajl2YWs2M2c1

Com a emancipação de Jatobá, este Acampamento Chesf de Itaparica passou a ser um bairro deste município. E, dentre outros prédios, muito frequentados, estava o seu Clube Recreativo Itaparica, onde já tive o prazer de apresentar, como Assessor de Comunicação da Chesf nesta Regional, o grande Ariano Suassuna, trazido pela Chesf para uma Aula Espetáculo, realizada ali no CRI e outra no CPA, em Paulo Afonso. O CRI teve longa história de eventos grandiosos e agora é outra parte da história que como os prédios postos em leilão em Paulo Afonso, está caindo aos pedaços...

Em Paulo Afonso, quando estava no Departamento de Turismo, mostrei ao prefeito Anilton, no ano de 2010 ou 2011 a necessidade de preservação desse patrimônio quando essa empresa hidrelétrica era ainda a Chesf e a sugestão levada ao governo do Estado era que o Estado recebesse esse patrimônio da Chesf e o repassasse para o SENAC que ali faria funcionar um Hotel/Restaurante Escola para atender a toda a região.

Nunca mais se falou no assunto e esse valioso patrimônio para o turismo está também caindo aos pedaços...

Acolhido por essa região há mais de 70 anos assim como muitos milhares de nordestinos, ficamos sem entender o que fazem os deputados, senadores, os governadores que levam milhares de votos nas campanhas políticas porque se apresentam como representantes desses municípios. O que têm feito no sentido de se encontrar uma solução para a preservação desse riquíssimo patrimônio regional, ou sua destinação para o social, cultural?.

Dói muito ver prédios, escolas, clubes sociais, onde trabalhamos por dezenas de anos, tivemos momentos de lazer, confraternização hoje estarem caindo aos pedaços...

Tenho acompanhado também a luta dos representantes do IGH de Petrolândia. Vejo agora também a reação, a insatisfação dos ex-alunos do COLEPA em seu grupo de WhatsApp, lamentando o que acontece nessas terras sertanejas onde o que se tem visto nos últimos anos é o total descaso dos novos donos da Chesf com o que se construiu aqui, e o desrespeito com os pioneiros criadores de todo esse patrimônio regional, as muitas usinas hidrelétricas que, ao serem criadas a partir de 1955, quando se inaugurou a Usina Paulo Afonso 1, começou a mudar, radicalmente, a história do Nordeste brasileiro que, com a “luz de Paulo Afonso” tem essa história contada em dois grandes capítulos: Nordeste A/C (antes da Chesf) e Nordeste D/C (depois da Chesf).

Lamentavelmente, de uns tempos para cá, está-se construindo um terceiro capítulo, o do preço com que as coisas passam a ser medidas no lugar do valor histórico que elas têm. É isso, todo esse patrimônio histórico perdeu o valor. Agora tem preço. Quem dá mais?

Esse ano e no próximo, com certeza, os candidatos a deputados, senadores, governadores, até à presidência da República, como as Copas do Mundo, voltarão, quatro anos depois àquelas que eles têm como uma de suas bases eleitorais, como olho nas eleições de 2026. Talvez seja a oportunidade de lhes cobrar as promessas que fizeram, com tanta empolgação, na campanha passada e não ficar apenas conformados com as promessas que irão fazer para o próximo quadriênio.


A atual gestão da Eletrobrás/Chesf investiu ao adquirir esse patrimônio gigantesco - a CHESF, a maior empresa do Nordeste - e deseja, como empresa, ter lucros, aumentar seu patrimônio financeiro, inclusive se desfazendo de um patrimônio que nada representa para ela. Cabe aos prefeitos e políticos da região encontrarem as soluções que atendam as expectativas dos moradores e dos novos donos da Chesf. E, todos sabemos que, especialmente na política, tudo é possível com o diálogo. E até coisas boas podem acontecer...



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