Gratidão está fora de moda. Mas vamos insistir: somos gratos ao Dr. Antônio José Alves de Souza, primeiro presidente da Chesf que, junto com gente de bem como Getúlio Vargas, Eurico Dutra, Apolônio Sales, Marcondes Ferraz, Amaury Menezes e muitos outros, teve a visão de um Nordeste grande, tornado produtivo com a implantação do Complexo Hidrelétrico do São Francisco.
Chama a atenção como esse povo trabalhava com o coração. Nas palavras do professor Hélio Rocha, jogavam a alma no que faziam. Por isso estão eternamente nos nossos corações agradecidos. Sabemos um pouco o que sofreram. Imaginamos o muito que penaram. Incompreensões e ingratidões. Mas venceram!
O neto do Dr. Souza, Dr. Luiz Cláudio Alves de Souza, a simpática esposa Ilma ao lado, compareceu à solenidade de posse do Dr. Luiz Fernando Motta Nascimento, pioneiro aqui chegado em 1946, que foi duas vezes diretor da Chesf, como membro correspondente da ALPA (Academia de Letras de Paulo Afonso). Tratava-se da Abertura do Ano Acadêmico 2020 da Academia, ocasião em que o Dr. Luiz Fernando nos fez voltar em enlevo de espírito à época do desbravamento épico da nossa região. A Academia louvava os 72 anos de formação da Chesf.
Arriscamos imaginar o estado de espírito do neto Luiz Cláudio ao pisar o solo de Paulo Afonso onde o seu avô, por treze fecundos anos, trabalhou e tombou, deixando-nos aqui o seu coração. Somos gratos, caro neto, a você obra tão preciosa quanto o legado material do nosso primeiro presidente. Fique certo que somos gratos, nós que viramos, todos os dias, cada esquina da pujante Paulo Afonso de 120 mil habitantes com otimismo graças à visão de homens como o seu avô.
E assim nos animamos, nós outros pioneiros da segunda leva, a manter a vigilância contra o desmantelamento de uma empresa que consideramos parceira importante e leal e a bradar e lutar contra a ameaça crescente de morte do Rio São Francisco.
Francisco Nery Júnior