Primeiro vamos lamentar a explosão do depósito de nitrato de amônio em Beirute, capital do Líbano. Além das explosões terroristas a que os libaneses estão acostumados, veio mais esta, fruto da prevaricação das autoridades ditas competentes. A potência da explosão, calculada em 20% da primeira bomba largada pelos americanos em Hiroshima, causou a morte de pelo menos 135 pessoas, milhares de feridos e cerca de 300 mil desabrigados. O Líbano precisa da ajuda internacional.  

O surpreendente é que um correspondente internacional desencavou um memorando dos administradores do porto, centro da explosão, para as autoridades libanesas demonstrando, em termos claros, precisos e pungentes, o perigo que a carga estocada num grande depósito do porto representava. Isto foi feito quatro anos e meio atrás.  

E aconteceu. Metade de Beirute foi pelos ares. Explodiu quase todo o estoque de alimentos dos libaneses importados em noventa por cento. O Líbano, que já vinha capenga, desabou por completo.   

Por aqui, em Paulo Afonso, também poderemos vir a lamentar uma grande tragédia. A qualquer hora, uma caçamba ou outra jamanta qualquer poderá despencar declive abaixo em direção à nossa Estação Rodoviária. A curva da Apolônio Sales, sem barreira de proteção, no trecho entre a Secretaria de Educação e o redondel do Lions Clube é um convite a uma plena derrapagem; ou à perda do controle de direção.  

Na verdade, o desastre já aconteceu. Só que em escala muito menor do que o que estamos a prever. Um carro de passeio passou desembestado pela dita curva e matou um pobre coitado açoitado contra a cerca da estação. Houve pouca repercussão. O morto não era um figurão.  

E esta é a terceira vez que que chamamos a atenção das nossas autoridades neste site e nesta coluna num esforço renitente para que a nossa profecia não se torne realidade. No Líbano, ela se tornou.