Temos um neologismo na nossa casa: doutorluizar. Pois estou doutorluizando a pleno gosto. Isto quer dizer que alguém pode ter o direito ou a licença de não ter, ou ainda foi liberado de ter tido, parte em determinados resultados. Como professor da Chesf, fui recolocado no SPOM e depois no CFPPA. 

Santa readaptação! Foram cinco anos de novos amigos, entrosamento e crescimento profissional. Foi no meu primeiro ano de SPOM o meu primeiro “pingado”, concessão de acesso por produção e merecimento. O maior reconhecimento, porém, foi o acolhimento pelos 315 membros da força de manutenção do Acampamento. Lembro de cada um deles, sem exceção, com sentimento de gratidão e reconhecimento. Eles eram competentes! Basta olhar as obras por eles manutenidas, firmes e fortes até hoje. Não se desgastam na primeira chuva nem se desmancham sob nossos pés. 

Nosso prefeito, doutor Luiz de Deus, uma vez deixou escapar ser o sentar e observar [de longe] a única postura possível ante determinados desastres. A leitura natural é a consciência do dever cumprido; do aviso de Noé dado de antemão. Do ser o verdadeiro amigo ao dar o aviso de perigo. A precipitação da boiada no abismo é realmente formidável – e deveras lamentável. 

Está no ar: o aproveitamento dos candidatos da região de Paulo Afonso (raio de 100 quilômetros) no exame para entrada no curso de medicina da Univasf é de 5% (cinco por cento). Isto quer dizer que de vinte alunos que conseguem aprovação dezenove são de fora e apenas um é de Paulo Afonso. 

A entrevista concedida pelo doutor membro do corpo diretivo da universidade em uma rádio local derivou da luta de um pauloafonsino visando à possibilidade de um tipo de “cota” regional que permitiria um maior número de estudantes da região no curso de medicina da Unifasf. Ficou claro, na entrevista, que isto já acontece em outras universidades.  

Que os nossos estudantes vejam nesse recurso a chance de alcançar o seu objetivo. Que sejam vencedores. A sua vitória significará que estaremos mais seguros e confiantes que seremos bem atendidos quando a saúde fraquejar.  

Francisco Nery Júnior