Mais nessa época de eleições, eles entopem os nossos ouvidos com promessas de servir ao povo. Posam de serviçais dos menos favorecidos muitas vezes apelando para pantomimas ridículas dignas de desprezo. Os nossos políticos se entregam de corpo e alma à busca do poder. Vão ao extremo para ganhar uma posição de mando ou influência. Gastam o que têm e o que não têm. Brigam e se traem de forma mesquinha. Desprezam-se uns aos outros num atestado real de falta de preparo para comandar a vida da nação. Mordem-se. Traem-se e se entregam a uma dança frenética no ambiente lamacento da politicagem.
A entrega que se fazem os postulantes à conquista de um cargo representativo é justa e legítima. Até louvável. Como não louvar quem se expõe e vai à luta para concorrer a um cargo eletivo? Uma vez no poder, a chance de servir. Fazer leis, interferir, solucionar problemas, ser parte do jogo; trazer desenvolvimento para o seu povo. Este, em tese, o quadro. Essa a postura e essas as promessas. Se admitirmos a máxima do Barão de Itararé, segundo a qual a teoria na prática não funciona, logo perdemos as nossas esperanças.
A página da Globo na Internet estampa que “Acesso do pastor ao poder no DF motivou crime”. Trata-se do caso da deputada federal Flordelis, acusada de mandar matar o seu colega e marido Anderson. A matéria não esclarece se os dois cursaram algum seminário teológico. Os dois são tratados de pastores. Se fizeram na vida, partindo dos primeiros degraus, realizando um trabalho de assistência social aparentemente louvável. Serviam a dezenas de crianças desamparadas. O lema alegado era servir.
Se pararmos um pouco para pensar, podemos considerar quem realmente está a nos servir. Em outras palavras, questionamos se quem melhor nos serve são os eleitos – ou nomeados -, recebedores de benesses e salários polpudos, muitas vezes indecentes em um país ainda com muitas carências, ou são aqueles batalhadores bem perto de nós, de sol a sol a suar a camisa para realmente nos servir. Professores, enfermeiros, policiais, garis, funcionários de supermercados, diaristas... motoboys!
Nos fixamos nos motoboys.
Nas ruas, sol a pino, poeira e lama, em cima de uma motocicleta a vencer miríades de quebra-molas e outros monstrengos tais, eles nos servem. Com presteza nos servem. Atendem ao nosso chamado e vêm. Trazem as nossas encomendas e nos transportam ao nosso destino. Eles nos servem, carece repetir. Não podemos nos esquecer que eles nos servem. Não importa que estejamos pagando. Não importa que sejam profissionais. Eles prestam um serviço comunitário fundamental. Cumprem a obrigação sem esperar agrado; o que não nos libera de agradá-los. Um troco deixado aqui ou um acréscimo voluntário acolá não afetará o nosso orçamento.
E vamos nos conscientizando que em os tratando bem, também somos bem servidos e seremos pelos outros bem tratados. Entendemos que enfrentam os perigos do trânsito, o perigo de assalto, encaram a desvalorização das suas motos e pagam combustível caro.
Enfim, torcemos para que não faltem clientes para os bravos motoboys de Paulo Afonso na esperança da regulamentação completa e definitiva da profissão. Agradecemos a eles o serviço [bem] prestado e dizemos MUITO OBRIGADO.
Francisco Nery JúniorIlmo. Professor Nery.O senhor escreve com acidez e doçura.Qão bom conhecê-lo!O o pró Rob Rick
Ainda tem uns sem vergonhas que acumulam dívidas com os motoboys e não pagam.
Caríssimo Galdino, compartilho do mesmo sentimento.Oportuna lembrança a esse guerreiros que fazem parte do nosso cotidiano.
Parabéns ilustre, professor Francisco Nery, pelo brilhante comentários. Realmente eles merecem e deveriam ser mais considerados.
Professor Nery, sempre atento a valorização de quem merece. Realmente os motis-boys são pessoas despojadas e incansáveis no seu ofício de servir. Mesmo ganhando míseros reais estão sujeitos a todo tipo de perigo e intempéries da vida. Nossos agradecimentos a essas pessoas maravilhosas que nos ajudam em todos os momentos de necessidade.
Somos muito agradecidos aos motoboys.Vcs são verdadeiros heróis.Grata.