Estamos tristes. Morre um homem de Deus. Esta me parece a melhor definição para o doutor Frederico Fausto Agostinho de Mello. Fomos surpreendidos com a notícia da sua morte hoje na cidade do Recife.
Fred nasceu de novo – carece assim nascer. Sem a morte, jamais a lagarta medonha e peçonhenta se transformará na borboleta linda e esvoaçante. Importa a transformação. E Fred insistentemente disso dava testemunho. Testemunhava da sua transformação. Acreditou nela e, transformado, bradava aos quatro ventos o poder de Deus.
Lembro, uma vez no SPOM, eu com uma gripe persistente e Fred a declarar que se eu tomasse cachaça (sic), já estaria bom (sic). Apenas sorri sabendo-o predestinado para o Reino dos Céus. Eu estava certo que seria questão de tempo. Sorri também sabendo das suas melhores intenções para com os seus subordinados baseado nas suas ações dignas de um ser do bem.
Recentemente eu o encontrei. Lembrei-lhe do episódio acrescentando que estava bastante certo que agora um novo homem, jamais ele me daria aquele conselho. E tudo ficou encerrado com um terno sorriso de concordância da sua parte.
No título, chamei-o de homem de Deus. Agora acrescento homem do bem. Foi ele quem me acolheu no SPOM carregando-me consigo para o CFPPA três anos depois. A postura e as ações de Fred me autorizam classificá-lo no rol dos homens de bem.
Minha eterna gratidão. Resta seguir os seus passos aprimorando e testemunhando cada vez mais o que ele muito bem soube entender, assimilar e testemunhar: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, nós somos os mais infelizes dos homens”.
Francisco Nery Júnior
O SPOM era uma família. A unidade do SPOM era devida a Fred. Ele sabia levar o pessoal sem pressões. Muito menos com hipocrisias, muitas delas religiosas, que víamos em outros setores. Fred sim, poderia dizer que estava ali para servir. Ele serviu como o SPOM serviu à manutenção do acampamento. Tudo era resolvido sem perseguições. Tudo chegava a um bom termo. São homens assim que devemos imitar. O resto já está esquecido na poeira do tempo.
De fato, Professor Nery, esse nosso querido amigo, irmão que foi acolhido por Deus, foi, aqui entre nós, simples mortais, uma pessoa que acolhia ao seu lado pessoas a quem dava a dignidade de continuarem sendo profissionais produtivos na Chesf. Foi assim com você, comigo, com o Professor Ivus Leal e com Isac Batista, também de saudosa memória, quando ele esteve gerenciando o CFPPA. O amor ao próximo, a mensagem de salvação que semeou são legados imortais de sua presença entre nós por tantos anos. E isso, ficará e dará bons frutos. Ficam, conosco, as muitas boas lembranças do seu convívio e a saudade...