O exame foi realizado no último domingo. O que segue são simplórias contribuições para os nossos alunos, mormente os que terão que enfrentá-lo, mais uma vez, no próximo ano ou enfrentar concursos outros. Elas advêm de uma longa marcha que me fez vencer um exame de admissão, um vestibular na PUC de Salvador, um concurso da Chesf e quatro concursos da Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Já citei a minha classificação em cada um deles em artigos anteriores. O leitor já sabe. Também vou evitar citar a conquista do pódio no curso de inglês do ACBEU em Salvador e do curso de inglês intensivo de 40 dias na Universidade St. Thomas em Houston no Texas e as minhas experiências na Flórida, em Massachusets e na França; o leitor também já sabe.
Todavia, não espere o leitor um código de procedimento estudantil nem uma cartilha pedagógica nos termos acadêmicos praticados. Não há essa pretensão. Apenas um testemunho de como o aluno do ENEM pode melhor enfrentar o exame ou qualquer outro concurso, o que justifica o enunciado do primeiro parágrafo.
Um concurso significa competição. Nem sempre o sucesso é garantido. Sempre poderá haver alguém melhor do que você que vai superá-lo; o que já aconteceu comigo em algumas ocasiões.
Vamos por itens em benefício da concisão:
. Ler muito fora da escola. Priorizar bons programas e matérias da mídia. Acercar-se de pessoas que têm o gosto da cultura. Aluno que se limita às atividades escolares não passa em concurso;
. Não desperdiçar o tempo enquanto na escola. Se há uma “aula vaga”, dirigir-se para a biblioteca para ler e pesquisar;
. Cumprir fielmente as tarefas de casa, pesquisando e indo além do exigido;
. Concentrar-se mais na argumentação/exposição do professor do que na arte de copiar;
. Inquirir, redarguir e procurar o objetivo principal da exposição de um tema em sala de aula. O quê, para quê, porquê [por quê];
. Discernir onde se encaixa o “ponto”, o tópico. Levar em consideração a teoria do todo em relação ao detalhe;
. Aprender outras línguas como fontes de cultura e saber diferenciadas;
. Alimentar-se bem. A engrenagem do corpo requer manutenção. Evitar vícios e dormir bem;
. Sentar-se, preferencialmente, na parte de trás da sala de aula. Isto pode favorecer a concentração;
. Repetir enunciados, técnicas, métodos e procedimentos. A repetição é a mãe dos estudos, vaticinavam os romanos;
. Investigar sempre; questionar. Lembrar-se que o óbvio não existe;
. Ter paciência. A construção do saber requer tempo. Roma não foi feita em um dia;
. Descartar (disregard) os que desacreditam em você;
. Melhor investigar, sentir ou perscrutar a sua “tendência” para a escolha de uma carreira;
. Investir na formação do filho, pode-se recomendar aos pais, respeitando a sua opção;
. Desconsiderar a afirmação propagada do aprender brincando. Melhor considerar a máxima que se come do suor do rosto;
. Valorizar as “aulas expositivas” sem, contudo, desprezar o trabalho de pesquisa e debate em grupo;
. Desligar-se da “nota”. Ela é apenas o resultado do estudo e da pesquisa. A sua importância se refere à avaliação do processo e à correção de rumo ou à aplicação de reforço;
. Lembrar-se que ordem e disciplina na sala de aula são fundamentais no processo de aprendizagem. Isto não é relaxado nos sistemas educacionais dos países desenvolvidos;
. Dedicar amor ao livro em papel. Manuseá-lo e fazer anotações. Livro de aluno que passa no ENEM é livro “sujado”;
. Estudar todos os dias, a vida toda. Via de regra, o aluno que passa no ENEM não estuda para o ENEM (peço licença para confidenciar ao leitor que nunca estudei para um concurso; muito menos na véspera; ainda menos me dirigi ao local de provas com um monte de livros embaixo do braço);
. Comer alimentos leves horas antes da prova. Levar apenas a identidade, lápis ou caneta. Nada de dicionários, tabelas ou códigos;
. Tapar as respostas de um quesito, se num teste de múltipla escolha. Primeiro ler o enunciado e raciocinar. Só depois ler as opções de resposta e marcar. Isto é FUNDAMENTAL!;
. Valorizar o mestre pedagogo que se esforça para conduzir o aluno. Protestar se a escola não oferece condições para tal.
Acima de tudo isso, para o sucesso na vida (“ir-se bem sobre a terra”), honrar pai e mãe, considerar o “dai e dar-se-vos-á” e contribuir, de todas as formas, para a propagação do bem e da Verdade.
Francisco Nery Júnior