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Professor Nery

Mudanças no trânsito e os quebra-molas

Publicada em 05/02/21 às 13:21h - 703 visualizações

Francisco Nery Júnior


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Mudanças no trânsito e os quebra-molas
 (Foto: Imagem ilustrativa - da net)


Foi a notícia que deverá haver mudanças no nosso trânsito que inspirou esta crônica. A turma da Prefeitura está reunida para a implementação de alterações no nosso sistema viário, turma que nos impõe confiança, diga-se de passagem. A turma do outro setor poderia pongar no bonde e estudar uma maneira de nivelar as nossas calçadas onde frequentemente tropeçamos, tombamos e caímos.  


Vamos nos ater aos quebra-molas – que muito bem poderiam ser um símbolo perfeito de Paulo Afonso, já que a torre de transmissão é o símbolo da Chesf, a nossa redentora econômica.  


Eles são lindos. Gracinhas, no jargão de Hebe Camargo. Pintadinhos de preto e amarelo, como manda a lei, dão um toque especial à nossa cidade. Olhamos e nos animamos. Dentro dos carros, até saltamos com eles. Aliás, por eles. Vamos para cima, em riba como falam os nossos campesinos – e os espanhóis. “Arriba, España”, a frase final de Francisco Franco, general unificador do vizinho de Portugal.  


Os quebra-molas são fundamentais para o programa social Bolsa Família. Metade do preço da gasolina que pagamos nos postos financia o Bolsa Família. Claro, há que haver uma fonte de financiamento para o programa considerando que o governo não tem uma fonte de dinheiro nos fundos do Planalto. Os fundos saem decididamente do fundo dos nossos bolsos – e os políticos faturam os votos. Nesse imbróglio, menos ruim que eles alimentam os nossos irmãos famintos ou desprezados. Pagamos com satisfação, líquida e certamente. Primeira e segunda marchas e o consumo de combustível aumenta, como aumenta o lucro dos também bravos donos de postos e a arrecadação que vai sustentar o Bolsa família.  


Os bairros, as ruas e as casas ficam lindos de morrer (desta vez do jargão de Sérgio Bittencourt, filho de Jacob do Bandolim). Cores e apetrechos, como no caso dos nossos brinquedos de rua, os quebra-molas, valorizam as nossas vias. Uma rua com quebra-molas torna-se valorizada! O preço de revenda dos imóveis sobe, como sobe a arrecadação advinda da transação. Quem já comprou algum imóvel sabe a que nos referimos. Eles sabem e os bolsos choram.  


Há também o fator lazer – prazer melhor dizendo – na presença de um quebra-molas. Que melhor do que, após um dia laborioso e estafa, sentar-se à porta da casa, pernas estiradas com todo o direito de estar, e observar o semelhante no ápice do prazer mundano descrito no terceiro parágrafo? Isto também é amor ao próximo.  


Um quebra-molas na frente da casa é sinal de poder! Cara carrancuda a dizer “aqui quem manda sou eu”. Não é assim em toda a História? Os homens sempre correram atrás do poder. Uns poucos, muito poucos, para fomentar o desenvolvimento e a diminuição do fosso social que os lavradores de pautas de doutorado chamam de gap, termo emprestado do inglês.  


Então, leitor, aceite, por favor, esta simples ode aos nossos já indispensáveis companheiros, até amigos íntimos de todos nós. Afinal de contas, se você não pode com o inimigo, junte-se a ele.  

Francisco Nery Júnior  




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1 comentário


Rua da Frente

12/02/2021 - 14:22:35

devolver à cidade a subida da Getúlio Vargas até o San Marino Hoptel


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