O nosso conhecimento é perfunctório. Da granja, a visão imponente dos galpões vistos da janela do avião na chegada a Paulo Afonso. Do fundador e da família, alguma visão respeitosa nas vias e nos supermercados da cidade.
Das gaiolas, os ovos distribuídos nos pontos de venda na cidade. Mais do que nunca, com o preço da carne bovina em alto patamar – evitamos dizer absurdo -, eles são, neste momento, a salvação da pátria. Ovos mexidos e omeletes, pasta de ovos e farofa de ovos com linguiça, os ovos estão a fornecer a proteína de que tanto precisamos. Os ovos, os produzidos na Farres e nas outras granjas da cidade, são irrefutavelmente a nossa salvação.
Perdemos o pioneiro da sua produção. O empreendimento certamente continuará a ser tocado pela família. E esperamos o exemplo de belo pioneirismo ser imitado em projetos outros factíveis. É papel do Estado (Prefeitura no nosso caso) estimular o empresário. É assim que funciona. O Estado existe para, além de regulamentar a atividade empresarial, fomentar investimentos e projetos em benefício do povo.
Não se trata de defender benesses ou mordomias. Muito menos tolerar apadrinhamento, corrupção e prática de propina. Temos visto o aparecimento de alguns jovens empresários na nossa cidade. Eles são parceiros. Não são inimigos. O empresário visa ao lucro. Todos nós visamos ao lucro. Sem o lucro, nada de novos investimentos, nada de cumprir os compromissos de pagamento de impostos e salários. Não vamos nos esquecer que eles pagam impostos. Na realidade, repassam impostos. Mas isso é capitalismo e acabamos de perder um deles, honrado pelo que vemos do sucesso da Granja Farres.
Tudo que acabamos de escrever não impede que os nossos empresários sejam, na medida do possível, mais generosos com os seus colaboradores. Ir um pouco além da lei, da obrigação, aí reside toda a honra. “Se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, vós não podeis ser meus discípulos.” Somos bem-aventurados em termos alguns desses na nossa cidade.
A História mostra o sucesso e a longevidade de empresas cujos proprietários não tratavam os seus empregados como um mero item a ser considerado no gerenciamento.
Finalmente o nosso reconhecimento aos nossos gerentes de visão e o nosso profundo respeito aos nossos empresários proativos e humanos. Acabamos de perder um deles.
Francisco Nery Júnior
Excelente texto, Nery, traduz o compromisso empresarial e a visão holística que ele tinha da economia local! Que Deus o receba em seu reino e lhe dê o descanso eterno.