Está na mídia internacional. Um vazamento teria acontecido recentemente em um dos reatores da central nuclear de Taishan desenvolvida pela França como nos revela a rede americana CNN.
Não se trata, no nosso caso, de divulgar um dissabor para a China. Não se trata de fake news. Critérios políticos ou ideológicos, dominação do mundo ou guerra comercial não nos vêm ao caso. Trata-se da sobrevivência da humanidade. Trata-se de nós nos lembrarmos que os nossos pais sempre nos alertavam que quem brinca com fogo acaba se queimando.
A China explode em desenvolvimento para nosso prazer. É nossa parceira e consubstancia nossa parceria diversificada no cenário internacional. Está do outro lado do mundo e pacientemente vai ocupando o seu lugar na História. Olhamos para o lado e, de certa forma, caminhamos com ela – e com quem mais nos convier. Não concordamos com tudo que acontece no seu território. Não defendemos o desenvolvimento global a qualquer custo. Apenas acompanhamos o gato chinês sem cor [ideológica] a pegar ratos de nos dar prazer – e a nos encher de inveja. A parceria da França ocidental no projeto nos poupa argumentos mais precisos.
Queremos chegar no São Francisco; na sua preservação. Almejamos ver a sua revitalização. Com todo o pragmatismo que os chineses adotaram para se desenvolver. Vamos de antemão nos lembrar que três acidentes nucleares maiores – e divulgados - já aconteceram no mundo: Three Mile Island (Estados Unidos), Chernobyl (União Soviética), e Fukushima (Japão). Em nenhum dos casos foi o fim. Nenhum deles fez se cumprir a profecia bíblica que prevê o globo destruído virado pó.
A região de Paulo Afonso seria, segundo os peritos em produção de energia atômica, ideal para a instalação de um complexo nuclear. A Chesf explodiria na produção de energia elétrica para o Nordeste e para o Brasil. Excederia em muito os dez por cento que produz. E Paulo Afonso seria cantada e caqueada por todo o Brasil. Seríamos mais vistos e invejados.
E se nos sobrevier o que agora sobrevém à cidade de Taishan como já sobreveio às outras três localidades citadas acima? E se ficarmos sujeitos à radiação consequente de um vazamento nuclear? Os peritos nos garantem segurança irresponsavelmente ignorando a possibilidade de acidentes de percurso. E se explodirmos em partículas nucleares, todos juntos para o além? Que dirão os peritos distantes? Que será dos nossos filhos e da nossa região?
Como Noé e Galileu, alertamos. Pequeninos embora, clamamos. Melhor evitar o que não conhecemos plenamente. O que não dominamos com plena segurança, melhor evitar. A bíblia nos diz que certas coisas são para Deus. Melhor não nos intrometermos. Poderia ser o caso da produção de energia nuclear. Pelo menos por enquanto. (Temos conhecimento que a Alemanha pretende se livrar das suas usinas nucleares.)
Então podemos voltar ao Velho Chico. Melhor preservá-lo para a vida e para a produção de energia limpa e segura no Brasil. Dos dez por cento [cota da Chesf] agora produzidos, pode chegar aos vinte com medidas e soluções factíveis e proativas.
E quem pode salvar o rio São Francisco somos nós; cada um de nós. Preservando, revitalizando, recuperando as matas nativas e ciliares e ... opinando! Neste caso, opinando tem o peso semântico de pressionando. A nossa opinião, a opinião dos leitores, vale mundos. Muito mais do que pensamos.
Francisco Nery Júnior
Texto excelente. Parabéns prof. Francisco Nery. Me espelho em suas opiniões.
Texto excelente. Para reflexão e execução imediata.