Deputados, prefeitos e figuras do meio artístico e esportivo têm sido flagrados desrespeitando as regras de distanciamento social recomendadas para evitar o contágio da Covid-19. Em sessões da Câmara e do Senado, deputados e senadores falam em cima uns dos outros e se apertam as mãos sem o cuidado de higienizá-las com álcool gel logo após. E o presidente Jair Bolsonaro coroa os afagos a uma criança puxando-lhe a máscara para baixo. Isto acontece no Brasil.
Em Paris, o jornal Le Parisien estampa a matéria (26.06.21): “Reino Unido: o ministro da saúde pede demissão por não ter respeitado o distanciamento social com sua amante”. O jornal nos dá conta que, flagrado aos abraços com a sua amante, o ministro se desculpou perante os ingleses na última sexta-feira. E acrescenta: “As desculpas [todavia] não foram suficientes e sua infidelidade viria a lhe custar seu posto. O ministro da saúde britânico, Matt Hancock, anunciou neste sábado, no Twitter, que estava pedindo demissão. Numa foto publicada na primeira página pelo The Sun, sexta-feira, podia-se ver o político abraçar sua assistente, Gina Coladangelo. Se a imagem gerou polêmica, não foi porque este pai de três filhos foi surpreendido a caminho de trair sua mulher, mas porque ele não respeitou o distanciamento social, que era a regra na ocasião, início de maio”.
Restou ao namorador demissionário tentar encerrar a polêmica com a declaração publicada pelo jornal de Paris nos seguintes termos: “Matt Hancock, que já havia se desculpado na sexta-feira, explicou que ‘os que elaboram as regras devem cumpri-las’ justificando sua demissão”.
No Brasil, no primeiro parágrafo, a tentativa de descrever a “descontração” de figuras notáveis do cenário nacional. No Reino Unido, o ministro da saúde perde o cargo por ter quebrado uma regra sanitária. O que mais lhe teria acontecido se tivesse quebrado uma lei; desvio de recursos por exemplo?
Introdução, desenvolvimento e tradução de Francisco Nery Júnior