A tarde, tarde de domingo. Muita chuva na noite anterior e céu ainda nublado. Da minha casa, no BNH, caminho último para o cemitério, os ecos do cortejo fúnebre da mais recente vítima pauloafonsina da Covid-19. Era uma conhecida, amiga da comunidade, esposa e mãe de concidadãos nascidos e honrados de Paulo Afonso. Cunhada de amiga sincera. Tia de sobrinhos de valor, mãe e esposa de todas as horas.
A Covid a levou. Impiedosamente ceifou a sua vida. Fez o seu [macabro] trabalho; e a levou. Um dia, cada um de nós também será levado. Mas a tarefa da nossa transferência virá na hora certa sem a interferência nefasta de uma partícula desprezível, talvez bem-sucedida pelo nosso desleixo na relação com Deus. Assim cremos e assim esperamos.
Estávamos tristes. Não fomos feitos para morrer. Somos parte de um plano muito além da carne e da finitude. A vida pula e ulula no nosso planeta. Em um único centímetro quadrado da poderosa floresta amazônica, infinitos processos de vida e de evolução.
E então nos lembramos que nunca estaríamos sós. Jamais seríamos deixados sós. A esperança – e sem ela o inferno de viver – é fundamental para a caminhada. Olhar para a frente. Marcar o objetivo e partir. Continuar a caminhada.
Assim fizemos. Saímos da casa e olhamos para cima. E tudo que poderíamos estar nos esforçando para dizer, caquear e confortar os leitores, está resumido na foto com que ilustramos nossa matéria.
Luzes, cores, esperança e vida vindos do céu, sinais de salvação e resgate.
Francisco Nery Júnior
P.S.Nós nos referimos a Lucimar Maciel, esposa de Hélio Remígio e mãe de Helinho Ventura.
Que Deis conforte o coração de Todos os familiares. 🙏🏿🙏🏿🙏🏿
Sábias palavras como sempre grande e honrado mestre PROFESSOR NERY...