Vivemos a farra dos empréstimos consignados. Negócio da China. Risco zero para quem empresta. As parcelas são descontadas em folha.
O pior é que os últimos governos do Brasil têm incentivado esse tipo de transação que quase fatalmente culmina com o endividamento de quem já ganha pouco. Idosos aposentados que são coagidos por filhos e netos inescrupulosos penam para pagar as prestações religiosamente descontadas em folha.
O incentivo e a prioridade deveriam contemplar o trabalho, a poupança e o investimento. Seria como se cada um fosse o seu próprio banco – sem juros, correção monetária, nem espoliação. Foi assim que o Japão se recuperou do aniquilamento no final da Segunda Guerra Mundial. Os japoneses, se não mudaram nos últimos anos, se contentavam com algum retorno do investimento inicial após, no mínimo, cinco anos. Por isso o Japão é, hoje, um dos membros do G-8, os oito países mais ricos do mundo.
Não há fórmula milagrosa para desenvolvimento sem poupança interna. Sem trabalho, poupança e investimento, nada feito. Inês é morta. Do ex-secretário da Fazenda da Bahia, Bóris Tabacoff: “Quem gasta tudo que ganha nunca vai pra frente”.
Acompanhávamos a oitiva de um coronel da reserva do Exército na Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal. Questionado, respondeu ter 49 anos de idade, tendo ido para a reserva em 2018. Tornou-se inativo, isto é, aposentou-se aos 46 anos de idade de acordo com os parâmetros legais estabelecidos. Se a sua expectativa de vida o levar aos 92 anos, terá passado metade da sua vida na reserva. Segundo ele, atuava na área de logística não se configurando, queremos crer, qualquer tipo de aposentadoria especial.
Não há como deixar de considerar os grandes generais da história brasileira, compenetrados e sisudos, sessentões ou setentões preocupados com o encaminhamento do país. General Eurico Gaspar Dutra e Goes Monteiro, Henrique Teixeira Lott, Humberto de Alencar Castelo Branco, Amaury Kruel, Goubery do Couto e Silva, Justino Alves Bastos e muitos outros. Atuaram na cena nacional e intervieram em uma época de instabilidade política, fato que nos poupamos analisar e evitamos lavrar juízo de valor em um breve artigo de site.
Os dois tópicos que acabamos de levantar para consideração dos nossos leitores, eleitores em potencial em um regime democrático, tópicos que podemos considerar incongruências, na realidade se multiplicam em muitos outros que tornam o Brasil inviável para o desenvolvimento e para as futuras gerações.
Francisco Nery Júnior