Vivendo elas, viveremos nós – com todo o conforto, beleza e plenitude que Olavo Bilac descreveu com suprema sensibilidade e paixão. Que bom que os pauloafonsinos plantam árvores aos montes e a mãos cheias. E vamos ao poema. Com ele, ganhamos o dia e nos sentimos parte irrefutável da Natureza.
Velhas Árvores
Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,
Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!
Introdução de Francisco Nery Júnior