Um, apenas um. Dos dez leprosos curados, apenas um voltou para agradecer. O episódio está registrado na Bíblia. E se está, é porque o agradecimento é fundamental. Gentileza, reconhecimento, jamais perder a ternura. E por aí vai. Não tira pedaço nem desvaloriza. Muito menos humilha. Não engorda o curador. Mas enche o curado de honra e caráter. Demonstra sensibilidade.
O pedido de um favor em francês, que em português enseja ao favorecido se declarar obrigado a retribuir ou reconhecer, vai um pouco além. O recorrente deixa implícito ao recorrido a condição de ele, o recorrido, se sentir bem ou feliz se lhe agrada fazer o favor. Aí, queremos crer, reside toda a honra.
Che Guevara, John Lennon, Nelson Mandela, Getúlio Vargas, Juscelino; mesmo de Gaulle, Churchill ou Fidel Castro objetivos, se demonstraram agradecidos à confiança do povão e por isso lhes somos gratos.
Então um voltou – curado de lepra! – para agradecer. Eu me submeti a um processo seletivo, venci e fui admitido na Chesf. O ASV (APA em Salvador) foi fundamental para a minha reclassificação de função e transferência para Paulo Afonso. Recomendava cuidado e apoio para o transferido enquanto ASV, o que retardou o meu processo de perseguição.
Um dia visitei o doutor Paulo, Paulo Moreira de Souza. Fui lhe agradecer. Eu o senti recompensado. O seu sorriso pareceu dizer que ele estava feliz em ver o meu progresso. Ele havia apostado em mim! E comentou ao nos despedirmos: “Aqui e acolá, um volta para agradecer”.
Nós, pauloafonsinos, certamente somos agradecidos aos nossos sites, aos bons governantes, ao políticos honrados, aos amigos, colegas e mesmo aos admiradores. Agradecemos aos responsáveis pela nossa segurança, ao pessoal da saúde, ex-alunos agora amigos, aos coletores de lixo, tratadores da água que bebemos, aos vizinhos, entregadores, motoboys, prestadores de serviço, aos que se foram; a todos que passam pela cabeça do leitor neste momento. A essa pletora de gente de bem que nos ajuda a viver!
Para os estudantes de português: No primeiro parágrafo, a palavra bíblia está grafada com letra maiúscula por uma questão de deferência que a maioria dos escritores dispensa. No verbete do Aurélio, alguns exemplos onde o termo aparece grifado com letra minúscula.