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Professor Nery

Morte em Petrolândia após virada de barco

Publicada em 03/01/22 às 13:06h - 598 visualizações

Francisco Nery Júnior


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Morte em Petrolândia após virada de barco
Mergulhadores resgatam barco afundado no Lago de Itaparica, em Petrolândia  (Foto: Petrolandiaemfoco.com.br)

A notícia nos dá conta que um barco virou no reservatório de Petrolândia e um dos embarcados morreu afogado. Segundo o site, os oito passageiros estariam usando coletes salva-vidas. Ainda acrescenta que o corpo do rapaz de 29 anos foi retirado do fundo do rio. Das duas, uma: ou ele não usava o colete, ou o colete não tinha a qualidade necessária para evitar o afogamento. 

Moro em uma região pródiga em lagos e reservatórios. Tenho o meu colete! Eu o coloco todas as vezes que entro em uma embarcação. Quatro episódios para o leitor: 

. Levávamos três turistas americanos em passeio pelo canal PA-IV. Paramos em um restaurante à beira do canal. Lá estavam alguns conhecidos. Um deles me perguntou, ao me ver de colete, se eu estava com medo de morrer. “Exatamente isso. Não pretendo morrer afogado antes da hora marcada”, respondi; 

. Entramos, a mulher e eu, em um daqueles barcos ridículos da travessia Mar Grande-Salvador; ridículo para a estatura de Salvador e da Ilha de Itaparica. Não vi coletes e questionei o “capitão” - que demonstrou irritação com a minha pergunta. Procurando não me atritar com ele – ele era o chefe! – simplesmente lhe disse que não navegaria naquela condição. Os coletes apareceram e chegamos sãos e salvos do outro lado. 

A título de ilustração, eu já tinha estado em um desses barcos, eu e uma turma de turistas, quando o motor falhou no meio da travessia e as ondas ameaçavam virar o barco até que o mecânico conseguiu religar o motor e, dessa vez, não afundamos. Não havia coletes a bordo; 

. Agora, novo passeio de lancha pelo canal. Eu seria o tradutor de um grupo de americanos. Como gato escaldado tem medo de água fria, procurei o quanto pude, no depósito da casa, algumas braçadeiras, boias e nadadeiras do tempo da infância de Mário, meu filho. Ângela, a esposa, com um sorriso de negação, ou considerando ser a preocupação um exagero, tripudiou. Desconsiderei a sua reação e saí para o passeio carregando a minha bagagem [preciosa]. 

Pois na volta do lago de Moxotó, ao longo do bairro Centenário, uma ventania gerava ondas fortes que ameaçavam virar a lancha. Ângela, como era de se esperar, foi a primeira a se agarrar a uma das boias (eram cerca de quatro) que eu lançava para o pessoal. 

Finalmente a ventania arrefeceu e todos nós, encharcados pelas águas benditas do São Francisco, desembarcamos vivos no primeiro porto seguro; 

. Para mim, foi questão de honra cumprir o meu serviço militar. Escolhi a Marinha do Brasil. Durante um ano, saboreei a delícia de ser um marinheiro. Os militares nos ensinam muitas coisas importantes. Durante todo o ano, pressionei os meus superiores para termos aulas de natação. Um marinheiro tem que saber nadar! Apenas eu e mais dois colegas, dos setenta e cinco, tínhamos o segundo grau completo, o que nos garantia uma certa consideração – e alguns privilégios. (Nós três, inclusive, já conseguíamos nos comunicar em inglês que aprendemos nos colégios públicos de qualidade de então). 

Os nossos bravos comandantes quebraram o pau no ouvido e seis conscritos do grupo se formaram reservistas da Marinha do Brasil sem saber nadar. Meses após a nossa formatura, li no jornal sobre o afogamento de um jovem numa pequena lagoa dos arredores de Salvador. Ele era Marinho, um dos seis colegas da minha turma que passaram pela Marinha e saíram sem saber nadar.   

Se eu fosse legislador, brigaria ferozmente para a inclusão de aulas de natação nos currículos escolares. Injustificável alguém cair em qualquer poça d’água e morrer afogado por não saber nadar. Não se aprende a nadar. Treina-se. É como “aprender” a andar de bicicleta. Também procuraria aprovar uma lei obrigando o uso de coletes salva-vidas em qualquer viagem fluvial ou marítima. Não apenas coletes “em locais visíveis e accessíveis”.  

Em muitas ocasiões, gastam-se verdadeiras fortunas para a salvação de uma vida. Paradoxalmente, perdem-se vidas preciosas pelo desleixo da falta de uso de um simples colete salva-vidas. 

Francisco Nery Júnior 


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