A eleição presidencial está a apenas oito meses de distância. Dia 02 de outubro, seremos convidados a votar. É um faz de conta que nos faz acreditar que escolhemos o presidente da República. A panelinha dos caciques “se entende” e nos empurra um candidato que eles pretendem, depois, controlar. É apenas um pouco diferente da prática na Velha República.
Os prováveis candidatos não nos apresentam propostas. Mordem-se uns aos outros numa carnificina maquiavélica, cruel e às vezes asquerosa. Não parece provável que a maioria dos brasileiros, sem ânimo no meio de uma pandemia, atolados em uma dívida pública de R$6.000.000.000.000,00 (seis trilhões de reais), segundo o presidente Jair Bolsonaro; não parece provável que eles [nós] estejamos primordialmente interessados em saber dos podres passados de cada candidato.
São seis trilhões de uma dívida irresponsavelmente acumulada em pouco mais de vinte anos. O tempo e a dedicação dos técnicos do Ministério da Economia são dedicados ao malabarismo para evitar o desastre. Não carece lembrar ao leitor quem deteve o poder no Brasil nesse período. Mas não faz nenhum mal relembrar o placar no centro de Lisboa que pedia cadeia para quem tinha endividado o país. O povo brasileiro, anestesiado e exausto, simplesmente esqueceu.
Precisamos de um líder desenvolvimentista para comandar um grande salto para a frente do Brasil. Getúlio Vargas e Juscelino Kubitscheck provaram que isso é possível. Esta é a única forma para o país crescer, se desenvolver e resolver os dilemas da desigualdade social. Por esse caminho, alguns países passaram para o patamar do desenvolvimento.
Repetindo, precisamos de um candidato visionário/desenvolvimentista, talvez com um pouco de paranoia. Alguém já afirmou que os grandes saltos desenvolvimentistas são devidos a paranoicos.
O presidente Jair Bolsonaro venceu resistências e montou um ministério que ele chamou de técnico. Alguns frutos já são visíveis. O Governo finalmente voltou a sua atenção para o modal ferroviário de transporte. Duas grandes ferrovias, de leste a oeste e de norte a sul estão em construção. A legislação foi modificada e tornou possível a concessão de pequenos ramais ferroviários para a iniciativa privada. Para surpresa do governo, sessenta propostas, num total de 20.000 quilômetros, já foram apresentadas. Que surja um empresário de visão para propor a ferrovia Piranhas/Paulo Afonso, pouco mais de 30 quilômetros.
Por outro lado o óbvio – que precisa ser dito – finalmente prevaleceu e a legislação referente ao transporte marítimo de cabotagem foi modificada. Com mais de 8.000 quilômetros de costa marítima tranquila e hidrovias viáveis, o transporte de carga no Brasil privilegia o caminhão.
O deplorável nível das moradias dos brasileiros clama por um grande projeto de habitações populares. Nas encostas e nas calhas dos rios, a população carente de brasileiros arrisca a vida em miseráveis barracos.
E a indústria nacional, segundo alguns analistas sucateada, precisa de incentivos. O agronegócio no Brasil, um dos mais avançados do mundo, se limita, nas palavras do professor Carlos Lessa, ao motorista do caminhão e ao agricultor. Todo o maquinário é importado. O fornecimento de sementes, inseticidas e fertilizantes é dominado por empresas estrangeiras.
Evidente que precisamos avançar em saúde e educação. Nunca será demais avançar. Mas precisamos nos desenvolver. Ninguém no mundo duvida que o Brasil é um país viável. Até agora temos sido poupados de grandes problemas sociais, conflitos políticos e desastres naturais. Em algumas experiências e estudos no exterior, a constatação do respeito pelo Brasil. Nossos interlocutores não entendem por que não avançamos.
Os nossos problemas e entraves precisam ser resolvidos. Podem ser resolvidos. Estamos todos à espera de candidatos que nos apresentem propostas viáveis. Um candidato que nos dê a certeza que, uma vez eleito, vai arregaçar as mangas da camisa, reduzir as mordomias próprias para dar o exemplo e trabalhar – o único caminho para o tão aguardado desenvolvimento. A título de referência, as desigualdades, mordomias e penduricalhos no Brasil são, no mínimo, imorais. Indecentes e revoltantes.
Parabéns NERY, pela excelente matéria!Já podemos avaliar o quão suja será esta Campanha eleitoral/2022. Os candidados cheios de bondade, de comprometimento social, vestidos de cordeirinhos ...chegando até chorar na telinhas de TV, quão ridículos ! Corremos riscos sim de um desastre político social. ACORDA POVO BRASILEIRO!GRITA INDEPENDÊNCIA OUTRA VEZ . A ESCOLHA CERTA É O CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO DO NOSSO PAÍS.