O professor Olavo de Carvalho se tornou conhecido do grande público como o guru do presidente Jair Bolsonaro. A impressão que se instalou é que ele não jogava para a plateia, o que, imaginamos, atraiu a confiança do então candidato Bolsonaro. Com a sua morte, aumentou o interesse sobre o seu pensamento e a influência que poderá exercer sobre os brasileiros. Idolatrado por alguns e odiado por muitos, morreu nos Estados Unidos aos 74 anos de idade.
Um analista descrevia o conceito e a visão do professor e filósofo Olavo de Carvalho sobre o indivíduo como uma entidade única e independente em contraposição ao rebanho, à multidão ou ao todo. O indivíduo dotado de liberdade e capacidade de pensar e escolher o seu próprio caminho, sem a tutela exterior.
Então, pensei comigo mesmo, isto é evangelho, o evangelho pregado por Jesus Cristo o Filho de Deus. O Evangelho da redenção prometida e minunciosamente revelada a partir do Velho Testamento.
Ato contínuo, me veio à mente João 15:19. Assim reza o versículo: “Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu. Mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece”.
E na Internet, o que pode ser surpreendente ou intrigante para o leitor, a essência do pensamento de Olavo de Carvalho sobre o caráter e a participação do homem no Universo nas palavras do próprio Olavo de Carvalho:
“Passei por situações onde eu perdia tudo. Não sobrava nada. Sobrava somente uma coisa: sobrava Deus! Sobrava a esperança do perdão dos meus pecados e da vida eterna. Eu posso morrer agora mesmo. Eu não estou nem ligando. Eu só quero uma coisa: eu quero que Deus perdoe os meus pecados e me leve para junto dele. É só isso que eu quero. O resto não existe. O resto tudo vai passar. Nós estamos todos indo para a morte e para o confronto com Deus. Esse é o ponto. É só isso que vai acontecer. O resto não vai acontecer. O resto é ilusão. Mas isto é fatal que aconteça. Então, quando chegar lá, o que eu quero quando chegar lá? É mostrar minha santidade, ‘Ó Deus, como eu sou lindo!’? Que nada: ‘Eu estou chegando aqui. Eu estou todo sujo. Tô arrebentado’. Agora, tem uma coisa que eu tenho [...] não têm. Eu tenho Jesus. Ele vai nos tirar do buraco, tá?”
Por Francisco Nery Júnior
Estes dois artigos provocarão celeuma; muitos atirarão pedras; outros, flores. Estes são os riscos de quem se atreve a usar os neurônios e vive entre os extremos do bem e do mal, não é? As paixões, por serem cegas, tendem à dicotomia das extremidades, e isto é um vício; a razão, ponderada, tende ao equilíbrio, e a isto chamamos virtude. Pensar, e instigar o pensamento, são coisas muito necessárias neste mundo pendular de hoje, cheio de paixões e quase vazio de compaixão e bom senso. “Posso não concordar com tudo que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”. Viva a Liberdade. Vivam as pedras! Vivam as flores! Vivam as ideias! – Edson Mendes, 27/01/2022
Se o testemunho de Olavo descrito no texto é "trevas" e "absurdo" não dá para entender mais nada... Mantendo o nível.
Aprendi com meu avô materno, o velho Sebastião, que não se deve celebrar morte de ninguém – exceto as de Adolf Hitler e Benito Mussolini. Assim que não vou festejar, para nada, o sumiço dessa figura dantesca e abominável chamada Olavo de Carvalho, que se autodenominou filósofo. Virou “o professor” (perdão aos queridos e nobres professores), o “filósofo”, virou qualquer coisa que teve um espaço enorme dentro desta catástrofe que vivermos a cada segundo de cada minuto de cada dia das nossas vidas. O que Olavo de Carvalho fez depois que descobriu e utilizou de maneira intensa as redes sociais foi espalhar mentiras, absurdos, pura escatologia, cinismo soberano. E trouxe para a superfície um poderoso contingente de extremistas não apenas da direita, mas da elevadíssima ignorância que estava abrigada em armários e nos últimos anos saiu não para a luz do dia, mas as trevas do absurdo. Não, eu seguirei a lição de meu avô e não celebrarei a morte dessa figura abjeta e perigosa que deixa como herança um imenso bando de seguidores tão fanáticos quanto imbecis.