Como “sem o danado do dinheiro não se faz nada”, o custo para a manutenção do Poder Legislativo Municipal é altíssimo – dinheiro do contribuinte. Por esta razão, sempre valerá a pena a discussão visando à otimização de resultados.
O que se espera, o que poderia um vereador eleito pelo povo em competição legítima fazer para propiciar um retorno justificável em termos de produção?
Fazer e aperfeiçoar as leis aparece no topo. Está na cartilha. Acompanhar, vigiar e zelar pela boa execução do Orçamento Municipal vem logo abaixo. Que mais, além do trabalho contínuo e persistente, fruto mesmo de algo parecido com coação, que compete com o trabalho dos despachantes profissionais, meritório sem dúvida, naquilo que assiste os mais necessitados que pouco têm a quem recorrer, assegurado que feito dentro da honestidade e da ética esperadas de um representante do povo?
Vamos pensar, meio atabalhoadamente:
. Exercer o direito/dever de pressão sobre o executivo;
. Tornar a Casa um centro ad hoc de debate de grandes temas de interesse para o povo;
. Imbuir-se do sentimento de pertencer ao que os americanos denominam think tank;
. Propor soluções factíveis dentro da realidade, da cultura local e do Orçamento;
. Despojar-se, na medida do resistível, da contaminação do orgulho ou da prepotência;
. Trabalhar pela arborização extensiva e compreensiva do espaço urbano;
. Apoiar iniciativas de recuperação das matas ciliares do São Francisco;
. Sonhar com o reenchimento dos nossos lagos artificiais, seguido do devido peixamento;
. Tentar atrair atividades náuticas tirando proveito dos reservatórios da Chesf;
. Solicitar mais equipamentos sociais nas praças, considerando que já temos um bom começo;
. Cobrar a dinamização do Centro de Zoonose, tendo em vista que gatos e cachorros (pets) não pediram para ser domesticados;
. Lutar para a propiciação de lazer para o povo que é um preceito constitucional;
. Interagir com os nossos representantes a nível nacional (aqueles que nos visitam à cata de votos) para a construção de outra ponte sobre o Canal de PA-IV;
. Instar pela instalação de um forno crematório na cidade (cremações têm que ser realizadas na cidade de Alagoinhas);
. Ajudar o executivo no esforço para o retorno dos voos para Recife, Salvador e São Paulo;
. Lutar para o melhor atendimento dos pauloafonsinos em termos de saúde;
. Cooperar para o bom relacionamento do Executivo com a Chesf;
. Estimular a criação de um Conselho de Notáveis na cidade para sugestões e consultas (think tank);
. Recomendar ao Executivo a viabilização da entrada para a cidade a partir do Bairro
Rodoviário (prevista no Plano Diretor);
. Brigar pela redução drástica dos cargos comissionados na Prefeitura;
. Empenhar-se pela revitalização do Centro, recuperando a via de acesso Catedral/Centro (sem prejuízo para quem acreditou e investiu no Calçadão);
. Dedicar uma atenção especial, junto ao Executivo, aos professores municipais, enfermeiros dos postos médicos de atendimento, guardas municipais e garis, levando em consideração a natureza do trabalho que realizam diretamente para os mais necessitados;
. Recomendar a dinamização da Sementeira Municipal que poderia contar com algum tipo de assessoria para o pessoal da zona rural;
. Sugerir a criação de um abrigo para idosos desamparados na cidade ou o aumento da cooperação com os Vicentinos;
. Engajar-se no sonho do Teatro Municipal;
. Manter contatos exaustivos com instituições de crédito visando ao estímulo às atividades náuticas na região;
. Sonhar e acreditar no estabelecimento de um “corredor turístico” subindo de Piranhas até
Paulo Afonso viabilizado com a instalação de uma via férrea;
. Convencer o Executivo para a instalação de plataformas de contemplação turística nos topos dos montes da entrada de Glória e da Serra do Umbuzeiro;
. Estudar a viabilidade de algum tipo de sala de descanso para a turma da zona rural quando se desloca para o centro urbano para a resolução de problemas.
“Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único.” (John Lennon)
Em ano de eleições para o legislativo estadual e federal – a carnificina em busca dos votos se acentua e as mudanças nos pegam de surpresa –, o leitor está liberado para ampliar a lógica da nossa matéria. Da Câmara de Vereadores, para a Câmara Federal e para o Senado. Ele, o leitor, terá gestado a sua própria matéria.
Francisco Nery Júnior
Se tivéssemos um gerente municipal, tipo primeiro-ministro, para o dia a dia da administração (testemunhei isso na cidade de Worcester em Massachusetts), muitas dessas coisas já teriam sido feitas/assimiladas. Ocupado e absorvido pela politicagem, o senhor prefeito não dispõe de tempo para "pensar' a cidade.