Davi, dos irmãos maiores e imponentes, foi o escolhido por Deus para ser o rei de Israel. Do campo, entre o rebanho de ovelhas, cabras e bois, saiu para reinar em Israel. Sedimentou o reino e da sua descendência veio o Salvador – rejeitado, porém, pelos seus.
Há não muito tempo, o nosso de facto deputado distrital Mário Negromonte Júnior apresentou um projeto que obrigaria as padarias e similares a acrescentar 20% de farinha de milho ao trigo. Vibramos com a perspectiva de os nossos produtores de milho terem um mercado seguro e compensador para o seu trabalho. Adoramos a volta do pão de milho da nossa infância que não vemos mais nas nossas padarias; pelo menos em evidência. Acreditamos na vantagem nutritiva do milho acrescentado ao trigo do nosso pão de cada dia.
Mas os grandalhões da Câmara Federal rejeitaram o projeto. Com a empáfia do domínio político, cheios de si, assim queremos crer, não valorizaram a ideia. Com olhar de desprezo de cima para baixo, desprezaram o nosso jovem representante que entre nós, pequenos e símplices, só queria[mos] avanço e desenvolvimento bem como um pouco mais de segurança alimentar.
Rejeitaram um projeto salvífico! Com uma produção pífia, por força das circunstâncias, o Brasil importa quase todo o trigo que consumimos dos Estados Unidos e de países do Mercosul.
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia (senão um massacre), dois grandes produtores de trigo, provocará o aumento do preço do trigo no mercado internacional. O preço do pão nosso de cada dia, já nas alturas, irá para o espaço sideral. Mais miséria para os miseráveis do Brasil.
Fica a nossa sugestão para que o deputado, que tem demonstrado espírito aguerrido na defesa dos interesses da nossa região, reapresente o seu projeto na esperança que, desta vez, saia vencedor derrotando os acomodados e negacionistas como foi vencedor o rei Davi.
Francisco Nery Júnior