Paulo Afonso está bonita – e, convenhamos, bem tratada. Manutenção responsável que poderia se estender um pouco para inovação. Um mirante aqui, outro acolá, algumas alamedas, dois ou três monumentos, aos pioneiros por exemplo, e aí vai. Sem exagero, uma “vezinha” aos arquitetos e artistas locais. Nada de lei impositiva como em uma das nossas capitais cuja consequência, assim constatamos, foi a banalização da arte.
Calcanhar de Aquiles passou a significar o ponto fraco, falta de algo em um todo, algum defeito ou relaxamento. Herança da cultura grega grande influenciadora da cultura ocidental.
“A expressão foi criada para designar o ponto fraco de alguém. Segundo a lenda grega, Aquiles, filho do rei Peleu e da deusa Tétis, tornou-se invulnerável quando, ao nascer, foi banhado pela mãe nas águas do rio Estige. Apenas o calcanhar por onde Tétis o segurou não foi molhado e continuou vulnerável.” Assim se expressa o Google.
Se nós nos restringirmos à ilha, dois pontos fracos que destroem o que está dito no início do primeiro parágrafo: Vindo de fora, logo na descida da ponte do canal, um vazio inexplicável. Nenhum contorno, nenhum balizamento, nenhuma árvore; nenhum conforto visual – pecado expurgado logo adiante pela [bela] praça do Rotary Clube.
O outro buraco negro fica na Amâncio Pereira. Antiga Casa Pesqueira Um, Mercado de Frutas e Legumes, F.S. Copiadora, Barbearia de Ribeiro, A Cinderela e lojas outras top de aparência, casa de carnes e lanchonetes. Cada um jogando para o seu lado sem conjunto nem regência. Verdadeira orquestra sinfônica despojada de harmonia.
Os arquitetos da Prefeitura sabem o que fazer. Se o cobertor municipal é curto e o orçamento tem que ser limitado, melhor ainda para que eles provem a sua capacidade e não desmintam o que acabamos de neles reconhecer.
Francisco Nery Júnior