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Professor Nery

A papelada do professor

Publicada em 26/06/22 às 12:27h - 5423 visualizações

Francisco Nery Júnior


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A papelada do professor
 (Foto: da Net)

Evidente que todo processo exige acompanhamento e aferição – para conclusões e mudança de rumo. Não seria demais, contudo, considerar que nas artes e na educação - sublime processo educativo a arte e a virtude de educar! – a marcha poderia ser a marcha lenta deixando os mestres (poderíamos grafar o desgastado termo educadores) livres e soltos para a tarefa de arrancar dos educandos a verdade e a lógica do raciocínio, dádiva incomensurável de Deus aos homens. 


Educar exige tempo e convivência. Com tempo e paciência, nos educamos a nós mesmos – nos libertamos, nos formamos, ficamos capacitados e produzimos, retirando do termo produção o viés capitalista. 


Para que tanto papel?! Se o ensino faz parte do processo educativo – e faz! – basta olhar o resultado das aferições aplicadas na nossa região para constatar o estrago deletério da papelada exagerada. Podemos saber do papel controlador da dita papelada e nos resignamos guardando a revolta no fundo da nossa alma. Afinal, cada um dará conta dos seus atos; das suas maldades. 


O que seria uma aula sem planejamento pejado de termos arrebanhados, condensados e utilizados para impressionar os menos avisados? Cultura, informação, uma aula provocada pelas circunstâncias, sempre acrescenta. Desenvolve. Liberta. Capacita. Aliás, um belo planejamento deve sempre ceder o seu lugar a uma provocação oportuna. Não é “enrolação”. Mesmo porque exige faro, experiência, bagagem cultural e consistência. 


Dois grandes mestres nos vêm à mente. O doutor Percy Cardoso, professor no nosso Curso de Letras da PUC de Salvador, abominava os “papas da educação”, “doutores de anedota e de champanhota” do oportunismo, aqueles cujos planos mirabolantes se chocam invariavelmente contra a realidade da sala de aula. 


Dentre as aulas mais gostosas da minha vida de estudante, as aulas de um juiz de direito que nos ensinava história. Compreensivelmente sem tempo para a papelada, enchia-nos os ouvidos de doces relatos da história nacional em conversas memoráveis. A um tempo, quando me coagiram a ensinar história na falta de um colega ad hoc, procurei imitar o meu saudoso mestre para gáudio, prazer e aproveitamento dos meus alunos. Assim creio ter acontecido. 


Se, por acaso, se nisso que digo aos leitores a alguns posso ofender, não foi intenção minha ofendê-los. Com esta construção inspirada em Voltaire e com a ilustração agregada, creio ter escapado de possíveis palpos de aranha. 


Francisco Nery Júnior 




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