De um dos grandes da História, nação poderosa é aquela que honra os seus anciões. Ademais, garante a bíblia sagrada, honrando pai e mãe a vida é longa. Então, vida longa e poder vêm da honra que podemos dedicar aos nossos ancestrais.
No nosso caso, Glória, a cidade, de quem e de onde germinou Paulo Afonso, um município de meia idade de 64 anos. Somos honrados. Somos. Mais ainda por ter vindo da Glória dos tempos imemoriais; dos desbravadores modernos do sertão ainda desconhecido, mas promissor – tenazes, para não nos repetirmos no sertanejo forte.
O aniversário é de Paulo Afonso. Mas a glória é de Glória. Glória do Curral dos Bois de Santo Antônio da Glória, rural até hoje, “guardiã de vários registros do entreposto comercial cujas origens remontam aos domínios de Garcia D’Ávila” (redação de Antônio Galdino).
A data de 28 de julho marca a emancipação de Paulo Afonso, de distrito da velha Glória para município independente, resultado da aprovação, na Câmara de Vereadores de Glória, em 10 de outubro de 1956, do projeto de emancipação política sancionado em 28 de julho de 1958.
Glória permaneceu altaneira ao contemplar o desenvolvimento do filho independente. Resignou-se com a inundação definitiva da sede do município juntamente com o Povoado de Barra em maio de 1975. Era o coroamento do enchimento do reservatório da Usina de Moxotó, reserva estratégica de um bilhão e duzentos milhões de metros cúbicos de água fundamental para a geração de energia elétrica para o desenvolvimento de todo o Nordeste.
Parte dos seus moradores, embora ciosos do dever cívico cumprido como a velha matriarca Glória, se recusou a morar na nova Glória artificialmente construída pela Chesf e concluída no final de 1974. Fincaram o pé e se estabeleceram no povoado da Quixaba.
Esta matéria vai assinada por Francisco Nery Júnior, em Paulo Afonso a partir de julho de 1974, que andou na poeira da Velha Glória e meditou dentro da igreja matriz para hoje poder compor, com relativa autoridade, a matéria que exalta a origem de todos os pauloafonsinos neste 28 de julho de 2022.
Francisco Nery Júnior
A forma anciãos é mais preferida no português do Brasil. A redação preferiu como vai no texto; forma preferida em Portugal.