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Professor Nery

Otta, uma nova vida

Publicada em 14/08/22 às 21:57h - 5519 visualizações

Francisco Nery Júnior


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Otta, uma nova vida
 (Foto: Nery/Ângela)

Foi no dia 08 de agosto. Já debilitado, quatorze anos e quase três meses, velado e vigiado ao lado da minha cama, ele esperou o meu despertar. Eram três horas e quinze minutos [da manhã]. Estirou a perna esquerda, deu o último suspiro e morreu ouvindo a minha voz. Nasceu e morreu ouvindo a minha voz. Em paz e saturado de vida, partiu para o céu dos cachorros. Ainda bem, para a tranquilidade dos leitores, o professor Rubem Alves flertou com a possibilidade de um céu dos cachorros. 


Continua comigo, sepultado no meu jardim agora mais completo; mais composto, mais integrado, mais nobre, mais valorizado e mais amado – pela presença de Otta nas suas entranhas. Quiçá intocado para sempre até a consumação dos séculos. 


Otta, para os novos, era um cachorro. O meu cachorro. Era, de fato, o filho da minha velhice. Desculpe o leitor, mas foi uma doçura ter amado Otta; com ele vivido e interagido. O vazio é um fato. A qualidade desta escrita deve ter caído. Não há mais Otta ao lado do computador durante a sua gestação. 


O título fala de uma nova vida de Otta. Repare o leitor que foi evitado o termo ressurreição. Seria um escândalo para os mais cuidadosos, senão xiitas. Talvez um exagero ou até uma aberração canônica. 


Entrementes, verifique o leitor a foto que vai com a matéria: com sete dias quase completos da companhia de Otta nas suas raízes, a primeira resposta poderosa, convincente, irrefutável, sublime e bela da nova companheira. Lá bem no alto, aberta na sua intimidade para o além, o primeiro buquê da nova florada da mesma companheira. 


Então, continuo contemplado – e consolado - com a presença do meu assessor. Só que um pouco mais distante do computador. 


Francisco Nery Júnior 




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3 comentários


ISAC DE OLIVEIRA

17/08/2022 - 09:59:17

Eu lhe entendo, pois lá em casa tem Dulce, uma cadelinha que eu digo ser gente desfaçada de cachorro.


Socorro Mendonça

15/08/2022 - 13:31:46

Deverás, como os nossos amigos animais são companheiros e parceiros !Vivi esta experiência triste quando tive que sepultar o meu cãozinho e o fiz numa cidade distante, Feira de Santana. Viveu o tempo previsto para a raça, 14 anos. Tenho inúmeras fotos dele conosco. Sempre que olho me bate uma saudade. Ele foi um filho animal, um companheiro obediente. Me faz falta ainda hoje.


Aníbal Nunes

14/08/2022 - 23:42:46

Simplesmente espetacular esse texto sobre a partida de sua cadela Otta para o céu dos cachorros. Uma prova de carinho pelos bichinhos de quatro patas. Tenho uma vira-lata dócil, amável e vigilante. Cuida bem da gente aqui na roça como se fôssemos parentes seus. (ou somos?).Sempre que conversamos com "Estrela", temos a impressão que ela nos ouve e entende, sabe quando estamos tristes, alegres, tensos ou quando vamos na cidade. Sabe e exprime muito bem abanando a cauda, murchando as orelhas ou brilhando os olhos. É uma companheira do nosso dia a dia, que até quando dá uma fugidinha para ver sua irmã e seu tio na casa do ex-dono, sentimos sua falta. Lourdinha entristece, eu percebo e pergunto: o que houve minha filha? Tô com saudade de "Estrela".


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