Eles têm lenço e documento. Caminham certamente contra o vento dos tempos em quase setembro. A referência é a um grupo de senhores e senhoras, nada nos bolsos ou nas mãos na praça em frente à Igreja Matriz. Apenas roupas leves e soltas, eles seguem vivendo.
Por que não, devem pensar. O mundo segue girando repartindo-se em crimes, espaçonaves e guerrilhas – e eles vivem.
Cedo de manhã, com todo o tempo do mundo, lá estavam eles tendo como pano de fundo a Catedral. A honra é de Maria, a mãe do Salvador, aquela dita bem-aventurada pelos anjos de Deus. Eles, comunicavam-se, abraçavam-se, livres se soltavam e deixavam-se felizes.
Acredito que voltam para casa (a minha inferência é que o encontro é periódico, talvez dia sim, dia não) cheios de vida e de santidade. Devem ter trabalhado duro por anos e agora explodem em vida e satisfação; em louvores a Deus e em prazer de convivência.
Foi o que vi e presenciei hoje pela manhã. Eu seguia para o meu trabalho com a equipe de restauração de um imóvel. O patrimônio há que ser mantido.
A minha dúvida é ter conseguido passar para o leitor um belíssimo quadro de preservação do sonho da vida – que acaba quando se acabam os sonhos.
Dirigindo, de dentro do carro a contornar a praça, ainda assim a constatação de um belo exemplo de fé, fraternidade e solidariedade.
Francisco Nery Junior
Esse é o inspirado Francisco Nery.Belo texto poético.Forte abraço, confrade.
A ilustração de Hilson agrega valor à crônica. Feliz opção do nosso redator. Nesta oportunidade, um abraço para o colega de ALPA Edson Barreto, aniversariante do dia 23. um dos que sabem viver. Toda a honra, porém, ao Todo-Poderoso autor de todas as coisas.
O Professor Francisco Nery, cronista deste site e do jornal Folha Sertaneja online, mais uma vez nos alegra com um relato de pessoas idosas e felizes, sobretudo, fervorosas, na Praça D. Jackson Berenguer Prado, o 1º bispo da Diocese de Paulo Afonso, que fica em frente da Igreja N.S. de Fátima, inaugurada em 16 de janeiro de 1955, um dia após a inauguração da 1ª Usina de Paulo Afonso, agora elevada à condição de Catedral quando nasceu a Diocese, há 50 anos. Pois bem, para ilustrar essa narrativa me vali dessa obra de arte do artista plástico pauloafonsino Hilson Costa, autor dos painéis do auditório do Memorial Chesf Paulo Afonso e outros das Usinas da Chesf e hoje respeitado arquiteto residente em Aracaju. A arte e a alegria parecem ser boas companheiras!